segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Centenas em cordão humano pela defesa dos hospitais públicos no Algarve

Vários autarcas do Algarve também participaram na iniciativa de hoje
Cerca de meio milhar de pessoas participaram hoje num cordão humano nas imediações do Hospital de Portimão, em defesa dos hospitais públicos da região e pedindo a demissão do administrador do Centro Hospitalar do Algarve (CHA).
“Pedro Nunes [administrador do CHA] demite-te e leva o Paulo Macedo [ministro da Saúde] contigo”, “Pedro Nunes deixa o Algarve em paz e vai para Lisboa”, “Demissão do ministro [da Saúde]”, “Não à morte do hospital” ou “Senhor Pedro Nunes, a dignidade do ser humano sofredor está em primeiro lugar. Desapareça, vá para a sua terra” eram algumas das frases inscritas nos cartazes levados para a ação de protesto organizada pelo Movimento de Cidadãos pela Defesa dos Serviços Públicos de Saúde do Algarve.
Este protesto surge semanas depois de um abaixo-assinado subscrito por 182 médicos alertar para a alegada existência de adiamentos de cirurgias programadas no CHA, por falta de material, e que havia falta de medicamentos.
Na sequência deste alerta, hoje, os participantes no cordão humano levaram “presentes” para o administrador do CHA.
Uma almofada, fraldas, luvas, agulhas, pensos, uma tesoura, fita adesiva, uma caixa de primeiros socorros e envelopes foram algumas das “prendas” que Célia Alfarroba levou para o cordão humano, afirmando que se Pedro Nunes precisasse de mais algum material hospitalar ou outro, “para a semana voltava à loja dos chineses”.
Vários autarcas do Algarve também participaram na iniciativa de hoje.
Em declarações à Lusa, Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, defendeu que o Algarve só pode ser “uma região turística sustentável e desenvolvida” se “prestar serviços de saúde de qualidade”.
A autarca recordou que no Hospital de Portimão “a cardiologia está altamente deficitária” e é “praticamente inexistente” no serviço de urgências, assim como há problemas nas valências da ortopedia e pediatria e “falta de medicamentos e equipamentos”.
Os presidentes das Câmaras de Aljezur, José Amarelinho, e de Loulé, Vítor Aleixo, também se mostraram solidários com a causa.
“Quero ser solidário com todo o povo do Algarve que está a sofrer as consequências de uma política absolutamente agressiva”, declarou à Lusa Vítor Aleixo, vincando que os autarcas não podem assistir “impávidos e serenos” à degradação de um direito à saúde.
José Amarelinho, por seu lado, questionou o Estado sobre o que ia fazer com o Serviço Nacional de Saúde e mostrou-se revoltado com o facto de os 16 autarcas algarvios terem pedido uma reunião urgente com o ministro da Saúde para discutir a Saúde no Algarve e, mais de duas semanas depois, ainda não terem obtido qualquer resposta.
Segundo o autarca da Aljezur, o Algarve “precisa de mais dinheiro para a Saúde, precisa de mais médicos, de mais camas e não precisa de fechar mais extensões de saúde”, mas sim de as reabrir.
Para domingo, o Movimento de Cidadãos pela Defesa dos Serviços Públicos de Saúde do Algarve vai voltar a concentrar-se à frente ao Hospital de Portimão, pelas 14:00, partindo em caravana automóvel pelas 14:30 para a Estrada Nacional N125, para se associar ao cordão humano que se vai realizar em Faro.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo  ortográfico aplicado pela Lusa 

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