quarta-feira, agosto 17, 2011

Movimento contra portagens na A22 interrompeu trânsito em Faro

 (Vasco Célio)
Ruidosa, ordeira, decidida, mas curta, a acção na manhã de hoje, em Faro, da Comissão de Utentes Contra as Portagens na Via do Infante, não reuniu mais que 40 activistas, mas foi muito mediática. Mesmo que poucos, foram os suficientes para deter o trânsito na zona de São João da Venda, por breves minutos, mas interrompendo a marcha de outros para as praias.

Os autarcas da região foram vaiados pela ausência e os recados foram dirigidos ao primeiro-ministro: “Passos, escuta, o Algarve está em luta.” Houve algumas buzinadelas de apoio, esporádicas, mas sempre em passagem. Não durou mais que 20 minutos.

Não é a primeira vez que esta comissão se faz ouvir contra o que considera uma injustiça as portagens que o Governo quer introduzir naquela via longitudinal do Algarve (Auto-estrada 22) e é quase sempre em pequeno número que o fazem. Desta vez, não só os órgãos governamentais foram visados, pois outras palavras de ordem tinham destinatários certos: “Onde estão os autarcas do Algarve?”; “Os autarcas ficaram a dormir!”

Até que ali os havia, mas no caso eram “ex”, casos de José Vitorino, antigo presidente da câmara de Faro, e de Vítor Aleixo, que também já dirigiu a câmara de Loulé. E enquanto se ouvia, vezes sem conta, “portajar é matar, matar a economia do Algarve”, José Vitorino atacou o actual presidente da autarquia de Faro: “Quando era presidente de câmara [pelo PSD], em 2004, congregámos muitas forças. Mas agora, em profunda crise, na região que mais a sente, a questão das portagens não ocorre para a sobrevivência da região, que só tem turismo e confinado a dois meses. Isto exigia uma luta de todos, mas infelizmente temos a má sina de ter aquele presidente de câmara [Macário Correia], que dá o dito por não dito e engana os munícipes. Ele criou aqui uma situação de desmobilização e de boicote à luta. Esta é a questão fundamental. De vez em quando, hipocritamente, aparece nas manifestações. Mas esperemos que hoje [ontem] tenha vergonha e que não apareça.”
Público

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