terça-feira, agosto 09, 2011

Mini-crash nas bolsas europeias e Wall-Street com maior queda desde 2008

Corte de 'rating' pela S&P agravou receios de recessão nos EUA. Resultado: esta segunda-feira houve perdas nas bolsas mundiais e a imprensa económica fala em mini-crash nas bolsas de Frankfurt, Wall-Street, Japão e Brasil. Lisboa teve uma queda de 3%.
Mini-crash nas bolsas europeias e Wall-Street com maior queda desde 2008
Foto artemuestra/Flickr.
As perdas gigantescas das bolsas mundiais na última semana prolongaram-se esta segunda-feira e parecem continuar esta terça-feira. Nos mercados de capitais europeus, com a bolsa de Frankfurt a registar um mini-crash ao derrapar mais de cinco por cento no fecho da sessão. Paris por pouco não afundava para o mesmo patamar e Lisboa perdeu mais de três por cento. Madrid acabou por fechar em linha com a Europa, ao registar uma quebra de 2,44 por cento, ligeiramente mais do que Milão, que recuou 2,43 por cento. Londres cedeu 3,39 por cento.
O principal índice português, o PSI 20, caiu 3,13 por cento para 6.053,68 pontos, renovando mínimos de mais de dois anos. A pressionar a praça nacional estiveram sobretudo os títulos da Galp e da Jerónimo Martins, embora 19 cotadas não tenham conseguido escapar a nova pressão vendedora que fustigou Lisboa. Em apenas seis sessões, o índice de referência português perdeu 12 pro cento.
Já em Wall-Street, a queda registada foi a maior desde o início da crise em 2008.A penalizar as praças bolsistas mundiais está o corte de rating dos EUA por parte da Standard & Poor's, AAA para AA+, da passada sexta-feira, que agravou ainda mais os receios dos investidores quanto a uma recessão na ainda maior economia do mundo. A agência de notação financeira afirmou que existe uma probabilidade de 33 por cento de nos próximos seis a 24 meses fazer uma nova descida da nota dos Estados Unidos e cortou ainda, esta segunda-feira, o rating de 32 empresas americanas.
O presidente dos EUA reagiu ao 'downgrade' dizendo que não precisa que as agências de 'rating' lhe digam o que fazer para reduzir o défice. "Os EUA serão sempre um país com rating de AAA", afirmou Obama, sublinhando ainda serem "precisos ajustamentos moderados em alguns programas, como o Medicare" e sugerindo uma reforma fiscal.
O Nobel da Economia Paul Krugman não gostou do corte de ‘rating' dos EUA  feito pela S&P. No seu blogue, Krugman desabafa que "o que vai ser doloroso nas próximas semanas é ouvir todas as 'muito sérias' pessoas a tratar estes palhaços como se a sua opinião valesse alguma coisa".  "Estou justamente convencido que se e quando tivermos toda a história, ficará a saber-se que a S&P foi politizada, tentando fazer um favor a alguém", escreveu ainda.
A primeira sessão da bolsa brasileira depois de a S&P ter baixado o 'rating' dos Estados Unidos também registou um mini-crash - a praça de São Paulo tombou mais de 8 por cento. A Bolsa de Tóquio teve esta terça-feira mais uma sessão negativa, com o índice Nikkei a desvalorizar 1,68 por cento, em mais um dia.
Nesta terça-feira, a imprensa especializada noticia que as bolsas europeias continuam a cair após mini-crashes consecutivos. A Bolsa de Lisboa tinha o PSI 20 a cair 2,85 por cento perto das 8h45, depois de ter começado a sessão a descer 0,35 por cento, para 6032,58 pontos, um novo mínimo desde Março de 2009.
Esquerda.net

0 comentários: