quinta-feira, junho 17, 2010

Mais 196 desempregados por dia desde o ano passado

O desemprego registado aumentou mais de 71 mil desde há um ano (+14,6%), o que corresponde a 196 novos desempregados por dia entre os meses de Maio de 2009 e de 2010, afectando todas as regiões, com especial incidência no Algarve, nos Açores e na Madeira
Estão inscritos nos centros de emprego 560.751 desempregados, mas na realidade o número é muito superior. A CGTP-IN estima em cerca de 100 mil o volume de desempregados a participar em medidas de emprego e formação profissional e que por isso não aparecem nas estatísticas.
Não descurando a importância destas medidas, nomeadamente para o aumento das qualificações, o que está em causa é a sua utilização massiva para mascarar o aumento do desemprego perante a opinião pública. O número de abrangidos por políticas activas de emprego tem vindo a crescer nos últimos meses sem que esteja assegurada a sua qualidade e eficácia. Dados do IEFP revelam que apenas 27% dos desempregados que faz formação profissional consegue arranjar emprego quando termina a frequência. Para a CGTP-IN, mais importante que as estatísticas são as respostas que importa dar aos problemas e anseios das pessoas, ou seja, o direito a um emprego com direitos que sistematicamente lhes continua a ser negado.
Entretanto, o desemprego registado diminuiu 10.017 face a Abril mercê de um decréscimo do número de desempregados ao longo do mês, mas sem que a maioria dos desempregados que já se encontravam inscritos tenha conseguido encontrar emprego. Em consequência, o desemprego de longa duração cresceu 51,7% em termos homólogos.
Ao mesmo tempo, desapareceram do ficheiro 50.782 desempregados sem que o IEFP divulgue os motivos de anulação. A diminuição do número de novos desempregados e as colocações no mercado de trabalho efectuadas pelos centros de emprego (apenas 7.336) não explicam este decréscimo, um dos mais elevados dos últimos meses. O Governo não pode continuar a fugir ao esclarecimento deste assunto, razão pela qual se exige que clarifique definitivamente as razões que estão na origem do desaparecimento destes desempregados dos ficheiros.
Tal facto ocorre no preciso momento em que continuam a existir centenas de milhares de desempregados sem acesso ao subsídio de desemprego e ao subsídio social de desemprego.
Por outro lado, a precariedade continua a ser a principal causa do desemprego (36,9%), confirmando que não é com mais flexibilização da relação laboral que se resolve o problema do desemprego como defende o PSD, mas com a implementação de uma política económica que combata este flagelo, que penaliza de forma particular o presente dos nossos jovens e que hipoteca o seu futuro.
Para a CGTP-IN é necessário uma outra política que promova o emprego estável e com direitos, enquanto elemento indissociável do desenvolvimento económico e social e assegure o reforço da protecção social àqueles que neste momento são dos mais severamente atingidos pelas políticas seguidas: os desempregados!
CGTP-IN
Lisboa, 16.06.2010

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