segunda-feira, janeiro 26, 2009

O Relatório dito da OCDE foi encomendado e pago pelo Governo. Mais uma manobra do propagandista mor da República!

Chamo a atenção para o equívoco que a Comunicação oficial tem divulgado. O estudo não é da OCDE. É desenvolvido por um grupo de peritos "liderado por Peter Matthews" e segue os critérios ("metodologia e abordagem") da OCDE. E foi solicitado pelo ME, que, para abonar a credibilidade, assegura que foi elaborado por uma equipa de peritos internacionais de independentes (para quê referir expressamente "independentes"?!). E baseia-se nas informações fornecidas pelo ME. Tudo isto se lê na página derosto do ME, de que transcrevo o seguinte:
"Solicitado pelo Ministério da Educação (ME), este estudo corresponde a uma avaliação intermédia, realizada durante a fase de implementação das reformas, com o objectivo de verificar se as medidas desenvolvidas estão a atingir os resultados previstos e se as estratégias adoptadas devem ser ajustadas em função da experiência. Liderada pelo professor Peter Matthews, esta avaliação seguiu a metodologia e a abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países-membros, ao longo dos anos, com resultados positivos".
Abílio Carvalho
Já agora, quanto é que pagaram à equipa de Peter Mattews? Eu conheço a forma de trabalhar destes peritos internacionais. Actuam à semelhança das redes internacinais de mercenários e juntam-se por afinidades intelectuais e políticas. Oferecem os seus serviços aos Governos e às Organizações Internacionais Globalistas, como a OCDE. Regra geral, fazem-se pagar muito bem: no mínimo 25000 euros por mês de trabalho. Se o pagamento for feito à totalidade do relatório, o montante aproxima-se dos 200 mil euros. A metodologia é a habitual: o Gabinete da Ministra tem um "oficial" de ligação que fornece aos peritos toda a informação; os peritos fazem duas deslocações curtas a Portugal para entrevistarem pessoal de topo do ME e é tudo. Depois, é só escrever o Relatório. Regra geral, não há lugar para observações prolongadas nas escolas nem a entrevistas a professores, alunos e pais.
Reparem nesta conclusão do Relatório:
"A alteração das regras de gestão das escolas, designadamente no que respeita à eleição do director, é encarada de forma positiva, na medida em que permite uma escolha baseada no mérito profissional dos candidatos." (Fonte: ME). Então, os peritos internacionais "independentes" pagos pelo Governo de José Sócrates não sabem que os actuais PCEs já têm formação especializada em gestão escolar? E que os novos directores até podem não ter a categoria de titulares? Para quem diz que a categoria de titular serve para distinguir o mérito e diferenciar os professores, há aqui qualquer coisa que não bate certo!

O Relatório da OCDE, apresentado hoje, elogia um conjunto de erros



O relatório da OCDE, Política Educativa no 1º CEB (2005/09), foi apresentado, hoje. O propagandista mor aproveitou o evento para elogiar a ministra da educação. No post anterior , identifiquei as mentiras validadas pelo Relatório. Vejamos, agora, os erros: 1. "a alteração das regras para a escolha dos directores dos agrupamentos" - será que os autores do Relatório da OCDE sabem o que se está a passar, em muitas escolas, com o processo de de designação dos directores? O que é que isso significa em muitas escolas em termos de perda da liberdade de expressão? Os compadrios que se estão a criar? O mau ambiente criado? As ameaças e as perseguições a professores? Será que a OCDE conhece os resultados dos estudos feitos ao modelo da gestão democrática? Ou a OCDE dá como bom o modelo do director porque tem um preconceito ideológico sobre essa matéria? 2. "fecho de milhares de pequenas escolas do 1º CEB" - será que a OCDE sabe o que isso significou em termos de aumento da desertificação do país? E os custos que o encerramento de 4 mil escolas provocaram nas crianças obrigadas a deslocações diárias de 50 quilómetros?

O Relatório da OCDE, apresentado hoje, valida uma mão cheia de mentiras

Vejamos as mentiras que o Relatório da OCDE sobre Política Educativa no 1º CEB (2005/09) valida: 1. "excelente modelo de formação contínua dos professores" - qual foi o modelo que lhes foi apresentado? Sim, porque, com as alterações constantes que o ME introduziu, gostaria de saber se se basearam no modelo que o ME considerou errado ou deficiente!... O que se passou foi a destruição do sistema de formação contínua e a sua substituição por nada. De tal forma é nada que milhares de professores nem sequer podem fazer prova de que fizeram acções de formação contínua certificadas e creditadas. 2. "a existência de formadores de professores nos agrupamentos de escolas" - a única formação que existe é a formação sobre a avaliação. Não há formação científico-pedagógica. A que formação é que o relatório se refere? São as acções de formação baseadas na projecção de uns powerpoints e umas brincadeiras no moodle que alguns professores elaboram para fazer currículo ou refere-se o relatório às palhaçadas que os professores eram obrigados a realizar para promover o Magalhães?
In ProfAvaliação

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