quarta-feira, agosto 17, 2011

Há uma guerra de classes. Mas, por enquanto, só um dos lados parece empenhado em usar todas as armas que possui

Publicado em Capitalismo em poucas palavras por APEDE 
O milionário Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo de 2011 segundo a revista “Forbes”, comentou um dia as reduções multimilionárias aos impostos dos mais ricos dos EUA, fazendo notar que a sua empregada doméstica tinha uma taxa de imposto maior que ele. Para Buffett era claro que se vive uma guerra de classes e que, diz ainda, a classe dele “está a ganhar esta guerra”. Quando ouvimos que a crise toca a todos e que é uma espécie de peste negra que une a pátria esbaforida em uníssono, devemos perceber que no barco não estamos todos. Parte daqueles cujos interesses comandaram o Titanic luso já estão em bom porto. Segundo a revista “Exame”, os ricos estão mais ricos. As 25 maiores fortunas em Portugal somam 17,4 mil milhões de euros, 10,1% do PIB português, o que corresponde a uma subida de 17,8% face a 2010 . Quando nos falam em crise pedem-nos sacrifícios, mas são sempre os mesmos que os fazem. Quem trabalha vai passar a ser despedido com uma mão à frente e outra atrás, os transportes vão aumentar, a saúde será tendencialmente paga a preço de custo e o ensino superior será só para quem tem dinheiro. Esta crise é uma revolução política que dará aos mais ricos todo o poder e muito mais dinheiro.
Nuno Bragança escreveu em “A Noite e o Riso”: “Os pobres são os degraus da escada que conduz os ricos ao céu.” Uma coisa é certa, no fim desta crise os ricos estarão no paraíso. Adivinhe quem vai estar no inferno.
- De Nuno Ramos de Almeida

0 comentários: