segunda-feira, janeiro 31, 2011

Revolução no Egipto: Mubarak fora, já!

Há quase 30 anos que o ditador Hosni Mubarak domina o Egipto através de uma política de medo, polícia secreta e perseguição. Fraudes eleitorais, prisões e mortes de todos os que contestassem o regime, tudo vale para manter o poder. Apadrinhado pelo imperialismo, numa área chave do Médio Oriente, o regime de Mubarak cumpre na perfeição o papel de cão de fila numa área tão delicada. É preciso não esquecer que o Egipto é, a seguir a Israel, o país que mais ajuda financeira e militar recebe dos Estados Unidos da América. Pela sua colocação geográfica, o Egipto é um tampão fundamental no conflito palestiniano, arrastando os países vizinhos para o domínio imperialista.
Até que o Cairo, Suez e restante Egipto se levantaram, no rastilho revolucionário iniciado pela Tunísia. Com uma vanguarda composta sobretudo pela população pobre e pela juventude, o povo egípcio resolveu reclamar a sua liberdade e sair à rua. De imediato, o governo de Mubarak respondeu com polícia e recolher obrigatório, mas a população não tem desarmado e tem combatido heroicamente pela queda do ditador. São muitos os confrontos e os mortos, sendo a Internet o veículo único de divulgação, já que o Governo egípcio tem tentado tudo – impedir o uso de telecomunicações, o uso do Facebook, fecho da Aljazeera – para que o mundo não veja a Revolução.
Hosni Mubarak mantém-se, à data deste texto, no poder. Obama, em nome do imperialismo mundial, já pediu a Mubarak que fossem tomadas medidas que encaminhem o Egipto para a paz. A paz de Obama, já se sabe, é o genocídio em Gaza e a manutenção dos alicerces do capitalismo, o que impedirá que o povo egípcio rompa o ciclo de humilhação e pobreza.
Na oposição a Mubarak destaca-se como principal figura Mohamed ElBaradei, prémio Nobel da Paz, que vive em Viena e retornou ao Egipto há alguns dias e já discursou na praça central do Cairo, onde milhares de pessoas estavam concentradas. ElBaradei tem sido, inclusive, crítico com a administração Obama, que quer encontrar uma solução "com o povo egípcio e com o Governo". ElBaradei respondeu, e bem, "que se tem que fazer uma escolha (...) de um lado está um governo autoritário, do outro está um povo sem liberdade há 58 anos".
ElBaradei tornou-se conhecido mundialmente quando, como director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), entrou em choque com o então presidente norte-americano George Bush, ao apoiar o relatório desta agência que negava qualquer evidência de retomada do programa nuclear no Iraque. No entanto, ElBaradei não é um revolucionário, e o imperialismo parece depositar em si confiança. Ele poderá ser uma alternativa do imperialismo para impedir que o poder caia em mãos menos confiáveis e/ou para impedir que a revolução vá longe demais e atrapalhe os seus interesses na região.
Entretanto, no Cairo e noutras cidades egípcias, a polícia desapareceu e é a população que zela pela segurança dos seus bairros, auto-organizando-se. O exército não está a reprimir, pelo contrário, os soldados e capitães são cumprimentados pelos manifestantes, que em muitas imagens aparecem em cima dos tanques, chegando a lembrar o 25 de Abril.
É urgente que a revolução árabe vença. É preciso derrubar Mubarak e todos os ditadores árabes, que se proliferaram com o apoio do imperialismo, norte-americano e europeu. A nossa solidariedade para com os povos árabes e a sua revolução!
Toda a solidariedade com a Revolução Árabe!
Pela demissão do ditador Mubarak e demais ditadores árabes!
Pelo fim do domínio imperialista no Magrebe e Médio Oriente!
R/F

domingo, janeiro 30, 2011

Um povo desafia o seu ditador

por Robert Fisk, no Cairo
Clique para ampliar. Manifestantes egípcios enfrentam canhões de água e gás lacrimogéneo durante as batalhas generalizadas travadas no Cairo.

Pode ser o fim. É certamente o começo do fim. Por todo o Egipto, dezenas de milhares de árabes enfrentaram ontem gás lacrimogéneo, ganhos de água, granadas atordoantes e fogo real para exigir a remoção de Hosni Mubarak após mais de 30 anos de ditadura.

E quando o Cairo jaz ensopada sob nuvens de gás lacrimogéneo de milhares de latas disparadas sobre multidões densas pela polícia de choque, parece que o seu domínio se aproxima do fim. Ontem nenhum de nós nas ruas do Cairo sabia onde estava Mubarak – que mais tarde apareceria na televisão para demitir o seu gabinete. E descobri que ninguém se importava.

Eles foram corajosos, em grande medida pacíficos, estas dezenas de milhares, mas o comportamento chocante dos polícias à paisana de Mubarak – os battagi, a palavra significa literalmente "bandidos" em árabe – que batiam, golpeavam e assaltavam manifestantes enquanto os polícias observavam e nada faziam, foi uma desgraça. Estes homens, muitos deles ex-polícias viciados em droga, na noite passada foram a linha de frente do estado egípcio. Os verdadeiros representantes de Hosni Mubarak quando polícias uniformizados despejavam gás sobre as multidões.

Clique para ampliar. Houve um ponto na noite passada em que latas de gás continuavam a lançar fumo sobre as águas do Nilo quando a polícia de choque e manifestantes combatia sobre as pontes do grande rio. Era incrível, um povo levantado que não mais aceitava violência e brutalidade e prisão como seu destino na maior nação árabe. E os próprios polícias podem estar a quebrar: "O que podemos fazer?", perguntou-nos um da polícia de choque. "Temos ordens. Pensa que queremos fazer isto? O país está a ir abaixo". O governo impõe um cessar-fogo na noite passada quando manifestantes ajoelharam-se a orar em frente da polícia.

Como descrever um dia que pode demonstrar-se ser uma página tão gigantesca na história do Egipto? Talvez os repórter devam abandonar as suas análises e apenas contar o relato do aconteceu desde a manhã até à noite numa das mais antigas cidades do mundo. Assim, aqui está, a estória da minhas notas, rabiscadas em meio a um povo desafiante em face de milhares de polícias à paisana e polícias uniformizados.

Começou na mesquita Istikama na Praça Giza: uma feia passagem de escalavrados blocos de apartamentos em betão e uma linha de polícia de choque que se estendia até o Nilo. Todos nós sabíamos que Mohamed El Baradei estaria ali para as orações do meio-dia e, a princípio, a multidão parecia pequena. Os polícias fumavam cigarros. Se isto era o fim do reinado de Mubarak, era um arranque pouco impressionante.

Mas então, não muito depois de as últimas orações terem sido expressas naquela multidão de crentes, levantaram-se da rua, viraram-se para a polícia. "Mubarak, Mubarak", gritavam eles. "A Arábia Saudita está à sua espera". Foi quando os canhões de água foram disparados sobre a multidão – a polícia tinha toda a intenção de combate-los apesar de nem mesmo uma pedra ter sido lançada. A água irrompia dentro da multidão e então as mangueiras foram apontadas directamente a El Baradei, o qual cambaleou para trás, encharcado.

Ele havia retornado de Viena poucas horas antes e poucos egípcios pensam que dirigirá o Egipto – ele diz que quer ser um negociador – mas isto foi uma desgraça. O mais honrado político egípcio, um vencedor do Prémio Nobel que manteve cargo de principal inspector nuclear da ONU, foi encharcado como um garoto da rua. Eis o que Mubarak pensa dele, suponho: apenas um outro perturbador com uma "agenda oculta" – que é realmente a linguagem que o governo egípcio está a usar neste momento.

E então o gás lacrimogéneo arrebentou sobre as multidões. Talvez houvesse uns poucos milhares agora, mas quando passeei junto a eles, algo notável aconteceu. Dos blocos de apartamento e de becos escuros, das ruas da vizinhança, centenas e a seguir milhares de egípcios enxamearam para a estrada conduzindo à Praça Tahrir. Isto é uma táctica que a polícia decidiu impedir. Ter detractores de Mubarak no próprio centro do Cairo sugeriria que o seu domínio já estava acabado. O governo havia cortado a Internet – cortando o Egipto do resto do mundo – e extinguido todos os sinais de telemóvel. Não fez diferença.

"Queremos a queda do regime", bradavam as multidões. Talvez não o mais memorável brado de revolução mas eles o gritavam muitas vezes até serem abafados pelo estouro das granadas de gás lacrimogéneo. De todo o Cairo vinham em ondas para a cidade, jovens classe média de Gazira, os pobres dos bairros de lata de Beaulak al-Daqrour, marchando firmemente através das pontes do Nilo como um exército – o que, admito, era o que eram.

Mas o gás das granadas chovia sobre eles. Tossindo e com ânsias de vómito, eles marchavam em frente. Muitos mantinham os casacos sobre as bocas ou faziam fila numa loja de limões onde o proprietário espremia o fruto fresco nas suas bocas. O sumo de limão – um antídoto para o gás lacrimogéneo – entornava sobre o pavimento até a sarjeta.

Isto foi no Cairo, naturalmente, mas estes protestos estavam a ter lugar por todo o Egipto, no mínimo em Suez, onde 13 egípcios foram mortos. As manifestações começavam não só em mesquitas como também em igrejas coptas. "Sou cristão, mas sou egípcio em primeiro lugar", disse-me um homem chamado Mina. "Quero que Mubarak se vá". E aqui chegaram os primeiro bataggi, empurrando à frente das fileiras da polícia a fim de atacar os manifestantes. Eles tinham bastões de metal e cassetetes de polícia – vindos de onde? – e varas aguçadas. Poderiam ser processados por crimes graves se o regime Mubarak cair. Eles eram maldosos. Um homem chicoteou um jovem sobre as costas com um longo cabo amarelo. Ele uivou com o sofrimento. Por toda a cidade, os polícias postavam-se em fileiras, legiões delas, com o sol a cintilar sobre os seus visores. A multidão deveria estar temerosa, mas a polícia olhava ameaçadoramente, como pássaros encapuzados. Então os manifestantes atingiram a margem Leste do Nilo.

Uns tantos turistas foram envolvidos neste espectáculo – vi três senhoras de meia-idade sobre uma das pontes do Nilo (os hotéis do Cairo, naturalmente, não haviam dito aos seus hóspedes o que estava a acontecer) – mas a polícia decidiu que controlaria a extremidade Leste do tabuleiro da ponte. Eles abriram as suas fileiras outra vez e enviaram os bandidos para bater na vanguarda dos manifestantes. E foi neste momento que o envenenamento por gás lacrimogéneo começou a sério, centenas e centenas de latas choviam sobre as multidões que marchavam de todas as estradas para dentro da cidade. Ele picava os nossos olhos e fazia-nos tossir e respirar com dificuldade. Homens estavam a ser nauseados junto a lojas com as frentes fechadas.

Incêndios parecem ter estalado na noite passada próximo da sede do NDP, o partido que carimbava as ordens de Mubarak. Um cessar-fogo foi imposto e os primeiros relatos falam de tropas na cidade, o sinal fatal de que a polícia perdeu o controle. Abrigámo-nos no antigo Café Riche perto da Praça Telaat Harb, um pequeno restaurante e bar com funcionários vestidos de azul; e ali, a bebericar o seu café, estava o grande escritor egípcio Ibrahim Abudul Meguid, mesmo à nossa frente. Era como encontrar-nos com Tólstoi a almoçar em meio à Revolução Russa. "Não houve reacção de Mubarak!" exaltou-se ele. "É como se nada houvesse acontecido! Mas eles conseguirão – o povo conseguirá!" Os clientes sentados sufocados com o gás. Foi uma daquelas cenas memoráveis que ocorrem em filmes e não na vida real.

E havia um homem idoso sobre o pavimento, com uma mão sobre os olhos a arder. O coronel reformado Weaam Sali do Exército egípcio, usando as suas fitas de medalhas da guerra de 1967 com Israel – a qual o Egipto perdeu – e da guerra de 1973, a qual o coronel pensa que o Egipto venceu. "Estou a deixar as fileiras dos soldados veteranos", disse-me ele. "Estou a aderir aos manifestantes". E o que dizer do Exército? Ao longo do dia não o vimos. Os seus coronéis, brigadeiros e generais estiveram silenciosos. Estariam à espera até que Mubarak impusesse a lei marcial?

As multidões recusaram-se a cumprir o toque de recolher. Em Suez, elas atearam fogo aos camiões da polícia. Em frente ao meu hotel, tentaram empurrar um outro camião para dentro do Nilo. Eu não podia voltar ao Cairo Ocidental através das pontes. O gás das granadas ainda estava a evolar-se para o Nilo. Mas um polícia finalmente teve pena de nós – uma qualidade, tenho de dizer, que ontem não esteve muito em evidência – e levou-nos para a margem própria do Nilo. E havia um velho barco a motor, da espécie turística, com flores de plástico e um proprietário receptivo. Assim, navegámos de volta com estilo, bebericando Pepsi. E então um veloz barco amarelo surgiu subitamente com dois homens a fazerem sinais de vitória para as multidões nas pontes, com uma garota de pé atrás, a segurar um enorme estandarte nas mãos. Era a bandeira do Egipto.
29/Janeiro/2011
O original encontra-se em www.independent.co.uk/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Manifesto contra as Portagens



MANIFESTO EM DEFESA DA NÃO INTRODUÇÃO DE PORTAGENS NA VIA DO INFANTE (consensualizado ontem em Faro, na sede da AMAL)
“O actual Governo PS decidiu – com o apoio do PSD – a introdução de portagens na Via do Infante, contrariando anteriores compromissos políticos que vinculavam essa medida à existência de alternativa à Via do Infante.
Os algarvios discordam desta decisão, não porque exijam um tratamento de privilégio, mas por razões técnicas ligadas à mobilidade na região e sobretudo pelas consequências económicas, nomeadamente no turismo.
A EN 125 não constitui alternativa, sendo um dos eixos rodoviários mais perigosos da Europa e cuja requalificação está longe de estar concluída.
O traçado da EN 125 é caracterizado pelo atravessamento de muitas povoações e localidades densamente povoadas, cruzamentos, sistemas de semáforos e passadeiras de peões, e o projecto da sua requalificação prevê a criação de mais 84 rotundas. Em resumo, é muito mais uma rua do que propriamente uma estrada.
Segundo dados actuais do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, na EN 125 ainda continuam a morrer, em média, 30 pessoas por ano, o que significa que é a segunda estrada mais mortífera de Portugal.
Qualquer medida que introduza mais tráfego no canal da EN 125, será gravoso para o quadro actual da sinistralidade rodoviária regional e contribuirá para o aumento – sobretudo no período de Verão – do congestionamento desta estrada, com todas as implicações que daí advém em termos de poluição e de muitas horas de perda de tempo, tanto para os locais como para os turistas. Imagine-se a dimensão que os engarrafamentos em Julho e Agosto poderão atingir, bem como as suas repercussões na imagem e na atractividade da principal região turística do País.
Note-se que no Orçamento do Estado de 2011 refere-se que o valor acrescentado nacional, de acordo com um estudo do Ministério da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, é de 81,5% nos serviços e turismo, de 36,6% no material de transporte, 42,9% na indústria química, 47% na indústria de máquinas e aparelhos e 64,7% nas indústrias de têxteis e vestuário.
Introduzir portagens na Via do Infante sem a existência de uma alternativa séria para atravessar o Algarve – recorde-se que, face à ausência de modernização da rede ferroviária, também o comboio não constitui uma alternativa credível -, acentuará a sinistralidade e o congestionamento rodoviário, com implicações negativas directas na actividade turística e na economia da região, contribuindo para o agravamento da actual crise.
Neste contexto, considera-se não existirem condições para a introdução de portagens na Via do Infante.”
Faro, 24 de Janeiro de 2011,
Os signatários:
AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve AIHSA – Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve CEAL – Confederação dos Empresários do Algarve UGT – União Geral dos Trabalhadores CGTP – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses CUVI – Comissão de Utentes da Via do Infante

Um programa entusiasmante

Tunísia constitui a Frente do 14 de Janeiro

Manifestação popular em Tunes. Em 20 de Janeiro de 2011 várias organizações nacionalistas e de esquerda na Tunísia constituiram-se em Frente. Ela agrupará neste momento o Movimento dos Unionisdtas Nasseristas, a Liga da Esquerda Operária, o Movimento Baath, os Esquerdistas Independentes, o Movimento dos Nacionalistas Democratas, o Partido Comunista dos Operários da Tunísia e o Partido do Trabalho Patriótico e Democrático. Esta frente tem o nome de "Frente do 14 de Janeiro" em referência à data da fuga de Ben Ali, o presidente derrubado.

Ela assume como objectivo organizar a resistência ao actual governo de transição no qual continuam a participar os caciques do RCD (Rassemblement constitutionnel démocratique), o partido de Ben Ali, e construir uma alternativa popular saída dos comités de vigilância criados nos vários distritos da Tunísia para se defenderem do terror espalhado pelos aparelhos do RCD e da polícia presidencial. O apelo dirige-se a todas as forças do progresso político, sindicais e associativas a fim de cumprir os objectivos desejados pela revolução popular tunisina. Eis a tradução do texto fundador:
Afirmando nosso empenhamento na revolução do nosso povo que combateu pelo direito à liberdade e à dignidade nacional e fez grandes sacrifícios que incluem dezenas de mártires e milhares de feridos e detidos, e a fim de alcançar a vitória contra os inimigos internos e externos e de se opor às tentativas abortadas para esmagar estes sacrifícios, constituiu-se "a Frente do 14 de Janeiro" como um quadro político que se dedicará a fazer avançar a revolução do nosso povo rumo à realização dos seus objectivos e a opor-se às forças da contra-revolução. Este quadro compreende os partidos, as forças e organizações nacionais progressistas e democráticas.

As tarefas urgentes desta Frente são:

1- Fazer cair o governo actual de Ghannouchi ou todo governo que incluísse símbolos do antigo regime, que aplicou uma política anti-nacional e anti-popular e serviu os interesses do presidente derrubado.

2- A dissolução do RCD e o confisco da sua sede, dos seus bens, haveres e fundos financeiros uma vez que eles pertencem ao povo.

3- A formação de um governo interino que desfrute da confiança do povo e das forças progressistas militantes políticas, associativas, sindicais e da juventude.

4- A dissolução da Câmara dos Representantes e do Senado, de todo os órgãos fictícios actuais e do Conselho Superior da Magistratura e o desmantelamento da estrutura política do antigo regime e a preparação das eleições para uma assembleia constituinte num prazo máximo de um ano a fim de formular uma nova constituição democrática e fundar um novo sistema jurídico para enquadrar a vida pública que garanta os direitos políticos, económicos e culturais do povo.

5- Dissolução da polícia politica e adopção de uma nova política de segurança fundada no respeito dos direitos do homem e na superioridade da lei.

6- O julgamento de todos aqueles que são culpáveis de roubo dos dinheiros do povo, daqueles que cometeram crimes contra o mesmo como a repressão, o aprisionamento, a tortura e a humilhação – da tomada de decisão à execução – e finalmente de todos aqueles que são voltados para a corrupção e o desvio de bens públicos.

7- A expropriação da antiga família reinante e dos seus próximos e associados e de todos os funcionários que utilizaram a sua posição para enriquecerem-se a expensas do povo.

8- A criação de empregos para os desempregos e medidas urgentes para conceder uma indemnização de desemprego, uma maior cobertura social e a melhoria do poder de compra para os assalariados.

9- A construção de uma economia nacional ao serviço do povo em que os sectores vitais e estratégicos estejam sob a supervisão do Estado e a re-nacionalização das instituições que foram privatizadas e a formulação de uma política económica e social que rompa com a abordagem liberal capitalista.

10- A garantia das liberdades públicas e individuais, em particular da liberdade de manifestar e de se organizar, a liberdade de expressão, da imprensa, da informação e do pensamento; a libertação dos detidos e a promulgação de uma lei de amnistia.

11- A Frente saúda o apoio das massas populares e das forças progressistas no mundo árabe e no mundo inteiro à revolução na Tunísia, e convida-as a prosseguirem o seu apoio por todos os meios possíveis.

12- A resistência à normalização com a entidade sionista e sua penalização e o apoio aos movimentos de libertação nacional no mundo árabe e no mundo inteiro.

13- A Frente conclama todas as massas populares e as forças nacionalistas e progressistas a prosseguirem a mobilização e a luta sob todas as formas de protesto legítimo, em particular na rua até a obtenção dos objectivos propostos.

14- A Frente saúda todos os comités, as associações a formas de auto-organização popular e convida-os a ampliar o seu círculo de intervenção a tudo o que se refira à condução dos assuntos públicos e aos diversos aspectos da vida quotidiana.

Glória aos mártires da Intifada e Vitória às massas revolucionárias do nosso povo.

Tunísia, 20 de Janeiro de 2011.
O original encontra-se em http://www.ptb.be/nieuws/artikel/tunisie-front-du-14-janvier.html

Este documento encontra-se em http://resistir.info/ .

Egipto: Protestos prosseguem apesar de demissão do governo

Manifestantes exigem demissão de Mubarak que tentou apaziguá-los dissolvendo o governo. Pelo menos 72 pessoas já morreram. O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, afirma que Hosni Mubarak não é um ditador.
Foto Al Jazeera, FlickR

Milhares de manifestantes voltaram a tomar as ruas nas principais cidades do Egipto, na manhã deste sábado, pedindo a renúncia do presidente Hosni Mubarak. É o quinto dia consecutivo de protestos. O discurso de Mubarak, emitido pela televisão, e anunciando a demissão do governo, não parece ter tido qualquer efeito nos manifestantes, que insistem que o presidente, de 82 anos, que ocupa o cargo desde 1981, é que deve sair.
Por toda a capital, Cairo, as forças policiais atacam os manifestantes com gás lacrimogéneo e tiros de balas de borracha e reais. Durante a noite, o Exército tomou posição em torno de edifícios governamentais e outros, como o museu nacional do Cairo, que fica perto da sede do partido governamental e que foi incendiada pelos manifestantes na sexta-feira. Até agora, o Exército não interveio nas manifestações e os manifestantes aplaudiram os militares quando estes tomaram posição. Na cidade de Suez, o correspondente da Al Jazira ouviu de um oficial do Exército que as tropas não vão disparar uma só bala sobre egípcios, independentemente das ordens que cheguem e de quem as dê. O mesmo oficial disse que a única solução que via era a saída de Mubarak.
Demissão do governo
No primeiro pronunciamento desde o início das manifestações, Hosni Mubarak foi à televisão anunciar que decidiu dissolver o governo, e que vai nomear um novo gabinete ainda neste sábado.
Mas defendeu a actuação da polícia na repressão das manifestações e afirmou que não permitirá que o Egipto, país tão importante para o norte da África e o Médio Oriente, seja desestabilizado.
"Não é por incendiarem e atacarem edifícios públicos e privados que atingiremos as aspirações do Egipto e dos seus filhos, mas através do diálogo, da compreensão e do esforço", disse.
Enquanto Mubarak falava, milhares de manifestantes desafiavam o toque de recolher decretado no país na sexta-feira.
Mais de 70 mortes
Segundo as contas da Al Jazira, pelo menos 72 pessoas já morreram nas manifestações (23 mortes confirmadas em Alexandria, 27 no Suez e 22 no Cairo). Só nas manifestações desta sexta-feira, mais de mil pessoas ficaram feridas. Alguns dos corpos que deram entrada na morgue de Alexandria estavam brutalmente desfigurados.
Para o ex-director da Agência Internacional de Energia Atómica Mohamed El Baradei, que chegou ao Cairo na sexta para apoiar os protestos, o discurso do presidente Mubarak foi "praticamente um insulto à inteligência das pessoas." El Baradei foi posto sob prisão domiciliar pouco depois de chegar.
Biden diz que Mubarak não é ditador
Num discurso transmitido pela televisão logo depois do pronunciamento de Mubarak, o presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ter conversado com o presidente egípcio, a quem pediu que respeite os direitos do povo egípcio e evite usar violência contra os manifestantes pacíficos.
Obama pediu a Mubarak que tome "medidas concretas que avancem com os direitos do povo egípcio" e cumpra as promessas de reforma no país.
"Certamente, tempos difíceis virão, mas os Estados Unidos vão continuar a defender os direitos do povo egípcio e a trabalhar com o governo do país para um futuro mais justo, mais livre e mais esperançoso", afirmou.
O Egipto é o quarto principal destinatário de ajuda americana, atrás apenas do Afeganistão, do Paquistão e de Israel.
Apenas um dia antes, o vice-presidente, Joe Biden, afirmara em entrevista ao programa NewsHour, da PBS, que Hosni Mubarak não é um ditador e não precisa deixar o cargo.
O apresentador do NewsHour, Jim Lehrer, perguntou a Biden se havia chegado a hora “de o presidente Mubarak, do Egipto, partir. “ Biden respondeu: ”Não. Eu acho que chegou o momento de o presidente Mubarak começar a mover-se na direcção de ser mais sensível a algumas das necessidades das pessoas lá fora”.
Perguntado se poderia caracterizar Mubarak como um ditador, Biden respondeu: “Mubarak foi um aliado nosso numa série de coisas. E ele foi muito responsável, em relação ao interesse geopolítico na região, por esforços de paz no Médio Oriente; o Egipto tomou medidas para normalizar relações com Israel… Eu não o chamaria de ditador”.

sábado, janeiro 29, 2011

Crise no Egito

Presidente Mubarak demite Governo e anuncia reformas

Confrontos entre Polícia e manifestantes ao rubro nas principais cidades do Egito. Exército foi chamado a intervir, mas populares desafiam recolher obrigatório e estão a aclamar os tanques dos militares. Quatro dias de protesto contra o Presidente Hosni Mubarak já fizeram pelo menos 43 mortos e 870 feridos. País está isolado do mundo, após um bloqueio de telecomunicações sem precedentes. Clique para visitar o dossiê Crise no Egito  

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Egipto: Mubarak em xeque

Protestos não param nem de noite, apesar das mil prisões e seis mortes. Facebook é principall ferrramente da mobilização. El Baradei diz que vai ao Cairo participar dos protestos. Esquadra de polícia incendiada. EUA pedem calma.
Nem de noite pararam os protestos. Foto Al Jazira, FlckR

As manifestações no Egipto não deram trégua ao governo e, apesar da proibição e das prisões efectuadas pela polícia – terão sido mais de mil pessoas detidas – prosseguiram durante toda a noite e nesta quinta-feira. Pelo menos seis pessoas já morreram devido à repressão da polícia.
Há relatos de confrontos durante a noite em bairros próximos à região central do Cairo, onde se concentram os grandes protestos que exigem a renúncia do presidente, Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Na cidade de Suez, manifestantes incendiaram um posto de polícia.
Os protestos no Egipto começaram na terça-feira e foram inspirados no levante popular na Tunísia que, há duas semanas, derrubou o presidente, que estava no poder havia 23 anos.
A rede social Facebook está a ser a principal ferramenta usada para convocar os protestos. “Filhos do Egipto, tomem as ruas”, é a mensagem que se espalha pela rede, impulsionada pelo grupo Jovens de 6 de Abril. O twitter, outra ferramenta essencial, foi bloqueada pelas autoridades, mas na manhã de quinta já voltou a funcionar.
Baradei diz que apoia manifestações
O opositor egípcio Mohamed El Baradei, ex-director da Agência Internacional de Energia Atómica e Nobel da Paz em 2005, que vive em Viena, afirmou que vai ainda esta quinta-feira juntar-se à vaga de protestos
“Vou voltar ao Cairo e às ruas porque, na verdade, não há eleições. Temos toda esta gente nas ruas e esperamos que as coisas não fiquem feias mas, até agora, parece que o regime não entendeu a mensagem”, afirmou El Baradei em declarações ao site “The Daily Beast”.
El Baradei criou no Egipto em Fevereiro passado a Associação Nacional para a Mudança – uma plataforma política lançada para a campanha presidencial deste ano. Para ele, “muitos egípcios já não toleram mais o Governo actual”, nem mesmo por um período de transição.
Boatos sobre Mubarak
Entretanto, circulam os mais desencontrados boatos sobre o paradeiro do presidente Mubarak, que ainda não foi visto desde o início dos protestos.
O filho do presidente, Gamal Mubarak, de 47 anos, apontado como sucessor do pai Hosni, de 82 anos, foi visto numa reunião partidária no Cairo, não se confirmando a sua fuga. Mas ninguém sabe onde está o presidente – se no Cairo ou na residência de Verão de Sharm el-Sheikh.
Apenas o primeiro-ministro, Ahmed Nazif, apareceu para dizer que o povo pode manifestar-se pacificamente, mas que a polícia intervirá com força para proteger a segurança nacional.
Esperam-se grandes manifestações nesta sexta-feira, depois das orações, que já estão a ser convocadas.
EUA apelam à calma
Em Washington, a secretária de Estado Hillary Clinton, que considera Mubarak um aliado vital no Médio Oriente, apelou à calma e pediu ao governo egípcio que promova reformas que vão no sentido exigido pelos manifestantes.
“Acreditamos que o governo egípcio tem uma importante oportunidade neste momento de implementar reformas políticas, económicas e sociais para responder às legítimas necessidades e interesses do povo egípcio”, disse Clinton.
O Egipto recebe anualmente dos EUA uma ajuda militar de 1.300 milhões de dólares, apenas inferior à que a Casa Branca dá a Israel.
A população do Egipto é de 80 milhões de pessoas, e cresce à razão de 2% ao ano. Dois terços da população têm menos de 30 anos, e é nessa faixa etária que estão 90% dos desempregados. Cerca de 40% da população vive com menos de 2 dólares por dia.
Protestos espalham-se nos países árabes
Nesta quinta-feira também houve manifestações no Iémen, onde milhares de pessoas foram às ruas da capital Sanaa para exigir a renúncia do presidente, Ali Abdullah Saleh, no poder há mais de 30 anos.
Relatos vindos do país dão conta de que há manifestações em quatro diferentes pontos da cidade.
Organizadores convocaram estudantes e a sociedade civil para protestar contra a corrupção e as políticas económicas.
Jordânia e Argélia também vêm enfrentando manifestações, embora em menor escala, reprimidas pelas forças de segurança destes países.

quarta-feira, janeiro 26, 2011


Algarvios unem-se em bloco contra portagens na Via do Infante
Todos os municípios, associações do comércio, da hotelaria e restauração, sindicais e empresariais estão a juntar-se em bloco contra a introdução de portagens no Algarve. Macário Correia critica direcções nacionais do PS e PSD por "dizerem uma coisa hoje e fazerem outra amanhã".
Mário Lino, correspondente no Algarve (www.expresso.pt)
16:52 Quarta feira, 26 de Janeiro de 2011


Estrada Nacional 125 não é alternativa, diz a Frente Comum contra as Portagens na Via do Infante. Governo mantém-se intransigente mas algarvios dizem que caso é totalmente diferente das outras SCUT.
Mário Lino
A nível regional os partidos políticos tiveram discursos políticos muito claros ao longo do tempo e na campanha para as legislativas de 2009 também todos os partidos se comprometeram com essa mesma atitude do não à introdução de portagens, todavia no discurso recente e na votação da Assembleia da República fizeram ao contrário. Nós assim não podemos acreditar em pessoas que dizem uma coisa hoje e fazem outra amanhã".
As palavras, de Macário Correia, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) valem tanto para o PS como para o PSD e sintetizam o descontentamento generalizado dos algarvios, assolados por uma das mais graves crises de desemprego de que há memória, perante a hipótese de o Governo portajar até Abril a Via do Infante.
Após um início liderado apenas pela Comissão de Utentes, conotada por alguns - incluindo o próprio Macário Correia - com o Bloco de Esquerda (o presidente, João Vasconcelos, pertence ao BE), agora, tal como em 2004, os algarvios voltam a estar unidos em torno de um objectivo comum: demonstrar que para casos diferentes, não pode haver tratamento igual.
Este é um dos argumentos principais da AMAL, Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação de Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA), Confederação dos Empresários do Algarve (CEAL), União Geral de Trabalhadores (UGT), Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e Comissão de Utentes da Via do Infante.
Depois de uma petição com perto de 14 mil assinaturas, entregue já este mês na Assembleia da República, para tentar travar o processo, os contestários explicam agora de novo as razões, num manifesto público.
"É um caso diferente porque não existe alternativa à Via do Infante, a 125 é uma rua não é uma estrada, por outro lado porque foi construída com fundos europeus há cerca de 20 anos e não de acordo com o modelo SCUT, há apenas uma pequena parte onde isso se aplica e por último porque isso nos vai criar uma situação de grande desigualdade com Espanha, porque o Algarve tem circunstâncias muito especiais na actividade turística", explica Macário Correia. 
EN125 é Estrada da Morte 

A plataforma de luta contra as portagens na A22 voltou hoje a argumentar que a cobrança vai fazer aumentar a sinistralidade na EN125, prejudicar a economia do Algarve, além de não haver uma alternativa viável à Via Infante.
Frisando que a EN125, que será sujeita a uma intervenção até 2013, se trata de uma das vias "mais perigosas da Europa", a plataforma considera que o previsível aumento do tráfego após a introdução de portagens na A22 vai fazer subir o número de vítimas de acidentes rodoviários nessa via, onde morre uma média de 30 pessoas por ano, tornando-a na "segunda mais mortífera do país", segundo dados ministério das Obras Públicas citados no manifesto, a que o Expresso teve acesso. 
Outra das preocupações da plataforma refere-se ao "congestionamento da via, sobretudo no verão, com todas as implicações que daí advêm em termos de poluição e muitas horas de perda de tempo, tanto para os locais como para os turistas. "Imagine-se a dimensão que os engarrafamentos em julho e agosto poderão atingir, bem como as suas repercussões na imagem e na atratividade da principal região turística do país", questionam os representantes anti-portagens.
 A plataforma conjunta vai fazer um fórum público a 19 de Fevereiro no Auditório do NERA em Loulé, com especialistas em mobilidade, para discutir o tema e tem também prevista uma marcha lenta na Ponte do Guadiana, juntando associações espanholas da raia fronteiriça até Huelva, que se têm manifestado, segundo a Comissão de Utentes da Via do Infante, bastante receptivas aos protestos dos algarvios.

Plataforma contra pagamento na A22 divulga manifesto e organiza fórum

A apresentação de um manifesto na terça feira e a realização de um fórum em fevereiro são os próximos passos da plataforma de luta contra as portagens na Via do Infante (A22).

A plataforma, que junta a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais, a Comissão de Utentes da A22 e duas estruturas sindicais, decidiu esta segunda feira, por unanimidade, avançar com aquelas duas medidas e, entretanto, aguardar que o ministro das Obras Pública a receba, tendo já pedido uma reunião.

Na reunião de ontem à noite, "acordámos em duas coisas: divulgar um manifesto com a nossa argumentação principal e fazer, no dia 19 de fevereiro, às 15:00 horas, um fórum-debate, que terá lugar em Loulé, na NERA [Associação Empresarial da Região do Algarve], com intervenção de alguns especialistas da área da economia, economia regional e mobilidade, que irão fazer um conjunto de intervenções técnicas sobre esta matéria", revelou o presidente da AMAL, Macário Correia, após a reunião realizada na sede do organismo em Faro.

Numa breve síntese das decisões tomadas na reunião, Macário Correia acrescentou que a plataforma irá "convidar para participar nessa reunião todas as forças, empresariais, políticas e sociais da região".

"Entretanto, aguardamos que o ministro das Obras Públicas nos receba, tendo em conta o pedido de reunião que fizemos há uma semana", lembrou.

Há uma semana, após a criação da plataforma de entendimento entre as nove entidades, Macário Correia explicou que "as nove instituições subscreveram a mesma estratégia para se começar a tratar da luta contra as portagens de uma forma convergente e consensual”, acrescentando que isso é uma coisa "nunca conseguida, salvo em 2004”.

Macário Correia asseverou, na altura, que o “grupo vai manter-se unido e ativo, com reuniões regulares" e adiantou que o documento técnico visa explicar à opinião pública “o facto de haver um conjunto de singularidades no Algarve” e garantir que a região não quebrará a “solidariedade” com as “dificuldades económicas do país” ou “com qualquer outra região”.

“Há razões intrínsecas que o Algarve tem, em relação ao turismo, em relação ao facto de não ter uma via alternativa, em relação ao aumento de sinistralidade na EN125 que pode ser gerado pelo facto de a A22 ser portajada, que têm de ser tecnicamente explicadas”, argumentou também Macário Correia.

  Diário Online/ Lusa

Plataforma regional anti-portagens chega a entendimento

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Logótipo contra a introdução de portagens na Via do Infante

Depois de ontem se terem voltado a reunir na sede da Comunidade Intermunicipal do Algarve (Amal), em Faro, as cinco associações empresariais da região (AHETA, AIHSA, Nera, Ceal e Acral), a Comissão de Utentes da A22, as estruturas sindicais CGTP e UGT e a própria Amal tornaram finalmente público, esta terça-feira, o manifesto que oficializa a união das forças algarvias para travar o pagamento da A22.
Sem nenhum logótipo principal, o documento começa por atribuir ao PS e ao PSD responsabilidades na introdução de portagens na Via do Infante, sem que estejam concluídas as obras de requalificação da EN125, de forma a torná-la numa alternativa.

Além dos efeitos negativos que as portagens poderão ter ao nível do turismo e da atratividade económica da região, as entidades subscritoras alertam que o previsível aumento de transito na EN125 voltará a aumentar a sinistralidade naquela que é considerada «uma das estradas mais mortíferas da Europa».

Na mesma linha, o manifesto lembra não existirem ainda, no Algarve, alternativas credíveis de mobilidade, apontando como exemplo a falta de modernização do eixo ferroviário do Algarve.

Reiterando que o Algarve «não pretende um tratamento de privilégio», as nove entidades subscritoras do manifesto, que será entregue ao Governo, concluem que, no quadro atual, «não existem condições para a introdução de portagens».
Barlavento

Portagens: Plataforma de luta aponta motivos contra pagamento na A22


A plataforma de luta contra as portagens na A22 argumenta que a cobrança vai fazer aumentar a sinistralidade na EN125, prejudicar a economia do Algarve, além de não haver uma alternativa viável à Via Infante.
 
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Estas justificações foram divulgadas hoje num manifesto que apresenta a argumentação para a oposição das nove entidades que compõem a plataforma - Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais algarvias, Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) e duas estruturas sindicais - tal como tinha sido anunciado na segunda feira, após uma reunião na sede da AMAL.
No comunicado, a plataforma recorda que a introdução de portagens foi decidida pelo Governo PS, com o apoio do PSD, "contrariando anteriores compromissos políticos que vinculavam a medida à existência de alternativa" à Via Infante.
"O traçado da EN125 é caracterizado pelo atravessamento de muitas povoações e localidades densamente povoadas, cruzamentos, semáforos e passadeiras, e o projeto da sua requalificação prevê a criação de mais 84 rotundas. Em resumo, é muito mais uma rua que propriamente uma estrada", entende a plataforma, frisando que se trata de uma das vias "mais perigosas da Europa".
No comunicado a plataforma recorda ainda a alta sinistralidade que se regista na EN125 e considera que o previsível aumento do tráfego após a introdução de portagens na A22 vai fazer subir o número de vítimas de acidentes rodoviários nessa via, onde morre uma média de 30 pessoas por ano, tornando-a na "segunda mais mortífera do país", segundo dados ministério das Obras Públicas citados no texto.
Outra das preocupações da plataforma refere-se ao "congestionamento da via, sobretudo no verão, com todas as implicações que daí advêm em termos de poluição e muitas horas de perda de tempo, tanto para os locais como para os turistas".
"Imagine-se a dimensão que os engarrafamentos em julho e agosto poderão atingir, bem como as suas repercussões na imagem e na atratividade da principal região turística do país", questiona a plataforma.
As nove entidades defendem, por isso, que a introdução de portagens na A22 terá "implicações negativas na atividade turística e na economia da região, contribuindo para o agravamento da atual crise".
O comunicado está assinado por todas as entidades: AMAL, Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), Associação de Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA), Confederação dos Empresários do Algarve (CEAL), União Geral de Trabalhadores (UGT), Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e Comissão de Utentes da Via do Infante.
Na reunião de segunda feira, a plataforma decidiu ainda realizar um fórum debate, a 19 de fevereiro, em Loulé, no auditório do NERA, com especialista de economia e mobilidade, aguardando entretanto pela resposta do ministro das Obras Públicas, António Mendonça, ao pedido de reunião feito na semana passada, após o acordo que deu lugar à constituição da plataforma.
Observatório do Algarve

Portagens: Plataforma contra pagamento na A22 divulga manifesto e organiza fórum


A apresentação de um manifesto e a realização de um fórum em fevereiro são os próximos passos da plataforma de luta contra as portagens na Via do Infante (A22), que reúne nove entidades.
 
Portagens: Plataforma contra pagamento na A22 divulga manifesto e organiza fórum
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A plataforma, que junta a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais, a Comissão de Utentes da A22 e duas estruturas sindicais, decidiu na segunda feira, numa reunião em Faro, por unanimidade, avançar com aquelas duas medidas e, entretanto, aguardar que o ministro das Obras Pública a receba, tendo já pedido uma reunião.
"Acordámos em duas coisas: divulgar um manifesto com a nossa argumentação principal e fazer, no dia 19 de fevereiro, às 15h00, um fórum-debate, que terá lugar em Loulé, na NERA [Associação Empresarial da Região do Algarve], com intervenção de alguns especialistas da área da economia, economia regional e mobilidade, que irão fazer um conjunto de intervenções técnicas sobre esta matéria", revelou à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (CIA/AMAL), Macário Correia, após a reunião realizada na sede do organismo.
Numa breve síntese das decisões tomadas na reunião, o autarca acrescentou que a plataforma irá "convidar para participar nessa reunião todas as forças, empresariais, políticas e sociais da região".
"Entretanto, aguardamos que o ministro das Obras Públicas nos receba, tendo em conta o pedido de reunião que fizemos há uma semana", lembrou.
Recorde-se que as nove entidades envolvidas na plataforma subscreveram a mesma estratégia “para se começar a tratar da luta contra as portagens de uma forma convergente e consensual", acrescentando que isso é uma coisa "nunca conseguida, salvo em 2004", segundo Macário Correia.
O autarca asseverou, na altura, que o "grupo vai manter-se unido e ativo, com reuniões regulares" e adiantou que o documento técnico visa explicar à opinião pública "o facto de haver um conjunto de singularidades no Algarve" e garantir que a região não quebrará a "solidariedade" com as "dificuldades económicas do país" ou "com qualquer outra região".
"Há razões intrínsecas que o Algarve tem, em relação ao turismo, em relação ao facto de não ter uma via alternativa, em relação ao aumento de sinistralidade na EN125 que pode ser gerado pelo facto de a A22 ser portajada, que têm de ser tecnicamente explicadas", argumentou Macário Correia.
Observatório do Algarve

Plataforma contra pagamento na A22 divulga manifesto e organiza fórum

A apresentação de um manifesto na terça-feira e a realização de um fórum em Fevereiro são os próximos passos da plataforma de luta contra as portagens na Via do Infante (A22).A plataforma, que junta a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), cinco associações empresariais, a Comissão de Utentes da A22 e duas estruturas sindicais, decidiu hoje, numa reunião em Faro, por unanimidade, avançar com aquelas duas medidas e, entretanto, aguardar que o ministro das Obras Pública a receba, tendo já pedido uma reunião.
«Acordámos em duas coisas: divulgar um manifesto com a nossa argumentação principal e fazer, no dia 19 de Janeiro, às 15h, um fórum-debate, que terá lugar em Loulé, na NERA [Associação Empresarial da Região do Algarve], com intervenção de alguns especialistas da área da economia, economia regional e mobilidade, que irão fazer um conjunto de intervenções técnicas sobre esta matéria», revelou à Lusa o presidente da AMAL, Macário Correia, após a reunião realizada na sede do organismo.
Numa breve síntese das decisões tomadas na reunião, Macário Correia acrescentou que a plataforma irá «convidar para participar nessa reunião todas as forças, empresariais, políticas e sociais da região».
«Entretanto, aguardamos que o ministro das Obras Públicas nos receba, tendo em conta o pedido de reunião que fizemos há uma semana», lembrou.
Há uma semana, após a criação da plataforma de entendimento entre as nove entidades, Macário Correia explicou que «as nove instituições subscreveram a mesma estratégia para se começar a tratar da luta contra as portagens de uma forma convergente e consensual», acrescentando que isso é uma coisa «nunca conseguida, salvo em 2004».
Macário Correia asseverou, na altura, que o «grupo vai manter-se unido e activo, com reuniões regulares» e adiantou que o documento técnico visa explicar à opinião pública «o facto de haver um conjunto de singularidades no Algarve» e garantir que a região não quebrará a «solidariedade» com as «dificuldades económicas do país» ou «com qualquer outra região».
«Há razões intrínsecas que o Algarve tem, em relação ao turismo, em relação ao facto de não ter uma via alternativa, em relação ao aumento de sinistralidade na EN125 que pode ser gerado pelo facto de a A22 ser portajada, que têm de ser tecnicamente explicadas», argumentou Macário Correia.

Sol/Lusa

Algarve une esforços e prepara “luta rija” contra portagens

Desde as câmaras municipais às associações empresariais e sindicais da região, todos no Algarve estão unidos na luta contra a introdução de portagens na Via do Infante. Para começar, está prevista uma marcha lenta na ponte do Guadiana, mas a comissão de utentes pondera ir ainda mais longe, pois entende que “só fortes manifestações de luta no terreno” poderão fazer cair por terra uma medida “injusta e ilegal”.
Até 15 de abril, data limite anunciada pelo governo para a introdução de portagens nas scut, o Algarve promete organizar muitos protestos para mostrar o seu descontentamento e revolta.
Depois da aparente apatia dos últimos meses, a região está agora unida em torno desta causa, tendo sido mesmo criada uma plataforma de entendimento contra as portagens na Via do Infante.
Esta plataforma inclui nove entidades, entre as quais a Comunidade Intermunicipal do Algarve (que engloba as 16 câmaras municipais da região), as principais associações empresariais (AHETA, AIHSA, NERA, CEAL e ACRAL), assim como os sindicatos (CGTP e UGT) e a comissão de utentes da Via do Infante.
(Texto publicado na íntegra na última edição do Jornal do Algarve – 20 de janeiro)
NC/JA

terça-feira, janeiro 25, 2011

Miguel Portas: “Até quando aguentarão o desemprego?”

Miguel Portas respondeu em directo, no Esquerda.net, a perguntas sobre as presidenciais, sobre o FMI e sobre os despedimentos mais baratos anunciados pelo Governo. Sobre isto Portas lembrou que despedir não é difícil, nem aqui nem em Espanha onde a taxa de desemprego já vai em 20%.
Miguel Portas: “Até quando aguentarão o desemprego?”
Miguel Portas respondeu em directo às questões colocadas pelos leitores do Esquerda.net.
A primeira de muitas questões que chegaram à redacção do Esquerda.net, incidiu sobre o timing e o conteúdo do anúncio feito esta segunda-feira pelo Governo aos parceiros sociais sobre uma redução do valor das indemnizações no caso de despedimento. Miguel Portas respondeu à questão comentando que de facto o timing do anúncio da medida, dia seguinte às eleições presidenciais ganhas pelo candidato da direita Cavaco Silva, é curioso. Mas o anúncio traduz sobretudo a “insensibilidade social do Governo”, disse.
Quanto à medida em concreto o eurodeputado do Bloco lembrou o “flagelo” do desemprego e as declarações da Ministra do Trabalho que disse que o que está em causa é uma medida que colocará o mercado de trabalho português tão competitivo como o da Espanha. Respondendo a isto, Portas referiu que em Espanha não há dificuldades em despedir e que a elevadíssima taxa de desemprego, que subiu de 8 para 20 por cento, é exemplo disso. “Até quando vão aguentar o desemprego?” , perguntou o eurodeputado, sublinhando que em Espanha “eles querem liberalizar os despedimentos ainda mais”. [Com a proposta do Governo] “aqui já sairá 33% mais barato despedir. Onde chegaremos?”
Reiterando que as regras do mundo do trabalho em Espanha não são exemplo a seguir, Portas lembrou uma contradição: “é que em Espanha, ainda assim, um trabalhador despedido ainda tem direito a subsídio de desemprego, mas aqui, temos metade dos desempregados sem qualquer apoio social”.
“Perdemos um combate, não perdemos a guerra”
Questionado sobre o tema das presidenciais, Miguel Portas defendeu que “o sucesso ou o insucesso não se define pelo número de votos”, mas sim pela 2.ª volta. Neste caso, Manuel Alegre falhou porque não conseguiu chegar à 2.ª volta, disse, embora fosse “o mais bem posicionado” para isso. Portas defendeu ainda que o insucesso foi apenas de 3 por cento (Cavaco Silva obteve 53 por cento dos votos) e isso “vale mais do que os 20 por cento de Alegre”, reiterou.
Questionado sobre se o Bloco continuaria a apoiar candidatos independentes no futuro, Miguel Portas afirmou que não há destino para esse formato até porque não é esse o critério. E explicou que o problema para o Bloco é “a construção de frentes o mais alargadas possíveis para o combate de problemas concretos”. Neste caso, a candidatura de Manuel Alegre permitiu alianças “contra a ideia da resolução da dívida do défice à custa da Educação e da Saúde públicas”. “Perdemos um combate, não perdemos a guerra”, afirmou Portas.
Miguel Portas disse também que mesmo que tivesse havido uma convenção extraordinária do Bloco, o apoio a Manuel Alegre seria o escolhido pois continuaria a ser considerado o mais bem posicionado para a disputa de uma 2.ª volta com Cavaco Silva e o candidato que conta “nas questões hoje decisivas “, isto é, “na defesa do estado social”. “Não há derrota das razões políticas que nos levaram a apoiar Manuel Alegre”, defendeu o eurodeputado, acrescentando que o Bloco foi até dos partidos “a melhor manter a sua base eleitoral” e rejeitando a ideia da dissolução do eleitorado bloquista.
Depois destas eleições presidenciais, “Sócrates mal pode esperar” pela ofensiva do Bloco, disse Miguel Portas, afirmando que o Bloco irá continuar o seu combate e “reunir o máximo de forças para bater nas linhas, nas fronteiras que definem a política”, e que hoje se traduzem na luta contra a austeridade.
Além disto, Miguel Portas comentou a elevada abstenção, atribuindo-a sobretudo ao descontentamento crescente na política – “Vivemos tempos em que há realmente uma discrepância entre o que se diz e o que se faz, por isso o descontentamento é compreensível” – e disse que esta ajudou Cavaco Silva, tal como os votos em branco. O que se verifica, defende Portas, é que “ a política enquanto instância de decisão está a falhar como meio de resolução dos problemas das pessoas”.
Cavaco Silva, o “ex-imaculado”
“Se há uma consequência desta eleição foi Cavaco Silva ter passado ao estatuto de ‘ex-imaculado’”, afirmou Miguel Portas que espera que a comunicação social continue a investigação sobre a fuga ao imposto da sisa por parte de Cavaco Silva – “o país não pode ter como Presidente da República alguém que foge aos impostos”. Para Portas, Cavaco Silva terá de se confrontar com esta questão ainda antes do início do seu novo mandato e terá de se explicar inequivocamente, aliás, “o silêncio de Cavaco foi um factor da abstenção” nestas eleições, acrescentou.
“FMI já está e não está aqui”
Respondendo à questão sobre se o Bloco irá causar uma crise política por causa da entrada do FMI no país, Miguel Portas respondeu que o “FMI já está e não está aqui”, porque, segundo o eurodeputado, “as soluções ‘PEC’ já são medidas à FMI”. Aliás, “ se o FMI vier, virá com o PEC IV”, afirmou Miguel Portas, reiterando que as medidas que o FMI obrigará a tomar inscrevem-se nas linhas das medidas de austeridade já aprovadas pelo Governo com o apoio do PSD.
“O FMI traz juros baixos à custa de salários ainda mais baixos e mais despedimentos, diz que o desemprego tem como solução baixar os salários e os baixos salários são condição para ter juros mais baixos” – isto é o esquema do FMI, diz Portas, que o Bloco rejeita. “Recusamos este esquema e é contra ele que queremos juntar forças”.
Esquerda.net

domingo, janeiro 23, 2011

“Não havia outra personalidade capaz de derrotar Cavaco Silva”

Francisco Louçã reconhece que o objectivo de levar as presidenciais para a segunda volta e para a vitória de Alegre não foi obtido, mas adverte a direita para que não tenha demasiado apetite para chegar ao poder.
Foto de Ana Feijão

Falando na sede do seu partido, na R. da Palma em Lisboa, o coordenador do Bloco de Esquerda destacou que os resultados eleitorais, que deram a vitória do actual presidente na primeira volta, mostraram também que era a candidatura de Manuel Alegre que mais condições tinha de derrotar Cavaco Silva. “Quero saudar a campanha e fazer chegar a Manuel Alegre um abraço fraterno”, disse Louçã.
Falando em seguida sobre o futuro pós-eleições, Louçã afirmou que é necessária muita coragem num momento em que Portugal está a ser alvo de um ataque especulativo por parte dos mercados financeiros, que querem empurrar o país para o FMI, e também a sofrer com uma política de austeridade que corta os salários dos trabalhadores da administração pública.
O coordenador do Bloco de Esquerda registou que a direita, o PSD e o CDS, já estão a “afiar as facas” diante da expectativa de assaltar o poder. “A direita tem um grande apetite”, ironizou. Para enfrentá-los, afirmou, será necessária a resposta de uma esquerda forte, uma esquerda grande na qual o Bloco de Esquerda está empenhado. “O Bloco de Esquerda está mais forte e mais capaz”, assegurou.
Louça sublinhou ainda que a candidatura de Manuel Alegre não foi uma candidatura de partidos, “foi uma candidatura que deu resposta ao FMI e aos mercados financeiros, contra a austeridade e os cortes de salários”, bem como em defesa dos serviços públicos.
“No momento em que o governo aumentava as taxas moderadoras, a candidatura de Manuel Alegre fez uma defesa clara do Serviço Nacional de Saúde”, enfatizou Louçã, afirmando que “José Sócrates abre o passo à direita quando corta os salários dos trabalhadores. Combater esta política é o papel do Bloco de Esquerda”.