Portimão: uma candidatura de luta, de rutura e de esperança
Assinada por João Vasconcelos, cabeça de lista à
câmara, a candidatura do Bloco divulgou uma carta aberta em que afirma
que não vale a pena continuar a votar no PS, nem nos partidos de
direita. “O que se impõe é votar numa força nova, determinada, sem medo e
que será sempre o porta-voz das reivindicações dos portimonenses”.
A equipa da candidatura bloquista Portimonense adotou como lema “Primeiro as pessoas! Portimão precisa de mudar!”
Eis a Carta Aberta divulgada no final da campanha, na íntegra:
CARTA ABERTA AOS JOVENS, MULHERES, DESEMPREGADOS, APOSENTADOS,
ABSTENCIONISTAS E A TODOS OS CIDADÃOS ELEITORES DO CONCELHO DE PORTIMÃO
Estimados munícipes,
Portimão vive um momento decisivo da sua História. No dia 29 de
Setembro está nas vossas mãos decidir – ou continuar tudo na mesma e,
até, para pior, ou então, apostar na mudança. Uma mudança que dê
esperança e ânimo nestes momentos tão difíceis e que contribua para
melhorar a vida das populações de Portimão, Alvor e da Mexilhoeira
Grande.
Como se sabe, o PS tem governado os destinos da Câmara há 37 anos e
quase sempre com maioria absoluta. Se porventura o PS sair de novo
vencedor nas eleições de Domingo, ficará mais tempo no poder do que o
próprio Oliveira Salazar, que governou 40 anos! Claro que foram
realizadas muitas coisas positivas pela gestão PS da Câmara Municipal –
mas os últimos anos revelaram-se um autêntico desastre!
Os buracos negros da gestão PS são inúmeros. Esbanjou-se sem limites,
foram distribuídas sinecuras, prebendas e privilégios aos afilhados e
amigos, ergueram-se elefantes brancos como a super-empresa Portimão
Urbis que tem devorado milhões atrás de milhões a todos nós, foram
projetadas megalomanias como um teleférico, um insetário ou a aberrante
“cidade do cinema” que devorou outros milhões! Muitos outros milhões
foram concedidos ao Autódromo – outro elefante branco - e que agora, à
beira da falência, passou para as mãos do Estado! A situação é de tal
ordem que pesam acusações judiciais gravíssimas de indícios de corrupção
envolvendo a própria Câmara! Portimão transformou-se numa cidade
mexicanizada!
Como uma desgraça nunca vem só, a dívida da Câmara é monstruosa – quase
200 milhões de euros! Há quem diga que a dívida ultrapassa os 400
milhões! A Câmara de Portimão encontra-se assim em situação de
pré-falência, à beira da bancarrota! Para pagar esta dívida, o Executivo
pediu um empréstimo ao Estado e à banca de 132 milhões que, a ser
concedido, levará 20 anos para pagar – mas com medidas draconianas: o
IMI e todas as outras taxas municipais irão ficar na taxa máxima! Este
plano chamado Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) foi imposto pelo
governo PSD/CDS, às ordens da troika! Portimão tem assim 2 troikas: uma
nacional e outra local!
O PS não é o único responsável pela situação que se vive no concelho,
pois em determinados momentos cruciais recebeu a indiferença, ou mesmo o
apoio da oposição PSD/CDS! Foi o que aconteceu, por exemplo, na criação
da Portimão Urbis, ou dos projetos do Autódromo. Ainda no passado mês
de Junho foram aprovadas na Assembleia Municipal a transferência de mais
delegações de competências da Câmara para a Portimão Urbis – o Bloco de
Esquerda propôs retirar o ponto e votou contra, visto esta empresa se
encontrar sob a alçada da justiça – tendo o PSD se ausentado da sala no
momento da votação e o CDS/PP absteve-se! Inconcebível!
E qual o reverso da medalha para os Portimonenses? O PS nas últimas
eleições apresentou 25 projetos e nem um único concretizou! É obra!
Alguns exemplos desses projetos e que não passaram do papel:
requalificação da zona ribeirinha; novo cemitério; novo aeródromo do
barlavento; gare intermodal; novo porto de cruzeiros e fórum do mar;
parque tecnológico no Autódromo; Eco Parque do Bom Retiro; Parque
ambiental da Figueira; parque urbano na Horta do palácio; novo Mercado
de Alvor; remodelação do Pavilhão Gimnodesportivo; novo túnel de entrada
de Portimão; cidade social; canil/gatil, e todos os outros. O
desemprego, a carência alimentar e a exclusão social representam chagas
sociais muito graves. A cidade está cada vez mais desertificada e
abandonada, a insegurança espreita a cada esquina, não há habitação
social, foram retirados os subsídios e apoios camarários, os clubes e
associações definham com as dificuldades, os jovens encontram-se
abandonados e sem esperança, os mais velhos sofrem silenciosamente! Por
culpa da Câmara PS e do governo PSD/CDS! Precisamente os que estão com a
troika!
Caros Portimonenses,
“Primeiro estão as pessoas! Portimão precisa de mudar!” Este é o lema
da candidatura do Bloco de Esquerda para Portimão. É por isso que é tão
importante votar no Bloco de Esquerda no próximo dia 29 de Setembro! As
pessoas não são números! As pessoas são pessoas e devem ser tratadas com
dignidade! A candidatura do Bloco de Esquerda é uma candidatura de
luta, de rutura e de esperança para Portimão! No nosso programa
procuramos responder à emergência social e resgatar a democracia local.
Candidato-me a Presidente de Câmara para ganhar, mas aceitarei qualquer
outro cargo com humildade, como o de vereador, se for essa a vossa
vontade. A candidatura bloquista é uma candidatura de luta porque não
vergaremos, estaremos sempre ao lado das reivindicações dos cidadãos e
das populações. De rutura, porque visaremos romper o status quo
existente, clientelar e pantanoso que se vive há muito no concelho de
Portimão. De esperança, porque perante a desgraça que se abateu sobre
este concelho, somos a única alternativa credível, a verdadeira esquerda
socialista e popular e na qual os Portimonenses podem confiar. Esta
candidatura será também um espaço de resistência e de rebeldia perante
os poderes, sejam eles quais forem.
Sei que os eleitores que costumam votar no Partido Socialista estão
muito zangados com o seu partido, pelas razões acima expostas – e têm
muita razão! Não vale a pena continuar a votar no PS, assim como nos
partidos de direita! O que se impõe agora é votar numa força nova,
determinada, sem medo e que será sempre o porta-voz das reivindicações
dos Portimonenses. Essa força nova é o Bloco de Esquerda. A abstenção
nada resolve e só dá mais força aos mesmos de sempre.
O Bloco de Esquerda apresenta listas com pessoas determinadas e que não
recuam perante as dificuldades, e tem um programa para responder à
emergência social, resgatar a democracia local e empreender um combate
implacável contra a corrupção. Quem me conhece sabe que digo a verdade.
Queremos ganhar com o vosso voto, ou então eleger vereadores e muitos
membros para a Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia de
Portimão, Alvor e Mexilhoeira Grande.
O Bloco de Esquerda apresenta dois objetivos centrais nesta campanha:
derrotar o poder absoluto do Partido Socialista – e que está
praticamente garantido - e derrotar as candidaturas de direita do PSD e
do CDS/PPM/MPT, que apoiam e subscrevem as políticas de desastre
nacional do governo e da troika que estão a destruir as nossas vidas.
Dizem os candidatos dos partidos de direita que estas eleições não têm
nada a ver com a política nacional, que só têm a ver com as pessoas.
Trata-se de uma rotunda mentira! Então quando o governo do PSD/CDS
pretende desmantelar o Hospital do Barlavento acabando com as
especialidades médico-cirúrgicas e diversas urgências, quando pretende
encerrar as extensões de saúde de Alvor e da Mexilhoeira Grande, quando
impõe uma lei das rendas que vai atirar apara a rua muitas famílias,
quando corta salários e pensões, quando aumenta o IVA para 23%, quando
corta transferências de verbas para as autarquias, quando impões as
portagens na Via do Infante, só para dar alguns exemplos, não estará a
atingir milhares de Portimonenses? Claro que está! E as candidaturas
locais do PSD e do CDS apoiam e subscrevem essas políticas ruinosas de
desastre social e económico! Caso contrário, os seus candidatos
principais, pertencentes e até dirigentes importantes desses partidos já
se teriam demitido. Se apoiam e subscrevem as políticas do governo,
então não merecem a confiança dos Portimonenses!
Caros cidadãos,
Há um outro facto que eu próprio e a minha candidatura não podem deixar
de tomar posição. A candidatura da coligação de direita CDS/PPM/MPT que
dá pelo nome de “Servir Portimão” está a tentar enganar os
Portimonenses, dizendo que é independente e que não tem nada a ver com
os partidos. Nada mais falso e sabem que estão a mentir! Podem ter nas
listas muitos independentes, mas isso também têm as listas do Bloco de
Esquerda com cerca de 80% de independentes, não deixando estas de ser
partidárias. Tal como são listas partidárias as listas da coligação
CDS/PPM/MPT! Caso contrário tinham-se apresentado como um movimento
independente, o que não aconteceu! O que realmente sucede é que é o
CDS/PP de Paulo Portas que suporta e financia a coligação, pois os
outros pouco contam! O que verdadeiramente esta coligação tenta fazer é
procurar enganar os Portimonenses, dizendo que é independente dos
partidos e que não é de direita, nem de esquerda! Trata-se de uma grande
mistificação e os Portimonenses não gostam de ser enganados. E não vão
deixar-se enganar! Os principais candidatos dessa coligação são bem de
direita e subscrevem as políticas muito nefastas do governo PSD/CDS!
Logo, não são merecedores da confiança dos Portimonenses.
O Bloco de Esquerda é a única força política que representa uma
alternativa credível e de confiança e que pode derrotar a maioria e o
poder absoluto do Partido Socialista em Portimão. Para que tal suceda,
precisamos que votem em nós no próximo Domingo. Não defraudaremos as
vossas expectativas se apostarem, desta vez, em nós. Se estão
descontentes com a Câmara Municipal e com o governo não votem PS, nem
PSD, nem CDS/PPM/MPT! Em contrapartida, atrevo-me a pedir, com
humildade, o vosso voto. Quem me conhece sabe que honrarei os
compromissos assumidos convosco! Enquanto alguns fazem lutas nos
gabinetes, eu procuro sempre estar nos locais onde as lutas se fazem,
como pela abolição das portagens na Via do Infante, contra o parque a
pagar e contra a destruição do Hospital do Barlavento, nas manifestações
contra a troika, nas lutas dos professores e de outros trabalhadores,
etc., etc. E irei sempre procurar estar nos locais onde faça falta.
Ao vosso dispor e uma abraço fraterno da minha parte e de toda a equipa
da candidatura bloquista Portimonense que adotou como lema “Primeiro as
pessoas! Portimão precisa de mudar!”
Atenciosamente,
João Vasconcelos
Esquerda.net