quarta-feira, novembro 14, 2012

“Será com esta greve e com tantas outras mobilizações que se irá derrubar este governo”

A coordenadora da Comissão Política do Bloco, Catarina Martins, que participou na manifestação da Greve Geral no Porto, à qual se juntaram mais de duas mil pessoas, salientou que esta é “a primeira greve ibérica, uma greve inédita, e um cartão vermelho bem forte contra a troika e o governo”.
Foto de João Pedro Freire.
“Lembrem-se: no dia 15 de setembro, um milhão de pessoas na rua acabou com a medida louca da TSU [Taxa Social Única], de tirar a quem trabalha para entregar ao patrão”, sublinhou a dirigente bloquista, adiantando que “foi a democracia a funcionar que derrotou a medida” e que “será com esta Greve e com tantas outras mobilizações que se irá derrubar este governo”.
A deputada do Bloco de Esquerda, que integrou a manifestação que percorreu as ruas do Porto, e que foi convocada pela União de Sindicatos do Porto, avançou ainda que esta é “uma Greve Geral que está a ter muita força, numa altura tão difícil para as pessoas”. “É a primeira greve ibérica, uma greve inédita, e um cartão vermelho bem forte contra a troika e o governo”, frisou.
A coordenadora da Comissão Política do Bloco destacou as “adesões muito significativas face, até, ao que aconteceu noutras greves gerais”, que se registaram nesta região, entre as quais a adesão à paralisação na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STC).
“Não saiu nenhum autocarro. Os comboios estiveram praticamente parados e, no metro, andam duas composições durante todo o dia e nada mais”, lembrou, sublinhando que, mesmo nos operadores privados de transporte, se registou “uma boa adesão” à paralisação.
Catarina Martins salientou também os efeitos da Greve nos estabelecimentos de ensino e até no centro de produção da televisão pública, que, conforme afirmou, só tinha 25 por cento dos jornalistas na redação durante o período da manhã.
Mais de duas mil pessoas desfilam no Porto
Durante a manifestação, na qual participaram mais de duas mil pessoas, ouviram-se protestos contra o “roubo dos salários” e a “agressão intolerável” de que está a ser alvo Portugal, e entoaram-se canções como “Grândola Vila Morena”.
“Portugal, vende-se. Bem dotado de campos de golfe, a abarrotar de políticos corruptos. Preço de ocasião”, lia-se num dos cartazes.
O coordenador da União de Sindicatos do Porto, João Torres, saudou, na Avenida dos Aliados, os que, “numa situação tão complicada, com tantos cortes, ultrapassaram os medos e aderiram à Greve Geral”.
Esquerda.net

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