terça-feira, novembro 27, 2012

Protesto-Buzinão: um ano com portagens!

Orçamento do Estado para 2013 é "impraticável e inconstitucional"

A coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins adiantou esta terça feira que a manifestação contra o Orçamento do Estado para 2013 (OE'2013) em frente ao Parlamento fez ouvir "a voz de um país inteiro que não aguenta mais austeridade". Bloco apela à “convergência” da oposição para pedir fiscalização da constitucionalidade do OE'2013.
Foto de Miguel A. Lopes, Lusa.
A dirigente bloquista frisou, em declarações à agência Lusa, que os deputados e deputadas do Bloco, que votaram contra o OE'2013, estão "solidários" com a manifestação convocada pela CGTP que reuniu milhares de pessoas em São Bento.
A coordenadora do Bloco frisou que protestos populares como este "fazem diferença" e que a luta contra o OE'2013 "não está encerrada".
O documento é "impraticável e inconstitucional", salientou Catarina Martins, adiantando que o executivo do PSD/CDS-PP "é um governo sem legitimidade, que se contradiz e assente numa coligação que não se entende". "É mais do que óbvia a falta de legitimidade e a fratura da sua base de apoio", rematou.
Bloco apela à “convergência” da oposição para pedir fiscalização da constitucionalidade do OE'2013
“Este seria o momento para o Presidente da República atuar. Porque este orçamento é incompetente e inconstitucional. Mas não ficaremos à espera que o faça. A oposição pode pedir a fiscalização da constitucionalidade do orçamento do Estado. Apelamos a essa convergência”, afirmou a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, durante o debate parlamentar.
“O debate não está encerrado porque não há ninguém que defenda este orçamento. Nem mesmo a maioria, que tenta assobiar para o lado com eventuais declarações de voto do PSD e anunciados amuos e desamuos do CDS”, adiantou ainda.
PCP ponderará pedir a fiscalização do OE'2013 depois de o Presidente da República se pronunciar
"Nós já dissemos claramente que este Orçamento contém inconstitucionalidades, isso para nós é muito claro e não fugiremos à utilização de todos os mecanismos constitucionais que tenhamos ao nosso dispor para combater este orçamento", adiantou o deputado comunista António Filipe, acrescentando, contudo, que "neste momento, quem tem que decidir sobre essa matéria é o Presidente da República" que "não deve fugir às suas responsabilidades".
Secretário-geral do PS não se compromete com pedido de fiscalização da constitucionalidade do OE'2013
António José Seguro não assumiu, até à data, qualquer compromisso de se unir ao PCP, Bloco e, inclusive, a alguns deputados do Partido Socialista que já adiantaram que irão pedir a fiscalização sucessiva do OE'2013 ao Tribunal Constitucional, caso o Presidente da República não o faça em tempo útil. O secretário-geral do PS avançou que é "no terreno político" que continuará a bater-se "contra este Orçamento do Estado para 2013".
Carvalho da Silva denuncia "violência" e "incongruência" do OE'2013
Em declarações à Agência Lusa, Carvalho da Silva destacou que "a manifestação de hoje é de uma grande justiça e necessidade porque é imperioso denunciar a violência e a incongruência deste OE em relação ao que devem ser os caminhos para o desenvolvimento do país e em particular de resposta ao sofrimento que as pessoas estão a ter".
O ex-sindicalista adiantou ainda que o OE'2013 "apenas vem acumular mais sacrifícios, mais sofrimento e retrocesso no patamar do desenvolvimento da sociedade", pelo que o Presidente da República tem a obrigação de "intervir neste processo", caso contrário a sua "distração" irá demonstrar uma "ausência de atenção à realidade e à vida dos portugueses".
Para Carvalho da Silva, "é preciso um combate até ao limite", sendo que "a persistência do governo neste OE só teve ter um destino: a demissão do próprio governo".
"Estas manifestações são uma necessidade e o povo português não pode desarmar. É preciso não desistir do país, é preciso vencer o medo. E é possível vencer derrotando estas políticas e levando este governo à demissão", rematou.
Constitucionalistas consideram que pedido de fiscalização é inevitável
“Uma das dúvidas tem que ver com a suspensão de um dos subsídios em relação aos funcionários públicos e pensionistas. No entanto existem outras dúvidas relacionadas com a proporcionalidade e progressividade na aplicação de certos impostos”, frisou Bacelar Gouveia em declarações à TSF, acrescentando que Cavaco Silva deve tomar a iniciativa de enviar o OE'2013 para o Tribunal Constitucional.
Já Jorge Miranda afirmou, em declarações à Antena 1, que “elevar os rendimentos mais baixos a um escalão superior e colocar no mesmo escalão quem pertence à classe média e quem recebe rendimentos muito superiores, correspondentes por vezes a cinco, ou dez vezes mais do que quem pertence à classe média claramente viola o princípio da progressividade” e também aconselhou o Presidente da República a pedir a fiscalização da constitucionalidade do OE'2013 ao Tribunal Constitucional.
Esquerda.net

sábado, novembro 24, 2012

Governo não tem condições para continuar se Orçamento for inconstitucional

Bloco reúne com a CGTP e afirma convergir em muitos aspetos com a central sindical, nomeadamente ao apontar a falta de legitimidade de um governo que age contra a Constituição, e ao empenhar-se a construir uma alternativa de mobilização contra as políticas que estão a destruir o país.
Catarina Martins, João Semedo e Mariana Aiveca à saída da reunião. Foto de TIAGO PETINGA/LUSA

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, defendeu na sexta-feira que o governo não terá condições de continuar em funções caso o Orçamento para 2013 seja declarado inconstitucional.
"Um Governo que consegue em anos consecutivos ter orçamentos que vão contra a Constituição não está a agir dentro da ordem constitucional portuguesa e não tem nenhumas condições para continuar a governar", afirmou a deputada, no final de uma reunião com a CGTP, onde esteve acompanhada por João Semedo e Mariana Aiveca
A reunião, na sede da central sindical, marcou o início de uma ronda de encontros com as centrais sindicais, o PS e o PCP.
"Dissemos na nossa Convenção que um governo de esquerda se construiria por uma mobilização de amplos setores e não por aritmética parlamentar; nesse seguimento pedimos reuniões a forças diversas e naturalmente à CGTP, a intersindical portuguesa que representa o maior número de trabalhadores em Portugal e tem tido um papel tão importante na construção de uma alternativa e mobilização contra estas políticas que estão a destruir o país", explicou.
Construção da alternativa
Catarina Martins sublinhou que o Bloco está "muito empenhado na declaração de inconstitucionalidade deste Orçamento do Estado, na demissão deste governo e na construção da alternativa" e que converge "em muitos pontos de análise da situação atual" com a CGTP.
"Convergimos na falta de legitimidade de um governo que age contra a Constituição, que teve já um primeiro orçamento inconstitucional e este orçamento que estamos agora a debater é novamente inconstitucional, a nosso ver, e tudo faremos para que o Tribunal Constitucional se debruce sobre ele e possa declarar a sua inconstitucionalidade", disse.
Governo quebrou o contrato social
A dirigente bloquista acusou depois o executivo PSD/CDS de ter "quebrado o contrato social com trabalhadores" e agora com os reformados aprovar "cortes nas pensões".
"Este é um Governo que não representa minimamente o país ou as pessoas. Continuar a achar que o contrato com juros abusivos é mais importante do que o contrato social com as pessoas é matar o país", concluiu.

domingo, novembro 18, 2012

24 de Novembro – Quem são os violentos?

A Plataforma 15 de Outubro, internacionalista, apartidária e pacífica, reivindicando a reposição da justiça e da verdade no que diz respeito aos eventos do dia 24 de Novembro, declara:

  1. Testemunhámos e denunciamos a presença de polícia não fardada e não identificada na manifestação de 24 de Novembro em frente a São Bento. Estes elementos, entre os manifestantes, incitaram à violência com palavras e acções, ao contrário do que afirmou inequivocamente o Ministro da Administração Interna. Esta acção da polícia de um Estado de Direito e dito “democrático” configura uma ilegalidade e um crime. A acção da polícia nos piquetes de greve deste dia pautou-se igualmente pela ilegalidade e repressão, tendo-se apresentado nos locais onde se encontravam os piquetes armada com caçadeiras e metralhadoras, além de ter sido enviada polícia de intervenção para atacar e romper os piquetes.
  2. Repudiamos ser, consciente e propositadamente, apelidados de “delinquentes”, “criminosos” e outros adjectivos que claramente configuram um insulto pessoal e colectivo, com o único objectivo de anular a Plataforma 15 de Outubro como sujeito político. Foi impedida a realização da Assembleia Popular prevista para as 18h00, hora em que começaram os distúrbios. Está a ser construída, consciente e propositadamente, uma narrativa de terror social que visa claramente criminalizar o movimento social e os eventos da Greve Geral e manifestação que, tendo sido um grande sucesso, é minorada pela construção de factos e eventos de “violência” por parte das estruturas de poder.
  3. Manifestamo-nos contra a detenção avulsa de pessoas isoladas, outra tentativa de reforçar esta narrativa criminalizadora.
  4. Somos e continuaremos a reivindicarmo-nos como uma plataforma de acção política pacífica e não aceitaremos ser, como colectivo, associados a qualquer acto de violência que cidadãos em nome individual possam cometer na demonstração da sua legítima revolta.
  5. Rejeitamos a inversão total e propagandística da verdade que está em curso, procurando apelidar de violentas pessoas e movimentos que procuram defender os seus direitos e interesses de forma pacífica. A violência das medidas de austeridade é que é indesmentível e por mais cortinas de fumo que por ela sejam lançadas, está à vista de todo o povo. Acusamos o governo de violência, directa e indirecta, sobre o país.
  6. Em resposta a esta campanha vergonhosa, informamos que convocaremos uma nova manifestação, a realizar no final de Janeiro.
Por tudo isto, a Plataforma 15 de Outubro exige:
  • A divulgação pública das provas audiovisuais, filmes e fotografias que demonstram claramente a presença e acção provocadora de agentes da polícia não identificados e não fardados dentro da manifestação que ocorreu no dia 24 de Novembro.
  • A abertura, por parte das entidades competentes, de inquéritos que visem a investigação da acção policial, nomeadamente o uso de violência sobre manifestantes isolados e a instigação à violência por parte de elementos não identificados e não fardados da polícia.
  • Que os meios de comunicação social, que tão prontamente assumiram esta narrativa distorcida dos acontecimentos, dêm espaço às informações que têm vindo a público, cumprindo o seu dever de informar e repôr a verdade dos factos.
  • Que sejam retiradas consequências do facto de terem sido proferidas publicamente inverdades por parte do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que reforçaram uma narrativa que não corresponde comprovadamente à verdade dos factos.
  • Que os detidos no dia 24 de Novembro sejam absolvidos, sendo tido em conta nos seus processos o facto de terem sido detidos de forma ilegal e abusiva através de agentes provocadores que, além do mais, incitaram delitos. Expressamos total solidariedade em relação aos companheiros e companheiras detidos nesse dia.
  • A criminalização da actividade política e da contestação é um sinal claro dos tempos em que vivemos, em que a Democracia é ameaçada e posta em causa justamente pelo Estado que tem como dever protegê-la. A tentativa de suprimir os acontecimentos históricos que foram a Greve Geral de dia 24 de Novembro e a expressão popular ocorrida na manifestação nesse dia serve de sinal de aviso às forças progressistas. Não permitiremos que vingue a tentativa de fazer com que o medo sufoque a legitimidade das reivindicações populares à dignidade e aos direitos e, como tal, estaremos novamente nas ruas, no final de Janeiro.

a austeridade liberta?!

Israel aprendeu algo com a Operação Chumbo Fundido?

Israel não aprendeu lição alguma com a Operação Chumbo Fundido, em 2008. Está fixado no conceito de que a morte do braço armado do Hamas e de seus líderes políticos pode acabar com a organização. O Hamas é um movimento de massa e uma organização com instituições, disciplina e leis. Ao contrário do Fatah, o Hamas não depende de uma figura carismática. Até os opositores do Hamas estão convencidos de que Israel não é apenas o ocupante, mas o agressor. Então, quando o ataque terminar, o Hamas estará provavelmente mais forte. O artigo é de Amira Hass.

Diferentemente da Operação Chumbo Fundido, na qual o exército de Israel bombardeou lugares populosos, como postos policiais próximos a escolas desde o primeiro dia de ataque, desta vez parece claro que o IDF tenta impedir perdas pesadas entre os palestinos. Essa conclusão não pode consolar as famílias cujos membros foram mortos ou feridos até agora. Nem alivia o medo do que ainda pode acontecer.

Até a tarde de quinta-feira (15), ao menos quatro civis palestinos haviam sido mortos em ataques aéreos – um menino de 11 anos e uma menina de 3, uma jovem grávida e um senhor de 60 anos. Dezenas de civis foram feridos.

Embora Israel renuncie à responsabilidade pelas mortes palestinas na Operação Chumbo Fundido, prefere agora reduzir o número dos espetáculos sangrentos. Esses espetáculos, que não eram mostrados na televisão israelense em 2008-2009, foram vistos em todo o mundo e levantaram protestos sem precedentes.

Em contraste com a lição de relações públicas que Israel aprendeu depois da Operação Chumbo Fundido, o país não aprendeu lição alguma, desta vez. Está fixado no conceito de que a morte do braço armado do Hamas e de seus líderes políticos pode acabar com a organização.

O Hamas é um movimento de massa e uma organização com instituições, disciplina interna e leis. Ao contrário do Fatah, o Hamas não depende de uma figura carismática ou de personalidade de um líder forte. Sua política e seus debates são marcados pela continuidade, mesmo que dirigentes mais velhos sejam mortos por um míssil ou uma bomba israelense.

Os líderes de Israel poderiam ter aprendido essa lição há muito tempo, se quisessem. Eles também poderiam concluir que ataques militares contra toda a população palestina a une em torno de seus líderes e silencia a crítica.

A população de Gaza tem muitas razões para reclamar do Hamas, o qual merece a sua reputação de ser um poder opressor. Mas até os opositores do Hamas estão convencidos de que Israel não é apenas o ocupante, mas o agressor. Então, quando o ataque terminar, o Hamas estará provavelmente mais forte.

O Hamas está fazendo tudo o que pode para provar que é melhor que o Fatah como partido da situação e para acabar com a ocupação (um termo que às vezes se refere ao país inteiro e, às vezes, aos territórios ocupados em 1967).

Para alcançar esse objetivo, o Hamas não se preocupa em transformar Gaza num pseudo-estado, aprofundando assim as diferenças políticas e sociais com a Cisjordânia. Para o Hamas, os laços com o mundo muçulmano e árabe são mais importantes do que uma passagem segura para Ramallah.

Tradução: Katarina Peixoto

sexta-feira, novembro 16, 2012

Pela Greve Geral, contra a selvajaria policial

Comunicado do Movimento 12 de Março

A 14 de Novembro – dia de uma magnífica Greve Geral Europeia – a democracia portuguesa cobriu-se de orgulho e, ao mesmo tempo, de vergonha.
Orgulho porque milhares de pessoas, trabalhadores, precários, desempregados, pensionistas e reformados mostraram de forma clara e inequívoca que recusam esta politica de austeridade, o Governo e a troika.
Nos locais de trabalho, nos piquetes de greve, nas concentrações e manifestações que ocorreram por todo o país, os que fizerem greve e todos aqueles que a apoiaram mesmo não a podendo fazer, disseram não ao caminho a que o país está a ser conduzido.
Sindicatos, coletivos diversos, movimentos sociais e milhares de pessoas uniram-se e aí estão, para resistir à destruição das nossas vidas, do nosso futuro. Aí estão para dizer que há alternativas, que este orçamento não pode passar e que as funções sociais do Estado democrático e de direito não podem ser destruídas.
Mas o dia manchou-se também de vergonha. Uma vergonha pesada e sentida pela forma selvagem e antidemocrática como a Polícia de Segurança Pública carregou sobre milhares de pessoas que se manifestavam de forma pacífica. A desculpa foi querer parar a ação de “meia dúzia” que atiravam pedras e outros objectos. Como se centenas de polícias, armados até aos dentes e à paisana, treinados ao mais alto nível internacional com o dinheiro dos nossos impostos, não o pudessem ter feito sem colocar em risco a vida dos outros milhares que ali estavam de forma pacífica.
A repressão policial, o ataque e perseguição indiscriminados, a detenção de pessoas sem que tenham o direito elementar e constitucional de defesa, a coação para que assinassem documentos em branco e a agressão premeditada em calabouços esconsos merece, por parte do Movimento 12 de Março, um total repúdio e condenação.
A forma como o Governo ordenou à Polícia para afugentar e terminar com a manifestação, lembra-nos os tempos mais escuros e repugnantes em que há umas décadas vivíamos.
Recusamos e denunciamos a tentativa de instalar o medo entre os que querem, legitimamente, protestar contra estas políticas. Não aceitamos que se queira criminalizar a contestação e bater-nos-emos contra esta tentativa de enlamear a ação dos movimentos sociais e dos sindicatos e de manipular a opinião pública.
Por este motivo, exigimos a demissão imediata do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e a instauração de um inquérito aos decisores e autores de tais ações. Para que os criminosos não fiquem impunes.

Da parte do Movimento 12 de Março, podem ter a certeza, continuaremos nas ruas ou onde quer que seja a lutar contra a política de austeridade deste Governo e da troika, que está a destruir as pessoas deste país.
A gravidade dos acontecimentos demonstra quão jovem e precária é a nossa democracia. Por isso, este é um momento de união. Juntos saberemos encontrar as soluções.


movimento12m.org

14-N: Bloco quer explicações de Miguel Macedo

A deputada Cecília Honório quer que o ministro da Administração Interna explique a ação policial e as detenções aleatórias do dia 14 de novembro, que a Ordem dos Advogados e a Amnistia Internacional denunciaram como violadoras dos direitos constitucionais.
Para a Amnistia Internacional, Ordem dos Advogados e Bloco de Esquerda, a ação policial do dia 14, com detenções aleatórias de manifestantes, exigem explicações.
A ação da polícia ao fim da tarde de 14 de novembro continua a levantar dúvidas - a começar pelo número real de detidos - e muitos protestos. Depois de ter permitido que um grupo isolado de pessoas atirasse pedras durante duas horas contra os escudos da barreira policial, ferindo alguns manifestantes, a carga policial indiscriminada que se seguiu, bem como as condições da detenção de manifestantes por agentes não identificados que alastrou até à zona do Cais do Sodré, já motivaram queixas da Amnistia Internacional e da Ordem dos Advogados.
A deputada bloquista Cecília Honório entregou no Parlamento um pedido de explicações ao ministro Miguel Macedo para esclarecer os acontecimentos. "Como justifica as detenções aleatórias tão longe do local dos protestos, sem que os agentes da polícia estivessem certos sequer de que estes tinham participado da manifestação e muito menos se tinham tido comportamentos violentos?", é uma das questões postas pelo Bloco ao MAI.
"Dois dias passados sobre os incidentes, o número de detidos ainda é incerto. Não só a própria polícia foi fornecendo números nem sempre coincidentes durante a noite de dia 14 de Novembro, como os advogados falam em mais de 120 detidos, um número seis vezes superior ao admitido pela PSP", assinala o requerimento.
A deputada bloquista refere-se também ao que se passou no interior das esquadras para onde foram levadas dezenas de jovens apanhados aleatoriamente pela polícia. "Antes de serem libertados, já de madrugada, alguns dos detidos foram coagidos a assinar um documento com sucessivos espaços em branco, nomeadamente na parte que se referia ao 'motivo da detenção'". E acrescenta o depoimento da mãe de um dos jovens, que diz que "a polícia terá ameaçado o filho de levar 'umas cacetadas' se não assinasse. Outros assinaram diante da ameaça de não serem soltos naquele dia".
"Todos os depoimentos apontam claramente para a violação mais elementar dos direitos constitucionais dos detidos, que até hoje não sabem porque foram detidos, tiveram a detenção ocultada por horas, viram negado o acesso a advogados e foram coagidos a assinar documentos em branco", conclui a deputada bloquista antes de perguntar ao ministro que resposta dará ao pedido de inquérito pedido pela Amnistia Internacional e às queixas feitas pela Ordem dos Advogados e pelos advogados dos detidos.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Ao minuto: Fogos e feridos após carga policial sobre manifestantes no Parlamento

 (Rui Gaudêncio)
Portugal vive nesta quarta-feira um dia de greve. A paralisação foi convocada pela CGTP. A UGT não aderiu ao protesto, mas muitos sindicatos ligados a está central sindical emitiram pré-avisos de greve. O PÚBLICO acompanha aqui o dia de Norte a Sul do país. Clique na tecla F5 para actualizar a página.

Por André Jesus, Bárbara Wong, Fabíola Maciel, João Dias, José Augusto Moreira, Margarida Gomes, Maria José Santana, Maria Lopes, Nuno Sá Lourenço, Raquel Almeida Correia, Ricardo Garcia, Ricardo Vilhena, Rita Brandão Guerra, Romana Borja-Santos, Samuel Silva, Tolentino de Nóbrega, Victor Ferreira

EM DESTAQUE 18h49 Foi ateado um fogo ao fundo da Rua de S. Bento, junto à R. Poço dos Negros, junto ao Parlamento, que acabou por ser controlado, depois de ter estado muito próximo de carros estacionados. Há também vários contentores incendiados na Av. D. Carlos I, que desce da zona da Assembleia da República para a Av. 24 de Julho, junto ao Tejo. Um carro de bombeiros no quartel da Av. D. Carlos I preparava-se para sair e combater as chamas, mas foi impedido por manifestantes. A circulação de carros na zona está impedida. Há várias pessoas a serem assistidas nas escadarias do Parlamento, de onde saíram várias ambulâncias.

18h47 O comissário da PSP Jairo Campos afirmou que a carga foi "bastante ponderada" e que "não havia outra hipótese", dada a "extrema violência" dos manifestantes. "Pareceu-nos a medida mais adequada para combater o perigo dos polícias na primeira linha", explicou, referindo-se às pedras que estavam a ser atiradas aos agentes. A polícia ainda não avançou com números de detenções, que estão ainda a decorrer. "Os ânimos estão muito mais serenos", referiu Campos, notando que os manifestantes foram advertidos de que seria feita uma carga, tal como a lei determina.

18h44Por entre frases feitas, cartazes e palavras de ordem, foi o grito “Gatunos! Gatunos!” que mais ecoou ontem pelas ruas da Baixa do Porto. A manifestação convocada pela CGTP teve forte adesão popular, onde se destacava a participação de muita gente que não é habitual ver-se neste tipo de encontros. Casais jovens, muitos acompanhados dos bebés ou filhos de tenra idade, mas também gente de meia-idade, famílias inteiras ou reformados e muitas vezes empunhado apenas a bandeira nacional. Os rostos, no fundo, daqueles a quem a crise atinge com maior violência, por via do desemprego, dos cortes ou da carga fiscal. Representantes de um novo grupo social e ao qual já se convencionou designar como a ex-classe média.“

Queremos uma nova Constituição baseada nos bons exemplos demonstrados por países como Dinamarca, Suécia e Islândia”, ostentava um dos tímidos participantes de meia-idade, colocado num dos passeios laterais da Praça da Liberdade e evidenciando a pouca habituação a estas andanças. Um outro recorria a uma frase de responsáveis do FMI para alertar que a “A crise é a ganância dos bancos”, enquanto um grupo mais afoito e participativo exibia um grande cartaz com os dizeres “Roubar salário e reforma também é crime” a encimar uma foto antiga com Cavaco Silva, Dias Loureiro e Duarte Lima.

Mesmo comandada e orientada pelos organizados grupos de sindicalistas, a manifestação escapou-se-lhe por muitas vezes ao controlo, com gritos e cantilenas que se sobrepunham às politizadas palavras de ordem e alastravam também aos muitos observadores colocados nos passeios ao longo do percurso.

Foi assim que à entrada da Rua de Sá da Bandeira, logo no início, o grito “Gatunos! Gatunos!” contagiou toda a gente e ecoou pelas artérias circundantes, o mesmo sucedendo já na parte final do percurso à passagem pelo Teatro Rivoli, no regresso à Avenida dos Aliados.

Saindo da Pr. da Liberdade, onde a multidão se concentrou, a manifestação percorreu a Rua de Sá da Bandeira até o Mercado do Bolhão, flectindo para a Rua de Santa Catarina e descendo a de Passos Manuel até entrar na Avenida dos Aliados e regressar ao ponto de partida, A coluna era de tal modo longa e numerosa que os primeiros participantes já estavam de regresso quando os últimos começavam ainda a percorrer o inicio de Sá da Bandeira, junto à estação de S. Bento. As forças policiais que a enquadravam o cortejo foram mesmo forçadas a fazer um compasso de espera e a compactar a coluna, para evitar que os manifestantes se entrecruzassem.

A par dos slogans sindicalistas como “Portas, Cavaco e Passos são amigos dos ricaços” e “a luta continua nas empresas e na rua”, o que causava maior impacto eram mesmo as cantilenas espontâneas: “Nós só queremos o Passos a bazar. O Passos a bazar”, ou “É feio, é feio, quem fica no passeio”, que em muitos casos tiveram mesmo o efeito de fazer engrossar a coluna, que no final não só voltou a encher a Pr. da Liberdade como ainda uma grande parte da Avenida dos Aliados. José Augusto Moreira

18h39Apenas três dezenas de delegados sindicais estiveram, na tarde desta quarta-feira, presentes na concentração convocada pela União Geral dos Trabalhadores (UGT) na Madeira.

A iniciativa apoiada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), afecto à UGT, coincidiu com a greve geral convocada pela CGTP-IN. Mas, adverte o dirigente daquelas duas organizações, Ricardo Freitas, tem objectivos distintos. “Advogamos uma grande unidade para repudiar as políticas de austeridade, mas não estamos a pedir a queda do governo nem para romper com os nossos credores”, acrescentou aquele responsável da UGT na Madeira.

A concentração realizada no Largo do Carmo, no centro do Funchal, teve também por objectivo alertar os trabalhadores para “as nefastas consequências das políticas recessivas, em termos de degradação das condições de emprego e dos direitos dos trabalhadores e pensionistas, seguidas pelos governos da República e da Região”, disse Ricardo Freitas ao PÚBLICO.

O líder regional da UGT prevê que em breve a taxa de desemprega atinja os 20% na Madeira. “Estamos a atingir um recorde da situação de desemprego, o que é intolerável. Estas políticas estão a aumentar a taxa progressivamente", pois tanto o programa de ajustamento financeiro da Região, como a proposta de Orçamento do Estado "são propiciadores a uma acentuada recessão económica", conclui Freitas. Tolentino de Nóbrega


18h35 Foi ateado um fogo numa rua próxima do Parlamento. As imagens televisivas mostram chamas muito próximas de carros estacionados.

18h18 A polícia desceu as escadas do Parlamento, numa carga sobre os manifestantes. Havia agentes infiltrados na multidão, confirmou ao PÚBLICO fonte policial. A polícia pretende ainda fazer detenções.

18h15 Cinco feridos, um dos quais foi hospitalizado é o balanço feito pela PSP da manifestação frente ao parlamento. Foram destruídas duas caixas ATM, ambas na zona Chiado.Fabíola Maciel

17h45 Alguns manifestantes sentaram-se nos degraus ao fundo da escadaria da Assembleia da República, entre a multidão e o cordão policial, como que a dizer que estão contra a violência. Enquanto isso, muitos continuam a arremessar pedras na direcção dos polícias e não param de rebentar petardos. João Dias

17h35 Vários manifestantes tiram, uma a uma, as pedras da calçada de uma berma e atiram-nas ao cordão policial montado ao fundo da escadaria da Assembleia da República. Por acidente, um dos escudos da polícia passou para as mãos dos manifestantes. Alguém escreveu "povo" com tinta de spray no escudo, que foi depois devolvido à polícia. João Dias

17h30Um corte de energia eléctrica está a afectar vários concelhos da Madeira, incluindo o Funchal onde o "apagão" ocorreu entre 16h30 horas e as 17h15.

17h25 Começa a haver alguma tensão entre os manifestantes. Se uns atiram com pedras, garrafas e tudo o que têm à mão contra os polícias, outros estão contra a violência e pedem-lhes que parem. Alguns dos objectos arremessados fizeram ricochete nos escudos da polícia e acabaram por atingir alguns manifestantes. Continuam a ouvir-se petardos. João Dias

17h15 A União dos Sindicatos da Madeira (USAM), afecta à CGTP, considera que a adesão à greve geral está a corresponder às expectativas e que esta é a maior paralisação de sempre no arquipélago. A USAM reuniu trabalhadores e deputados da oposição para uma manifestação contra a austeridade, no centro do Funchal. Entregaram uma moção na Quinta Vigia, residência oficial do presidente do governo regional, onde os ânimos se exaltaram com a chegada de elementos da BIR da PSP ao local, quando centenas de manifestantes impediam a saída de dois colaboradores de Alberto João Jardim

A moção acusa o Governo Regional, social-democrata, de "passividade" e o Governo central, de coligação PSD/CDS-PP, de "total subserviência" às "medidas impostas pela 'troika'". Diz ainda que a proposta de Orçamento do Estado para 2013 "representa um colossal roubo aos trabalhadores, aos reformados, aos pensionistas", sublinhando existirem "alternativas para mudar esta situação".

Na concentração, Álvaro Silva fez um balanço positivo da paralisação, considerando que o protesto "vai ficar na História como a maior greve geral realizada na região". Sem precisar números globais da adesão no arquipélago, adiantou apenas ter havido serviços, da saúde à educação, dos transportes à justiça, que asseguraram somente serviços mínimos. Tolentino de Nóbrega

17h14Os trabalhadores dos portos afectos aos sindicatos da frente comum - Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz - aderiram “a 100%” à greve geral desta quarta-feira, garantiu ao PÚBLICO Vítor Dias, o presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal.
Já os portos de Sines, Douro e Leixões estão a funcionar na normalidade, segundo a Lusa.
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo estará pronto para estabelecer serviços mínimos para o trabalho nos portos, caso não haja acordo entre os sindicatos e operadores. Pedro Passos Coelho disse ainda aos jornalistas, em Mafra, que julgava até que trabalhadores e operadores dos portos tivessem chegado já a acordo.
Em resposta, Vítor Dias afirma que “tudo isto é muito estranho”. Isto porque, afirma, o acordo para os serviços mínimos que tinha sido atingido a 26 de Outubro foi denunciado na terça-feira pelos operadores dos portos sem ter sido “apresentada nenhuma proposta” aos sindicatos. “E, hoje, o primeiro-ministro terá afirmado que até já havia acordo”, questionou Vítor Dias, “com o povo na rua, sem que estivessem a haver negociações?”. “Não consigo entender”, concluiu o sindicalista, sublinhando que o Governo ainda não se mostrou disponível para negociar directamente com os trabalhadores dos portos.
Contactados pelo PÚBLICO, os operadores portuários que estiveram ontem presentes na reunião com os trabalhadores e Direcção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho não se mostram disponíveis para prestar declarações. Félix Ribeiro

17h08 Quem chegar agora a São Bento pode pensar que esta manifestação não foi organizada pela CGTP. Já não se vêem faixas nem bandeiras da central sindical. Permanecem manifestantes ligados aos movimentos de cidadãos e outros sem ligação a qualquer tipo de movimento. As grades que separavam o cordão policial dos manifestantes foram derrubadas e estão a ser constantemente arremessadas garrafas e pedras contra a polícia. João Dias

17h02 As barreiras de segurança junto ao Parlamento foram deitadas ao chão pelos manifestantes. A polícia formou um cordão de segurança para impedir entradas na escadaria da Assembleia da República. Fabíola Maciel

16h57 Paulo Alexandre, do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, disse ao PÚBLICO que a adesão à grave por parte dos trabalhadores do sector foi de cerca de 20%. Sem conseguir apontar dados concretos, afirmou não ter conhecimento de nenhum encerramento de balcões comerciais, embora na Caixa Geral de Depósitos tenham havido cerca de 100 balcões fechados por falta de funcionários. Quando questionado acerca da possibilidade de muitos trabalhadores do BCP não terem aderido à greve por receio de represálias (tendo em conta as 600 rescisões amigáveis em processo), Paulo Alexandre admite “que todos os trabalhadores que estão naquela do vai-não-vai se tenham retraído”, compreendendo o medo que os trabalhadores possam sentir. Por outro lado, acredita também que possa haver “outras instituições de crédito com um problema idêntico”. “A insegurança do sector faz com que os trabalhadores se retraiam e tentem proteger os seus postos de trabalho”, conclui. André Jesus

16h30O discurso de Arménio Carlos terminou, ao som do hino nacional. Mas a manifestação continua. A maioria das pessoas mantém-se à frente da Assembleia da República, prontas para mais horas de protesto. João Dias

16h25 Os representantes das várias estruturas sindicais do distrito de Braga afectas à CGTP discursam na Praça da República, naquela cidade, saudando a "luta contra o roubo" dos trabalhadores. O protesto engrossou desde o seu inicio, às 15h, mas ainda assim esta aquém da manifestação anti-troika de Setembro e dos protestos dos indignados. Serão agora cerca de 1500 pessoas que iniciam uma marcha de protesto pelas principais ruas da cidade. Samuel Silva

16h20 Os últimos manifestantes chegaram há poucos minutos à praça em frente à Assembleia da República, quando Arménio Carlos estava a terminar o seu discurso. Em conjunto, CGTP, estivadores, estudantes, maquinistas e cidadãos anónimos agitam bandeiras. Durante a marcha, os estudantes do ensino superior gritam "chega, basta de estudar à rasca" e "Eu tenho o sonho de ser feliz em Portugal". Há pouco minutos, em uníssono, cantaram o hino nacional.Fabíola Maciel

16h05 A discursar em frente ao Parlamento, Arménio Carlos diz: "Fizemos uma grande greve geral". Mas são poucos os que o ouvem com atenção. Enquanto o secretário-geral da CGTP denuncia o aumento de impostos e os cortes no Estado social, as atenções desviam-se para mais um petardo (já lhes perdemos a conta) que rebenta ao pé do cordão policial. No seu discurso, Arménio Carlos anuncia que a CGTP vai entregar a Cavaco Silva uma lista de medidas previstas no Orçamento do Estado para 2013 que considera inconstitucionais. João Dias

16h00 Em Lisboa, na manifestação a caminho de São Bento, um estivador fez rebentar um petardo ao pé de um carro e de um grupo de polícias. "Não rebentes isso aqui, não sejas estúpido, calma, usa isso em São Bento", gritou-lhe um dos manifestantes. Os estivadores não gostaram e juntou-se um grupo de cinco que por pouco não chegou ao confronto com o estivador, que conseguiu escapar a tempo. Apesar da tensão, o protesto é pacífico. João Dias

15h55 A administração do hospital de Braga não avança com números da adesão à greve na unidade de saúde, mas os serviços estão aparentemente a funcionar com normalidade, não havendo registos de consultas canceladas. A reitoria da Universidade do Minho também não comenta as repercussões do protesto nacional na instituição, mas pelo menos duas unidades de alimentação e uma biblioteca estão fechadas por falta de pessoal.

A União de Sindicatos de Braga continua a divulgar números da participação dos trabalhadores no protesto, naquele distrito. A greve teve 100% de participação nos transportes urbanos de Braga, e na recolha do lixo em Guimarães, Braga e Barcelos. O atendimento ao público e a casa da cultura no concelho de Fafe estão encerrados, bem como as piscinas da rodovia de Braga, uma unidade de saúde familiar do centro de saúde de Caranda (Braga). Estão também encerradas pelo menos 15 escolas nos concelhos de Braga, Barcelos e Guimarães. Samuel Silva

15h50 A manifestação da CGTP com destino a São Bento, em Lisboa, arrancou pelas 15h do Rossio revelando duas áreas bem distintas. À cabeça do protesto seguia a comissão executiva da central sindical vestindo os habituais coletes vermelhos e amarelos da organização.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, chegou pouco depois da manifestação ter entrado na Rua do Carmo, empenhando juntamente com outros dirigentes sindicais uma faixa onde se lia “Por um Portugal com Futuro”.
Na cabeça da manifestação ouviam-se os habituais slogans da CGTP: “O povo unido jamais será vencido” e “Com força aqui estamos pela luta é que lá vamos”.
Uns metros mais abaixo, depois das faixas e bandeiras da central sindical e dos seus sindicatos, seguia a segunda parte da manifestação. Encabeçada pelos estivadores, este bloco mostrava-se mais animado e ruidoso.
A juntar aos habituais petardos e bombos, estavam dezenas de estivadores que gritavam outras palavras de ordem contra o Governo.
Entre a manifestação da CGTP e o restante bloco distavam cerca de 50 metros. Atrás dos estivadores seguiam outros movimentos, como o dos “sem emprego” .
O ambiente aqueceu na Praça Luís de Camões , depois de alguns condutores terem tentado passar da Rua do Alecrim para a Rua da Misericórdia enquanto a manifestação seguia para São Bento.
A ausência de policiamento entre a Rua do Alecrim e o Largo do Chiado levou a que alguns automobilistas tivessem tentado seguir em frente.
Os ânimos exaltaram-se e alguns carros foram pontapeados e esmurrados por alguns manifestantes.
Um automóvel arrancou mesmo bruscamente quase atropelando algumas pessoas. Nuno Sá Lourenço

15h26 A CGTP tinha convocado para as 15h00 uma concentração na praça da República, em Braga, para assinalar a greve geral. Neste momento, estão cerca de 500 pessoas no local que tem acolhido as últimas manifestações contra a austeridade na cidade, empunhando bandeiras negras, de Portugal e da CGTP. Samuel Silva

15h23 A adesão à greve na Câmara Municipal de Guimarães ficou-se pelos 26,29%, segundo uma informação enviada por escrito pelo vereador José Augusto Araújo. Romana Borja-Santos

15h17 Depois de 30 minutos de concentração no Rossio, a manifestação parte a caminho de São Bento. “Se nos deixarem...”, comentam alguns dos presentes, em alusão à actuação policial. Os estivadores, cerca de 50, sobem agora a Rua Garrett e gritam palavras de ordem. “Passos, escuta, és um filho da puta”, é das frases mais ouvidas. A carrinha pickup do Movimento 15 de Outubro foi gentilmente cedida aos estivadores, com um deles agora a empunhar o microfone. É o grupo mais barulhento da manifestação, com vários petardos a ajudar. João Dias

14h42Manifestantes que se concentraram junto à embaixada de Espanha, em Lisboa, já estão a caminho do Rossio. Apoiantes do Movimento Que se lixe a troika, Queremos as nossas vidas e estudantes do ensino superior desfilam na Avenida da Liberdade. E gritam: “A nossa luta é internacional.” Fabíola Maciel

14h35 A Comissão Executiva da CGTP realizou esta quarta-feira à tarde o primeiro balanço da greve geral assumindo a “jornada de luta” em curso como “uma das maiores greves gerais alguma vez realizadas em Portugal”. A expressão foi utilizada pelo secretário-geral da intersindical, Arménio Carlos, numa conferência de imprensa que serviu também para “saudar” os trabalhadores e organizações que, não fazendo parte da CGTP, aderiram à iniciativa.
Entre estes, Arménio Carlos identificou o sector privado, onde assinalou uma “adesão muito significativa” à greve geral. A CGTP assinalou adesões de 100% em empresas como a Europack de Leiria, Estaleiros Navais de Viana do Castelo e na EDP de Sines.
Próximas desses valores foram também identificadas empresas como a Lisnave (com 96%), a CaetanoBus de Vila Nova de Gaia e a Bosch de Braga.
Para classificar a iniciativa como “uma greve geral de propostas” em vez de uma greve geral “de protesto”, Arménio Carlos anunciou ainda a apresentação de mais duas propostas para lá das já avançadas pela inter-sindical. Uma sobre as funções sociais do Estado a ser revelada através de audiências aos partidos e Governo e também um documento a entregar ao Presidente da República sobre as “matérias inconstitucionais” que a CGTP encontrou no Orçamento para 2013.
O secretário-geral da CGTP aproveitou ainda para “responsabilizar directamente” o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, pelas “pressões e intimidações” feitas aos trabalhadores dos transportes. Arménio Carlos denunciou o envio de “brigadas do corpo de intervenção para junto das empresas de transportes” depois de lembrar que o que estava em causa não era a ordem pública mas um conflito laboral.
“Um conflito laboral exige que a polícia não se meta onde não é chamada”, afirmou depois de acusar Macedo de colocar a polícia “ao serviço dos patrões e dos empregadores”. Nuno Sá Lourenço

14h30 Na cauda da manifestação está um grupo de anarquistas seguido de perto pela polícia de intervenção. Quando a frente do protesto já estava na Rua da Prata e a cauda no Arco da Rua Augusta, uma carrinha parou e nas suas traseiras terá sido detida uma das pessoas que se manifestava com os libertários. O incidente gerou um coro de protestos entre os manifestantes que prontamente começaram a gritar com a polícia e a dirigirem-se para aquele local. Um senhor de cerca de 70 anos caiu ao chão, mas não se percebeu bem em que circunstâncias. Há muita polícia de choque e de intervenção a vigiar a manifestação e são lançados cada vez mais petardos. João Dias

14h08 Na cauda do desfile está um grupo de quase trinta libertários. "Nem Estado nem patrão, auto-gestão", gritam, ao ritmo de tambores bem ensaiados. Pelo caminho, alguns destes manifestantes com a cara tapada fazem explodir petardos. A manifestação faz-se, ainda assim, pacificamente e com boa disposição. João Dias

14h06 Está uma marcha de dezenas de estudantes na avenida da Liberdade com cartazes: “É preciso refundar este Governo”, “A troika ou a vida”, “Ulrich, não aguento”, “Crato: és um bom aluno da austeridade”. Os manifestantes descem a Avenida em direcção ao Rossio, para onde está marcada a concentração da CGTP Fabíola Maciel

14h03 A manifestação ds movimentos sociais, a que se juntaram os estivadores, já saiu do Cais do Sodré em direcção ao Rossio. As palavras de ordem mais ouvidas são: "Grécia, Itália, Espanha e Portugal, a vossa luta é internacional". João Dias

14h01 Junto ao consulado de Espanha, no cruzamento entre a avenida da Liberdade e a rua do Salitre, estão já elementos do movimento Que se Lixe a Troika e alguns cidadãos que decidiram juntar-se ao protesto. Os Precários Inflexíveis ergueram um cartaz com o mote “Troika e Governo, rua”, enquanto o movimento promotor da concentração levanta a faixa "Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas". Uma dezena de polícias garante a segurança do local. Às 14h os manifestantes seguem para o Rossio, onde se vão juntar ao protesto da CGTP. Na frente seguirão duas motas, um carro e uma carrinha da PSP. Fabíola Maciel

13h55 Em declarações ao público, Raquel Freire do M12M, justifica a união dos movimentos sociais aos sindicatos, que garante estar mais forte do que nunca, "porque atingimos um ponto inédito, nunca fomos tão atacados e tão explorados como estamos a ser agora". Para a activista, é essencial os cidadãos, os movimentos sociais e os sindicatos estarem juntos. Caso contrário, prevê Raquel Freire, "estaremos presos nesta democracia autoritária ou podemos até atingir situações de ditadura, como na Itália ou na Grécia, em que houve governos que não foram eleitos pelo povo". Pedro Santos, também do M12M, sublinha que "esta é a primeira greve geral a nível europeu" e refere a importância de os movimentos sociais e sindicatos europeus trabalharem em conjunto. "Os alemães, os franceses, etc., também devem arranjar novas formas de luta, porque por este caminho, também eles vão começar a perder os seus direitos", refere o activista. João Dias

13h45Arménio Carlos, líder da CGTP, à porta do Liceu Gil Vicente, em Lisboa. O dirigente sindical sublinhou por diversas vezes que há que pôr fim à “subserviência” em relação ao FMI, à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu.
“Esta é uma greve que mostra de forma inequívoca a insatisfação e a indignação do povo português”, disse. Arménio Carlos afirma que está na altura de o primeiro-ministro pedir desculpa ao povo português e deixar-lhe a possibilidade de escolher o seu futuro. “Não vamos baixar os braços e vamos continuar a apresentar propostas”, para mudar o rumo de Portugal, afirmou ainda.
Naquela que o líder da CGTP considera “uma das maiores greves gerais que já houve em Portugal”, vários sectores estão paralisados por todo o país. Quando questionado acerca do que os trabalhadores ganhariam com a adesão a esta greve, Arménio Carlos foi peremptório: “dignidade”. O secretário-geral da CGTP realçou que a greve de hoje é um “investimento” para a mudança do futuro e das políticas em Portugal.
Por fim, o dirigente sindical afirmou que está confiante no resultado desta greve: “É extremamente gratificante”. Sem querer avançar números definitivos, disse apenas que os dados mostram uma greve geral bem mais participada do que a de Março passado. André Jesus

13h32: A hora de concentração no Cais do Sodré estava marcada para as 13h, mas por enquanto só cá se encontram cerca de 35 manifestantes. Uma faixa do movimento 15O diz "Fora!", com a cara de Passos Coelho do lado esquerdo e de Paulo Portao lado dreito. Também está cá o Movimento Sem Emprego e os Indignados Lisboa. Os estivadores, classe profissional que está numa greve paralela à greve geral, também tardam a chegar para mais um dia de protesto. Ontem juntaram-se no Parque das Nações numa manifestação que culminou com conflitos com a polícia e dois detidos. João Dias

13h18 Aeroportos: o número de voos suprimidos esta quarta-feira subiu para 111, tendo sido realizadas até às 176 ligações aéreas até às 12h30. O anterior balanço da ANA, relativo às 10h, dava conta do cancelamento de 90 voos. A empresa, que gere as infra-estruturas aeroportuárias nacionais, prevê que haja mais de 200 supressões ao longo do dia, fruto das medidas preventivas tomadas por parte das companhias de aviação, que optaram por cancelar antecipadamente parte da operação. A TAP, por exemplo, suprimiu 173 ligações de um total de 360, tendo 52% da operação programada em funcionamento.

13h16 Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), diz, relativamente aos números de adesão dos professores à greve geral, que ainda “não é possível dizer com precisão e isso é um bom sinal. Significa que as escolas estão fechadas”. O dirigente da Fenprof, que falava à porta do Liceu Gil Vicente, acrescentou ainda que a adesão à greve, registada até ao momento, “duplica ou triplica os números da passada greve de Março”. Mário Nogueira destaca ainda a importância desta greve para a “sobrevivência da escola pública”. André Jesus

13h14 O sector dos transportes regista, como tem acontecido em greves anteriores, uma elevada adesão à paralisação desta quarta-feira. De acordo com informações veiculadas pela CGTP, são muitas as empresas em que se regista uma mobilização de 100% dos trabalhadores, como é o caso da REFER e da CP, na maioria das zonas do país. Há ainda outros casos, como o da Transdev e das rodoviárias da Beira Litoral e do Tejo, em que os índices de adesão superam os 90%. O mais baixo está a ser registado na Carris, mas ainda assim não será inferior a 71%, segundo a CGTP. Raquel Almeida Correia

13h12 Os serviços consulares de Portugal em 16 países registam 100% de adesão à greve, de acordo com informações veiculadas pela CGTP. É o caso dos consulados na Alemanha, na Bélgica e nos Estados Unidos, por exemplo. O secretário-geral adjunto do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas justificou esta mobilização com a perda de rendimentos dos trabalhadores. “Em certas circunstâncias, [sente-se a austeridade] ainda mais do que em Portugal. Nós temos colegas que já perderam 50% do seu vencimento, com o efeito conjugado das medidas do Governo e da desvalorização do euro em relação aos países onde trabalham”, afirmou José Campos à Lusa esta quarta-feira. Raquel Almeida Correia

13h00 O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou esta quarta-feira de manhã que o Governo esteja nervoso com a greve geral. E disse que “se algum incidente aconteceu, terá sido justificado”. Pedro Passos Coelho falava no final de uma visita à fábrica da Sicasal no concelho de Mafra, cujas instalações foram recuperadas depois de um grande incêndio há um ano.
Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro disse que o Governo não tem qualquer nervosismo, nem “adoptará medidas musculadas”. Porém, se algum incidente aconteceu, “não deixará de haver esclarecimentos do Ministério da Administração Interna”.
Passos Coelho disse não ter qualquer informação de detenções e desejou que todo o dia de greve “decorra com normalidade”. “Não existe intenção de criar tensões desnecessárias”, disse o chefe de Governo, realçando que “em Portugal não é preciso esse tipo de situações”.
O primeiro-ministro disse ainda não ter os números de participação na greve e recusou entrar ”em guerras de números”. Maria Lopes

12h48 Nenhum autocarro da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) está circular nas ruas da cidade, mas, se não fossem os piquetes de greve, alguns motoristas estariam nesta altura a trabalhar normalmente.Margarida Gomes

12h32 O coordenador da União de Sindicatos de Braga, Joaquim Daniel, fala numa adesão "histórica" à greve geral no distrito. Ainda sem números fechados, faltando apurar os níveis de participação no protesto dos funcionários das escolas e repartições publicas, o dirigente sindical argumenta que há um aumento de participação generalizada em comparação com as ultimas greves gerais. Os serviços de recolha de lixo de Braga e Barcelos tiveram uma adesão de 100%, e nos serviços de agua de Braga, 80% dos trabalhadores não compareceram no seu posto hoje. Joaquim Daniel dá ainda o exemplo do hospital privado de Guimarães, onde todos os funcionários administrativos aderiram à greve, em solidariedade com os motivos do protesto nacional, mas também devido aos salários em atraso existentes nesta instituição. "O pressuposto da mobilização geral foi esse mesmo: alertar as pessoas para os problemas do país, mas sempre com uma atenção grande aos seus problemas particulares", sustenta o coordenador da estrutura afecta 'a CGTP no distrito de Braga.

12h28 No Tribunal da Comarca de Loulé, "está tudo fechado, só está aberto o Ministério Público e a Secção Central para situações de emergências”, informa um segurança, na portaria, impedindo o acesso dos utentes ao piso superior, mesmo quando notificados para comparecer em Tribunal. Idálio Revez

A generalidade dos tribunais está a funcionar apenas com os serviços mínimos estipulados pela Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ). Segundo informações dos sindicatos, a adesão à greve andará entre os 70% e os 80% e praticamente todas as secretarias judiciais estão só com os dois oficiais de justiça, como indicado pela DGAJ. “Há uma forte adesão à greve em todo o país, com uma única excepção para a instalações do Campus da Justiça de Lisboa, onde há mais gente a trabalhar”, disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça, Carlos Almeida. Segundo este dirigente sindical, tal deve-se ao facto de “ser ali que funciona a própria DGAJ e também por estar ali concentrada grande parte dos serviços urgentes dos tribunais de Lisboa, que têm que ser assegurados”.
Quanto ao resto do país, informou que são vários os tribunais completamente encerrados, citando os casos dos tribunais do trabalho e administrativos e fiscais de Faro e Viseu, bem como o tribunal do trabalho de Vila Nova de Famalicão.
Por sua vez, o Sindicato dos Funcionários Judiciais indica “a generalidade dos tribunais do distrito judicial do Porto com adesões a rondar os 100%”, situação que se repete em muitas comarcas do Alentejo e do Algarve. Segundo o presidente do sindicato, Fernando Jorge, “pode dizer-se com alguma segurança que a adesão andará entre 70% e 80%”. “Poderíamos apontar até para os 90%, mas o melhor é dar números sobre os quais temos absoluta segurança, uma vez que o sistema de recolha de informação é artesanal, através da troca de telefonemas entre os colegas nos vários tribunais”, disse ainda.
O sindicalista indicou também que é no Campus da Justiça de Lisboa que se vê mais gente em funções, mas adianta que naquele espaço trabalham cerca de mil pessoas. “Se estiverem a trabalhar 100 ou 200 estamos a falar de adesões á greve de 80% ou 90%”, esclarece.
Quanto aos serviços mínimos, um ofício-circular ontem distribuído pelos tribunais estabelecia que “em cada secretaria, os serviços mínimos são assegurados por dois oficiais de justiça”, número que passa para o dobro nos caos dos tribunais de Instrução Criminal de Lisboa e do Porto. José Augusto Moreira

12h12: Arménio Carlos, líder da CGTP, disse à rádio TSF que esta greve é a uma das "maiores já realizada em Portugal"

12h10 Os deputados da oposição regional abandonaram esta manhã o plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, em solidariedade com a greve geral. E decidiram doar o valor correspondente a um dia de trabalho ao Movimento do Apostolado da Criança (MAC). "Num momento em que os trabalhadores de todo o país, e da Madeira em particular, protestam contra o contundente ataque de que estão a ser alvo por parte do Governo PSD/CDS, no país, e do Governo regional do PSD, na Madeira, os deputados dos partidos que constituem o Pacto pela Democracia (PS, PTP, PCP, PND, PAN e MPT) não poderiam deixar de se solidarizar com essa luta", justificam em comunicado. "Os resultados da receita do PSD e do CDS, na Madeira e no Continente, demonstram que o caminho seguido falhou categoricamente”, referem em comunicado registando a "quase unanimidade em torno da ideia de que é preciso mudar de caminho e de propostas". Os deputados abandonaram o hemiciclo depois de verem rejeitada, pelas bancadas do PSD e CDS/PP, a sua proposta de suspensão dos trabalhos em solidariedade com a greve geral. A sessão plenária prosseguiu esta quarta-feira com a presença dos deputados eleitos por estes dois partidos da coligação nacional. Tolentino Nóbrega

11h56 A greve geral desta quarta-feira encerrou muitas escolas e, pelo menos no Norte, está a ter uma adesão superior à última paralisação.

Na zona de Lisboa e Vale do Tejo são dezenas as escolas e agrupamentos encerrados esta manhã. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) está a fazer uma actualização permanente na sua página de Internet. Às 11h20 havia quase uma centena de escolas encerradas na área da SPGL. Manuel Grilo, dirigente do SPGL, revela que há estabelecimentos de ensino, como a secundária Camões, abertos mas sem aulas a decorrer porque a maioria dos professores aderiram à greve nacional; e há outras encerradas por falta de comparência do pessoal não docente – de recordar que as escolas não abrem por falta de pessoal não docente mas o contrário não sucede.

Escolas como a dos Olivais, Gil Vicente, Marquesa de Alorna ou Escola de Música do Conservatório Nacional, todas em Lisboa, estão encerradas. Também não abriram as suas portas a secundária de Cacilhas, Costa da Caparica, Trafaria ou José Afonso, no Seixal. Na Amadora, em Loures e em Vila Franca de Xira também há estabelecimentos encerrados. A greve chegou também a algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social como o Externato Santa Joana, em Sesimbra, a Voz do Operário ou à Associação de Actividades Sociais Bairro 2 de Maio, ambas em Lisboa.

O Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, ainda não fez as suas contas mas a dirigente Manuela Mendonça calcula que “a resposta seja superior à da última greve”. Por exemplo, em Gaia, revela o professor João Paulo Silva, as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos de Canidelo, Valadares e Gervide estão encerradas, assim como a EB2, 3 e S de Canelas. As outras estão abertas mas verifica-se que há menos carros estacionados e muitos alunos a brincar nos pátios, o que quer dizer que haverá pessoal docente e não docente em greve, informa.

Uma hora de diferença do continente faz com que no arquipélago dos Açores o Sindicato dos Professores da Região dos Açores ainda não tenha feita a contabilidade do número de escolas encerradas. Contudo, Fernando Vicente, sindicalista na ilha Terceira, sabe que em Angra do Heroísmo a EB1 e as secundárias de Tomás de Borba e Jerónimo Emiliano de Andrade (o antigo liceu da cidade) não abriram as portas. Em São Miguel, as secundárias de Ribeira Grande e de Lagoa também permaneceram fechadas. E a Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, está encerrada.

No arquipélago da Madeira, Sofia Canha, presidente do Sindicato dos Professores da Região da Madeira fala numa adesão de 25% à greve. “Poucas escolas encerraram, algumas estão abertas com os serviços a funcionar mas sem professores”. A adesão “não é a desejável”, confessa a dirigente. “O ideal era que os professores tomassem uma posição mais forte. Os professores não estão resignados mas devido a situações de alguma complexidade financeira das famílias, não aderiram”, explica Sofia Canha.

Ao Sindicato dos Professores da Zona Sul continuam a chegar informações de Beja, Évora e Faro. Dezenas de escolas do 1.º ciclo ao secundário encerraram por falta de funcionários docentes e não docentes, informa Joaquim Páscoa, presidente do sindicato. Também a Universidade de Évora tem alguns sectores fechados, acrescenta. “Os dados ainda não são definitivos mas temos tido uma boa resposta por parte dos professores. Seria preferível uma adesão de 100%”, conclui.
Bárbara Wong

11h54 Foram cancelados 90 voos nos aeroportos nacionais até às 10h, fruto das medidas preventivas tomadas pelas companhias de aviação, que optaram por suprimir antecipadamente algumas das ligações aéreas programadas para hoje. A ANA, que gere as infra-estruturas aeroportuárias, referiu em comunicado que, da operação realizada até essa hora, apenas um voo saiu com atraso. As maiores supressões foram registadas no aeroporto de Lisboa, tendo sido operados 86 voos e cancelados outros 66 até às 10h. No aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, houve 35 ligações e foram suprimidas 21. Em Faro, foram realizados 13 voos e cancelados dois até àquela hora. A ANA prevê que, ao longo do dia de hoje, perto de 200 ligações aéreas sejam suprimidas fruto da greve convocada pela CGTP. Uma parte substancial dos cancelamentos será da responsabilidade da TAP, que está a operar a 52%, tendo optado por cancelar 173 voos. Raquel Almeida Correia

11h54 Os dados da CGTP citados pela Lusa indicam que a adesão dos enfermeiros à greve geral nos hospitais do país variava esta manhã entre os 57 e 100%. Vários serviços de urgência registaram uma paralisação total de enfermeiros e de pessoal auxiliar. Segundo a CGTP, que aponta dados recolhidos às 7h00, registou-se uma adesão total à greve geral dos enfermeiros nos hospitais do Fundão, Lamego, Tondela, Peniche, D. Estefânia, Peso da Régua, Torres Novas e Montijo. Já no Hospital da Covilhã, o pessoal auxiliar das urgências também não compareceu ao trabalho, registando-se igualmente uma adesão de 100% no serviço de urgência do Centro Hospitalar dos Covões e na Maternidade Daniel de Matos, ambos em Coimbra. Romana Borja-Santos

11h52 Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, informou o PÚBLICO que os trabalhadores das empresas Gertal e Itau SA aderiram à greve geral na ordem dos 100%. Exemplos são diversas cantinas hospitalares e de escolas básicas do Norte do país que têm comprometida a distribuição de refeições: cantina Escola Manoel Oliveira e da Escola Infante D. Henrique, no Porto; cantina da Escola Secundária Perafita e da Escola EB 2,3 Cruz de Pau, em Matosinhos; cantina da Escola EB 2,3 António Sérgio, em Vila Nova de Gaia; cantina da Escola EB 2,3 de Airães e da Escola EB 2,3 de Idães, em Felgueiras. A empresa Such, responsável pelo serviço de refeições à cantina do Hospital de São João, no Porto, regista uma adesão à greve de 92% com 125 trabalhadores ausentes. Rita Brandão Guerra

11h49 Só circularam 59 comboios da CP até às 10h, quando estavam previstos 80 ao abrigo dos serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral do Conselho Económico e Social. Num dia normal, a empresa teriam efectuado 452 ligações até essa hora, o que significa que a CP só teve 13% da operação em funcionamento. As maiores supressões ocorreram na rede de comboios urbanos do Porto, onde só circularam cinco comboios (os serviços mínimos previam que se realizassem 19). Raquel Almeida Correia

11h37 O porto de Sines está a funcionar a 100%, de acordo com um comunicado enviado pela administração da infra-estrutura. Nenhum dos terminais e serviços está a ser afectado pela greve de hoje.Raquel Almeida Correia

11h25 A GNR explicou, à Antena 1, que foi chamada à estação de comboios de Pampilhosa do Botão, no concelho da Mealhada, para resolver incidentes entre o piquete de greve e colegas que queriam trabalhar. Segundo o major Manuel Afonso, houve uma “tentativa de agressão” de um dos presentes que “tentou puxar da arma” de um dos militares da GNR, enquanto outro grevista tentava agredir o mesmo agente. A mesma fonte garantiu que não tem notícia de feridos. Uma versão diferente da avançada por António Moreira, da União dos Sindicatos de Coimbra, que acusou as forças de segurança de “extrema violência” e de terem feito um ferido que teve de receber tratamento hospitalar. A CGTP já foi informada do incidente. Romana Borja-Santos

11h22 Boa participação dos sectores público e privado no litoral alentejano. Egídio Fernandes da União de Sindicatos de Sines apresentou dados parciais da greve geral na zona industrial de Sines referindo que a EDP, Euroresinas e REN paralisaram a 100 por cento. Os trabalhadores da Petrogal e do porto de Sines não aderiram à paralisação, adianta Egídio Fernandes. No caso desta última empresa, a sua administração confirma que em “todos Terminais e serviços do Porto de Sines se encontram a funcionar a 100 por cento”.
Nos transportes públicos a paralisação ronda os 80 por cento, com excepção da Rodoviária do Alentejo que não aderiu. Edígio Fernandes explica que os seus trabalhadores “foram pressionados pela empresa” a não aderirem à greve.
Nas câmaras, escolas e serviços de Finanças do litoral alentejano (Grândola, Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Sines e Odemira) a paralisação atinge os 80 por cento. Carlos Dias

11h16 Vários elementos do movimento "Que se lixe a troika!" estão em Lisboa a distribuir cartazes e apelar à greve geral. O mote deste movimento para hoje é: "Façam greve: é por nós e por vocês". Na zona entre o Saldanha e o Campo Pequeno está um grupo de 10 elementos a entrar, de megafone em punho, em várias lojas, e em particular em bancos. Pedem às pessoas para irem
a manifestação da CGTP que está marcada para hoje à tarde, às 14h30, no Rossio. Segundo Nuno Ramos de Almeida, jornalista e um dos activistas do movimento "Que se lixe a troika!", "esta não é uma forma de luta fácil, porque as pessoas perdem um dia de trabalho. Ainda assim, é muito importante dar um sinal forte de descontentamento, porque ficámos quieto e entaload, e o governo faz o que lhe apetece". Fabíola Maciel

11h10 Em comunicado enviado ao PÚBLICO, a administração do Porto de Sines avançou que todos os Terminais e serviços do Porto de Sines "se encontram a funcionar a 100% não estando a ser afectados pela greve geral convocada para hoje, dia 14 de Novembro, por algumas estruturas sindicais".


11h07 Na zona de Lisboa e Vale do Tejo são dezenas as escolas e agrupamentos encerrados esta manhã. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), está a fazer uma actualização permanente na sua página de Internet. Manuel Grilo, dirigente do SPGL, revela que há estabelecimentos de ensino, como a secundária Camões, abertos mas sem aulas a decorrer porque a maioria dos professores aderiram à greve nacional; e outras encerradas por falta de comparência do pessoal não docente – de recordar que as escolas não abrem por falta de pessoal não docente mas o contrário não sucede.
Escolas como a dos Olivais, Gil Vicente, Marquesa de Alorna ou Escola de Música do Conservatório Nacional, todas em Lisboa, estão encerradas. Também não abriram as suas portas a secundária de Cacilhas, Costa da Caparica, Trafaria ou José Afonso, no Seixal. Na Amadora, em Loures e em Vila Franca de Xira também há estabelecimentos encerrados. A greve chegou também a algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social como o Externato Santa Joana, em Sesimbra, a Voz do Operário ou à Associação de Actividades Sociais Bairro 2 de Maio, ambas em Lisboa. Bárbara Wong

10h58 Setúbal: Os balcões de atendimento das Finanças e da Caixa Geral de Depósitos da Loja do Cidadão de Setúbal estiveram encerrados durante a manhã, devido à greve geral. No balcão da Caixa um aviso convidava o utente a deslocar-se à agência de São Sebastião, onde o PÚBLICO verificou que tudo está a decorrer com normalidade. De resto, parecem ter sido os utentes a fazer "greve" aos serviços, tão pouca é a afluência à Loja neste momento e tão pouca é também a azáfama. Logo na abertura, a fila era pequena, mais do que o habitual, mas normal face à greve, garante a gestão da loja. Um dia paradísiaco para pagar contas ou tirar o Cartão de Cidadão. E, com a mudança de turno, os balcões encerrados poderão até mesmo reabrir, mas a gestão da loja evita promessas. Já o balcão da Segurança Social, a funcionar nos mínimos, poderá encerrar, caso os trabalhadores do turno da tarde não compareçam. Tudo depende dos grevistas. Ricardo Vilhena

10h54 Na Loja do Cidadão, em Faro, todos os serviços estão encerrados, à excepção do balcão dos registos - predial e comercial. Das mais de duas dezenas de funcionários, só estão a trabalhar duas colaboradoras, no mesmo serviço – balcão de registos. Tirar o cartão de cidadão, renovar a cartão de condução ou pagar a água e luz, são hoje tarefas impossíveis de realizar neste local. Idálio Revez

10h52 O Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, ainda não fez as suas contas mas a dirigente Manuela Mendonça calcula que “a resposta seja superior à da última greve”. Por exemplo, em Gaia, revela o professor João Paulo Silva, as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos de Canidelo, Valadares e Gervide estão encerradas, assim como a EB2, 3 e S de Canelas. As outras estão abertas mas verifica-se que há menos carros estacionados e muitos alunos a brincar nos pátios, o que quer dizer que haverá pessoal docente e não docente em greve, informa. Bárbara Wong

10h49 Bancada parlamentar do Bloco de Esquerda ausente: enquanto fala o secretário de Estado Xavier Barreto, a bancada parlamentar do BE está vazia. Segundo confirmou ao PÚBLICO fonte do Bloco de Esquerda, os deputados do partido coordenado por João Semedo e Catarina Martins juntaram-se à greve convocada pela CGTP.

10h36 Viseu: Segundo a contabilidade da CGTP-IN, nos hospitais de Tondela, Lamego e Viseu, apenas os enfermeiros e auxiliares aderiram à greve. No Hospital de Tondela a adesão foi de 100%. Em Lamego, no turno da noite, a adesão dos enfermeiros foi total. Em Viseu, a adesão dos enfermeiros e dos auxiliares foi de 80% no turno da noite.
A recolha do lixo e a varredura mecânica da autarquia viseense não terá sido realizada uma vez que 100% dos funcionários aderiram à greve.
Quanto às escolas, as do 1.º ciclo estão encerradas as de Couto de Cima, Tondelinha, Paradinha, Portela e de Vil de Soito. Também a secundária de Viriato está fechada, bem como as básicas de 2.º e 3.º ciclos de Penedono e Caramulo (Tondela); na de Cinfães a adesão é de 82%. O Centro Escolar de Mortágua está encerrado e no de Penedono metade dos funcionários aderiram à greve.
No que diz respeito aos tribunais, no Administrativo e no de Trabalho a adesão é de 100%. No Tribunal Judicial de Viseu a adesão foi de 80%.
Na Rodoviária da Beira Litoral, em Viseu, nove em cada dez trabalhadores aderiu à greve convocada. Bárbara Wong


10h24 Braga: "Suprimido". A palavra aparece à frente de quase todos as ligações ferroviárias previstas no quadro electrónico da estação de caminho-de-ferro de Braga. Desde o início da manha, apenas um comboio suburbano saiu da cidade em direcção ao Porto e não está previsto mais nenhum até meio da tarde. Samuel Silva

10h15 Região Autónoma da Madeira: Na Assembleia Legislativa da Madeira, o grupo parlamentar do PS-M que pedia a suspensão dos trabalhos plenários em solidariedade com a greve geral. O requerimento foi chumbado, com a maioria dos votos contra do PSD-M e do CDS/PP-M. A favor votaram o PS-M, PTP-M, PCP-M, MPT-M, PND-M e PAN-M. Segundo a agência Lusa, o deputado do PSD-M Trancada Gomes classificou a proposta dos socialistas madeirenses como "lastimável".

10h01 Ainda no sector da saúde, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou ao PÚBLICO que não estão a fazer qualquer recolha de dados visto que não aderiram à greve. “O SIM nunca aderiu a uma greve convocada pela CGTP”, explicou Jorge Roque da Cunha. O médico justificou, ainda, que a classe não tem um historial de greves e que perante o acordo recentemente assinado entre os sindicatos do sector e o Ministério da Saúde “não faria qualquer sentido” juntarem-se aos protestos de hoje, até porque a maioria das preocupações dos clínicos foram atendidas no documento subscrito. O número de utentes na lista dos médicos de família, o número de horas de trabalho semanal, o tempo dedicado aos serviços de urgência e a remuneração de entrada na carreira foram os principais dossiers que estiveram em cima da mesa numa dura negociação que demorou meses e que ficou marcada por uma greve de médicos considerada histórica. Romana Borja-Santos


10h00 Porto: O metropolitano do Porto cricula apenas com os serviços mínimos e nas linhas Senhroa da Hora/Dragão e Hospital de S. João/Santo Ovídeo, em Gaia, segundo declarações do dirigente sindical Orlando Monteiro à Lusa. “Entre os associados do nosso sindicato a adesão é de 100%, depois há uns seis ou sete motoristas que não aderiram”, acrescentou Orlando Monteiro.
Num comunicado enviado à Lusa, a União dos Sindicatos do Porto refere também que não há metro na Póvoa, Vila do Conde, Maia, Gondomar e centro de Matosinhos. Na mesma nota de imprensa, a USP dá também conta da “adesão histórica” registada na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, com 100 por cento de adesão.
A Lusa tentou obter dados junto da administração da Metro e STCP que, até ao momento, não esteve disponível.

9h57 Faro: O chefe da estação da CP em Faro encerrou o gabinete, a bilheteira não funciona. Nos comboios só se cumpre os serviços mínimos, o que significa que chegou à capital algarvia o comboio das 8h37, vindo de Lagos.
No aeroporto de Faro o movimento de passageiros processa-se normalmente. Os únicos voos cancelados foram os da TAP, a partida para Lisboa às 6h05 e às 11h05. Os transportes rodoviários estão circular normalmente pela cidade.
No Hospital de Faro, parque de automóveis cheio, funcionários em fila para picar o ponto. Ambiente tranquilo.
Na cidade de Loulé não houve recolha de lixo. A lei dos compromissos, que obrigou ao corte de horas extraordinárias aos funcionários, tem vindo a provocar um grande descontentamento neste sector. Idálio Revez


9h54 A sessão de hoje do julgamento do processo Face Oculta não se vai realizar por causa da greve nacional. O anúncio acaba de ser feito pelo juiz presidente do colectivo, Raul Cordeiro, no Tribunal de Aveiro, onde decorre o julgamento. No espaço de um ano - o Face Oculta começou a ser julgado a 8 de Novembro de 2011 -, esta é já a terceira greve geral que motiva a não realização das sessões.
Entretanto, para logo à tarde, está prevista uma concentração de oficiais de justiça da Comarca do Baixo Vouga. A acção de protesto acontece às 14 horas, na Praça Marquês de Pombal, junto ao Tribunal de Aveiro. Maria José Santana

9h48 O Tribunal de Setúbal está a funcionar normalmente, apesar de alguns trabalhadores terem feito greve. Para hoje, às 13h30 está prevista a leitura da sentença de um acórdão de um caso mediático ligado a um gang, composto por seis homens e duas mulheres, que recorreu ao método de explosão para praticar assaltos a caixas multibanco, em Setúbal, no ano passado. Os assaltos causaram danos avultados, no valor de vários milhares de euros, numa papelaria, num restaurante, numa mini-mercearia e numa caixa do IPS. "O grupo em causa, composto por indivíduos com antecedentes criminais, actuava com grande rapidez e de forma particularmente violenta, procedendo ao assalto em locais previamente controlados e vigiados", referiu a PJ, em comunicado, há um ano, aquando da detenção do gang. Ricardo Vilhena

9h42 Porto: “Nos serviços urbanos do Porto estavam previstos 14 nos serviços mínimos, 10 foram suprimidos, 11 por atuação de piquetes de greve e um por falta de um trabalhador. No serviço regional, três foram suprimidos, um devido a atuação do piquete de greve e dois devido à falta de pessoal”, disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela.

9h40 Serviços mínimos da CP: A porta-voz da CP avançou à Lusa que, até às 8h00, das 55 prestações de serviços mínimos previstas, foram realizadas 40.

9h38 Distrito de Setúbal: Comboios da linha do Sado sem serviços mínimos. Os travões dos comboios foram cortados ontem à noite na estação do Barreiro, impossibilitando a circuação. Em declarações à Lusa, a porta-voz da CP, Ana Portela, adiantou que "estamos a falar de vandalismo ao nível do equipamento dos comboios", e explicou que "há uma mangueira que alimenta os travões dos comboios eestas foram cortadas durante a noite". A porta-voz da empresa avançou que as avarias estão a ser reparadas e que a situação está a ser averiguada.

9h32 Na A5, sentido Cascais-Lisboa, o trânsito circula bem para esta hora da manhã, quase sem filas, ao contrário do caos na última greve nos transportes, que se estendeu até ao meio da manhã. A fila na A5 começa apenas em Monsanto. Ricardo Garcia

9h30 Braga: Face à ausência de transportes públicos, o trânsito esta particularmente intenso nos principais acessos à cidade. No centro da cidade, a Greve Geral afecta sobretudo os serviços públicos. Os serviços da Câmara Municipal de Braga estão abertos, ainda que vários funcionários tenham aderido ao protesto. À porta das principais escolas da cidade, há dezenas de alunos reunidos pelo facto de não terem aulas. Já a Loja do Cidadão está a funcionar praticamente em pleno. Samuel Silva

9h23 Do lado dos enfermeiros, os primeiros dados de adesão à greve relativos ao turno da noite situaram-se acima dos 70%, segundo avançou ao PÚBLICO a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Guadalupe Simões. A sindicalista informou que há alguns hospitais com uma adesão de 100%, como é o caso de Montijo, Peniche, Régua, Lamego e Fundão. Já o Hospital do Litoral Alentejano tem 95% dos enfermeiros parados, seguindo-se os IPO de Coimbra e Porto, ambos com 93,3%, o Hospital Sobral Cid (91,7%), o Hospital de Santa Cruz (90,3%) e a Maternidade Alfredo da Costa (90%).
Para Guadalupe Simões estes dados mostram que “os enfermeiros estão a aderir e a ter uma excelente resposta" a esta greve geral na qual, recorda, a classe também se manifesta contra alguns dos problemas relacionados com o Orçamento do Estado para 2013, nomeadamente as regras relacionadas com as aposentações, as carreiras de enfermagem e as remunerações. Romana Borja-Santos

9h15 Porto: Regista-se uma adesão total entre os motoristas da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), segundo declarações à agência Lusa do dirigente do Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), Jorge Costa. "Não sei o que vai acontecer a partir de agora, porque a polícia está a tentar demover o piquete para que se cumpram os serviços mínimos, mas, até ao momento, não houve nenhum problema entre a polícia e o piquete", disse o sindicalista. Segundo o mesmo, "nem os serviços mínimos estão a ser cumpridos".

9h10 O líder da CGTP, Arménio Carlos, classifica como “um exemplo de brutalidade” a presença de polícias e de forças especiais, como a polícia de choque, junto de piquetes da greve que está a decorrer nesta quarta-feira. Referindo-se aos casos de que teve conhecimento, o dirigente disse ao PÚBLICO que a culpa é do “nervosismo do Governo”.
“Esta pressão reflecte o clima de preocupação do Governo, que sabe que perdeu até a sua base de apoio eleitoral. Mesmo as pessoas que votaram PSD e CDS estão zangadas, revoltadas, e a utilização de forças de segurança, que deveriam estar a combater o crime, para intimidar os trabalhadores e os sindicatos é uma atitude inadmissível e um exemplo de brutalidade”, diz Arménio Carlos.
Um homem que estava no piquete de greve dos autocarros da Carris, na estação da Musgueira, em Lisboa, foi detido por tentar agredir um agente da polícia, segundo a Lusa. O homem foi detido por “resistência e tentativa de agressão a um agente da autoridade”, disse o comissário Santos, da PSP.

Arménio Carlos falava junto à empresa Visteon, em Palmela, por telemóvel, após a visita à Lisnave, que estava “totalmente parada”, segundo descreve. Em seguida iria para o Instituto Politécnico de Setúbal, mas antes destacou que esta paralisação está a ter “uma enorme adesão, tanto no sector público como no sector privado”. “Os trabalhadores do sector privado já perceberam que temos de investir hoje para manter aquilo que temos face à enorme redução de direitos que nos querem impor”, salienta. Por isso, esta greve é uma “mensagem clara” ao Governo, que “mentiu quando disse, na tomada de posse, que desta vez os sacrifícios valeriam a pena”.
“É uma mensagem contra a austeridade” porque “um ano e meio depois, em vez de melhorar, o país está pior, os trabalhadores estão a ser esmagados”, prossegue, recordando as previsões pessimistas que na terça-feira foram divulgadas pelo Banco de Portugal e que apontam para uma recessão mais grave do que a esperada pelo Governo em 2013. Victor Ferreira

9h10 João Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do grupo CGD, adianta que as agências de Castro Marim, Vouzela e Algueirão Mem Martins estão encerradas. Recusando entrar numa “guerra de números” com a administração da empresa, o sindicalista diz ao PÚBLICO que “a greve está a assumir-se plenamente nas agências do Portugal profundo, mas que ainda é cedo para dados mais concretos”. “A CGD hoje vai parar. Era bom que o resto da banca também evidenciasse adesão à greve, mas é evidente que temos razões acrescidas face a outros trabalhadores da banca. Nós não vamos ter subsídio de Natal”, diz João Lopes. Rita Brandão Guerra

9h07 Aveiro: Os autocarros da empresa municipal de mobilidade de Aveiro não saíram hoje para as ruas. A adesão a greve neste serviço de transportes atinge os 100 por cento. Os únicos e poucos autocarros que estão a circular na cidade são os dos operadores privados, que cumprem carreiras oriundas de outros pontos. Na estação da CP, vive-se uma calma atípica. As bilheteiras estao fechadas e nos ecrãs são várias as referências a comboios suprimidos. Maria José Santana

8h52 Braga: O primeiro reflexo da Greve Geral na cidade é o facto de não circularem autocarros dos Transportes Urbanos de Braga. Também por isso, Braga é, às primeiras horas da manha, uma cidade a meio gás face ao habitual. Samuel Silva

8h36 A manhã na Pampilhosa ficou marcada pelos tumultos entre as forças de segurança e os piquetes de greve que estavam na estação de comboios desta freguesia do concelho da Mealhada, avança a Antena 1. Um dos elementos do piquete ferido por um militar da GNR teve de receber tratamento hospitalar e a União dos Sindicatos de Coimbra admite apresentar queixa pela “extrema violência”, informou o sindicalista António Moreira. A CGTP já foi informada do incidente. Romana Borja-Santos

8h32 Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, disse aos jornalistas presentes à porta da Lisnave que o balanço actual era bastante positivo, com os “transportes parados a nível nacional” e uma “grande adesão nos hospitais”. A adesão do sector privado merece também o destaque de Arménio Carlos, que avança com uma forte mobilização dos trabalhadores.“A esta hora, esta é uma das maiores lutas que nós travámos”, disse.
Para o secretário-geral da CGTP, esta greve ganha maior importância com as greves marcadas na Grécia, Espanha e Itália, e com os protestos marcados na Bélgica e França.
“Ainda é muito cedo para estar já a adiantar números", diz Arménio Carlos, realçando que o importante é a forte mobilização que já se faz sentir em todo o país. Porém, “quando as coisas começam bem, devem acabar bem”, disse o líder da CGTP.
Questionado acerca da possibilidade de vários trabalhadores não aderirem à greve com medo de represálias, Arménio Carlos foi peremptório ao afirmar que “os trabalhadores só se devem orgulhar e participar na greve”.Em relação ao incidente registado em Coimbra entre um grevista e as forças de segurança, Arménio Carlos disse que “as forças de segurança têm mais que fazer do que se meter no que não são chamados”, pedindo que as mesmas regressem aos quartéis e esquadras e que deixem os sindicatos fazer o seu trabalho.
António Pardal, dirigente sindical e membro da Comissão de Trabalhadores da Lisnave, avançou ao PÚBLICO que, actualmente, a produção está “completamente parada” e que a empresa regista uma adesão à greve de cerca de 96%. Cerca de 80 trabalhadores encontravam-se à porta da empresa, sendo que mais de metade eram empreiteiros precários de origem maioritariamente africana e romena, que reclamavam a entrada nas instalações da empresa. André Jesus


8h25 Na aviação, a operação da companhia aérea portuguesa TAP está a decorrer “conforme o previsto”, disse fonte da empresa ao PÚBLICO neste início de manhã. A empresa previa o cancelamento de 173 voos nesta quarta-feira e, para já, não faz publicamente nenhum balanço do impacto da greve. Os primeiros números oficiais da TAP deverão ser apresentados por volta das 12h. A mesma fonte frisa que foram postas em marcha “medidas preventivas” para minimizar os efeitos da paralisação sobre a vida dos passageiros que tinham reservas para os voos cancelados. Essas medidas passaram por “oferecer alternativas em voos noutras horas ou datas”. Victor Ferreira

7h52 Os dados da CGTP às 7h dão nota de serviços de enfermagem com adesão à greve na ordem dos 100% em vários hospitais do país: Hospital do Fundão, Hospital de Peniche, Hospital Dona Estefânia, em lisboa, ou Hospital de Torres Novas. Várias serviços municipais de recolha de lixo paralisaram em absoluto esta noite. Os dados do início da manhã disponibilizados pela central sindical indicam também que as principais empresas de transportes públicos não estão a funcionar: TAP (90%), CP Cais Sodré e Rossio (100%), Transtejo (100%), Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto (100%), CP Porto (100%). Rita Brandão Guerra

7h59 Em Vale de Mulatas, Setúbal, a fábrica da Pastelaria Vitória laborou durante toda a noite. "Temos de trabalhar para comer", justifica Isidro Teixeira, gerente da casa que fornece cerca de 300 cafés e outros estabelecimentos em Setúbal, Palmela e Pinhal Novo. "Não recebemos encomendas das escolas, ", lamenta denunciando que a greve tenciona atacar o ensino. Na fábrica da Pastelaria Vitó, , ria, venderam-se bolos quentes durante toda a madrugada. Até a polícia acorreu. Em emergência calórica, claro está. Merkel já regressou à Alemanha. Mas Berlim continua presente na vida dos setubalenses. Em formato de bolas. Ricardo Vilhena

7h55 A Atlantic Ferries tem os ferries "Rola do Mar" e "Pato Real" paralisados. Os navios, que costumam transportar carros entre as duas margens do rio Sado, estão atracados em Setúbal. No que aos passageiros diz respeito, o Público testemunhou a primeira de seis travessias de cat, amaran de serviços mínimos que a empresa tenciona realizar, à 1h. Está prevista ida para Tróia às 8h15 e 18h e travessia inversa para as 8h40 e 18h30. Ricardo Vilhena

7h40 Os primeiros dados da CGTP sobre esta paralisação, relativos às 2h desta madrugada de quarta-feira, levam o secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, a declarar que o arranque do protesto foi muito positivo. Dados enviados pela central para a imprensa indicam que, àquela hora, a paralisação era total na SESIBAL - Portos de Setubal e Sesimbra - Frota do Cerco, Câmara de Li, sboa (Bombeiros Sapadores Chelas e recolha do lixo Olivais, com 98% de adesão), no Hospital da Covilhã, CP-Coimbra, Câmara de Évora (recolha do lixo), Câmara de Loulé (recolha do lixo), Lota de Olhão, ILMA - empresa de lacticínios no Funchal, Câmara do Funchal (limpeza urbana), Europack (Leiria), Câmara da Amadora (recolha do lixo), CP-Lisboa (Cais do Sodré, Rossio, e Santa Apolónia), Câmara de Alter do Chão (recolha do lixo), Câmara de Castelo de Vide (recolha do lixo), Câmara de Nisa (recolha do lixo), Hospital de São João Porto (enfermeiros), CP Porto, Câmara de Almada (recolha noctura), CP Barreiro, SMAS Loures (recolha do lixo), Câmara da Moita, do Seixal, de Setúbal e Câmara de Palmela (recolhas de lixo), CP Poceirão (CP Carga), Refer Praias do Sado, Hospital de Lamego (Enfermeiros, turno da noite) e Hospital de Tondela (Enfermeiros). Victor Ferreira

7h36 Os profissionais do Teatro do Elefante, em Setúbal, estão em greve. Este grupo, que se tem destacado pelas actividades para bebés e crianças, não tinha nenhum espectáculo previsto para hoje, mas está "solidário na luta com os restantes trabalhadores portugueses". Em mensagem publicada no Facebook, Fernando Casaca, director artístico do Teatro do Elefante, teme que a austeridade "ameace de morte a actividade cultural". Ricardo Vilhena

7h14 Em Setúbal há mobilização para a greve. Mas também há quem vá trabalhar para perder o medo de ficar sem trabalho. Na estação de comboios de Setúbal, junto à Praça do Brasil, há painéis de azulejos de que ilustram a "Dor" e a "Revolta". Há também uma placa onde se lê que as obras que a estação sofreu em 2010, "contribuem para a redução das disparidades económicas e sociais entre os cidadão da União Europeia". Neste cenário, Pelé Semedo, 46 anos, na construção civil desde os 15, desesperado por ver que a supressão do comboio para o trabalho no Barreiro lhe há-de suprimir um dia de salário. "A austeridade não me deixa fazer greve", justifica. Vinha apanhar o último comboio do dia para fintar a greve de hoje. A greve fintou Pelé.
Ricardo Vilhena - Público