sexta-feira, janeiro 21, 2011

“É por razões económicas e financeiras que queremos uma 2.ª volta nas eleições”

Francisco Louçã afirmou esta quinta-feira, no comício em Lisboa com Manuel Alegre, que é precisamente por razões económicas e financeiras que se impõe uma 2.ª volta nas eleições presidenciais, acusando Cavaco Silva de ter na sua candidatura os especuladores dos juros.
Louçã: “É por razões económicas e financeiras que queremos uma 2.ª volta nas eleições”
Louçã respondeu aos protestos de Cavaco Silva contra campanhas de “vil baixeza” contra si, contrapondo que “vil baixeza” foi a acção da “quadrilha” do BPN. Foto José Sena Goulão/LUSA.
Na sua intervenção no comício da candidatura presidencial de Manuel Alegre, no Coliseu dos Recreios, Francisco Louçã respondeu ao argumento de Cavaco Silva contra uma segunda volta nas eleições, alegando que poderia aumentar os juros da dívida soberana e apertar ainda mais o crédito.
“Eu bem lembro que Cavaco Silva, na véspera de uma eleição que ia perder, anunciava que se fosse derrotado os portugueses deixariam de poder comprar frigoríficos. Agora diz-nos que os juros podem subir, mas sugiro-lhe Dr. Cavaco Silva que pergunte a todos esses responsáveis financeiros, que estão na sua candidatura, se o que agora vão fazer é mesmo deitar mão baixa nas próximas semanas àquilo que é o rendimento dos portugueses”, questionou o deputado e dirigente do Bloco de Esquerda.
Segundo Louçã, a resposta “é sim, por razões económicas e financeiras é preciso que haja uma segunda volta das eleições presidenciais”.
No seu discurso, Francisco Louçã acusou ainda Cavaco Silva de “chorar lágrimas de crocodilo” em relação aos cortes salariais na administração pública, denunciando que foi Cavaco que tentou forçar a aplicação desta lei nos Açores através do seu representante da República.
"Vil baixeza foi o que fez a quadrilha do BPN", resposta de Louçã a Cavaco
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda respondeu aos protestos de Cavaco Silva contra campanhas de “vil baixeza” contra si, contrapondo que “vil baixeza” foi a acção da “quadrilha” do Banco Português de Negócios (BPN).
Em vários momentos da sua intervenção, Louçã levou a plateia ao rubro, sobretudo quando estabeleceu uma ligação entre o actual chefe de Estado e o caso BPN.
“Cavaco Silva olha para nós como um aristocrata ofendido com o atrevimento da populaça e diz-nos que a crítica é vil baixeza. Mas, Dr. Cavaco Silva, vil baixeza foi a fraude financeira que agora está a arruinar o país da quadrilha do BPN, dos seus ex-ministros, daqueles ex-ministros cheios de cumplicidades, que protegeram os seus, distribuindo o saque contra o nosso país, contra a nossa economia e contra o nosso povo”, acusou Louçã.
Louçã traçou depois um dualismo entre Cavaco Silva e Manuel Alegre.
“Não queremos um presidente da República que seja um ocultador, não queremos armários de segredos e de esqueletos em Belém. Queremos transparência e responsabilidade e um Presidente da República não pode estar a fugir da sua sombra”.
De acordo com Louçã, Portugal precisa de um Presidente da República “de confiança: Manuel Alegre”.
Para Manuel Alegre “este FMI não passará”
Além disto, Louçã afirmou que Manuel Alegre apresentou-se nesta campanha, e” foi o único”, com “a tarefa mais difícil que é derrotar Cavaco Silva”, e lembrou que desta vez Alegre tem muitos mais votos possíveis do que nas últimas eleições e que por isso “pode disputar uma 2.ª volta”.
Francisco Louçã lembrou também que para Manuel Alegre “este FMI não passará” e que a sua candidatura representa o valor da responsabilidade política contra a irresponsabilidade dos mercados. “Representa uma garantia do valor do trabalho também”, acrescentou. Louçã apelou ao voto em Alegre porque “precisamos de uma esquerda verdadeiramente democrática, responsável e socialista”.
Lembrando Garrett – “quantos pobres são precisos para fazer um rico?” – Louçã disse que aqui, em Portugal, “são preciso 2 milhões de pobres para se fazerem multimilionários, todos incluídos no estado-maior de Cavaco Silva”.
Esquerda.net

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