terça-feira, novembro 16, 2010

Faro - Protesto dos trabalhadores groundforce









Mais de 300 pessoas reuniram-se hoje em frente da entrada do terminal de partidas do aeroporto de Faro, num protesto que terá sido convocado maioritáriamente por e-mail, sms e Facebook, contra a situação que vivem actualmente os operários da empresa Groundforce que opera neste local. Muitos trabalhadores, familiares, amigos ou simplesmente apoiantes desta causa responderam à convocação e reuniram-se para demonstrar amigável e pacificamente a sua oposição à decisão da administração desta empresa, que anunciou por email de forma abrupta e totalmente de surpresa, a extinção dos actuais postos de trabalho no aeroporto de Faro devido ao cancelamento de todas as operações neste aeroporto e o despedimento de cerca de 300 colaboradores numa região onde o emprego não abunda e numa época bem próxima do Natal. Nesta empresa existiam alguns trabalhadores já com bastantes anos de serviço, como o exemplo de António de Jesus, efectivo na empresa há 32 anos, que disse sentir-se perplexo e preocupado com esta decisão. Alguns elementos desta empresa souberam do seu despedimento apenas pela comunicação social; outros funcionários nem sequer queriam acreditar no que ouviram quando confrontados pela parte de alguns vizinhos quando lhes perguntaram se estavam despedidos... Algumas crianças da Escola João de Deus e de um ATL da cidade, juntamente com os professores e educadores, promoveram uma mini-vigília de apoio aos colegas de escola, filhos dos trabalhadores despedidos. A Groundforce é uma empresa de handling (apoio de terra e bagagens) detida em 41% pela TAP e é a maior prestadora de serviços de assistência de transportes em terra em Portugal. Os serviços de handling estão distribuídos pelas áreas de Check-in, registo de bagagem, embarque dos passageiros, manutenção, limpeza, abastecimento de combustível, catering, carregamento de bagagem entre outros. A operadora, pela voz de Fernando Melo, afirma que esta base (Aeroporto de Faro) é sobredimensionada e deficitária e que tem de encerrar. "A suspensão da operação da Groundforce no aeroporto de Faro visa reduzir os prejuízos da empresa, condição que é indispensável à viabilização do seu futuro e dos restantes 2 mil postos de trabalho", disse o responsável numa conferência de imprensa que decorreu em Lisboa. Esta afirmação no entanto vai contra a opinião dos trabalhadores que dizem ser apenas uma questão política. Segundo André Teives, presidente do Sindicato dos técnicos de Handling dos Aeroportos "todos os trabalhadores da base de Faro estão "efectivos nos quadros da empresa", têm entre "10 a 20 anos de casa" e estão a meio da vida activa, com uma média de idades "situada nos 40 anos". A reconversão destes trabalhadores não é fácil, pois a função deles é trabalhar com aeronaves, com regras internacionais e se o avião for mal carregado não descola ou pode cair", alerta.

texto e fotografias enviadas por José Farias
A Defesa de Faro

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