Acções da SLN: Um negócio de favor para Cavaco
Cavaco Silva comprou as acções da SLN a um euro, quando quase todos os accionistas pagaram cerca de dois euros. Vendeu-as a 2,40, obtendo uma valorização de 140%, bem acima do que a SLN garantia na recompra das acções.
Visita do presidente Cavaco Silva à fábrica de plásticos Inapal, em Setúbal, em 21 de Julho de 2006, acompanhado por Dias Loureiro e José Oliveira e Costa – Foto de Manuel de Almeida/Lusa
Quanto à venda a 2,40 euros, Marques Mendes, antigo ministro de Cavaco, veio dizer na passada quinta feira, que foi uma venda abaixo do preço que era praticado na altura. Em declarações à TSF, o presidente da SLN-Valor, Alberto Queiroga Figueiredo, que faz parte da Comissão de Honra da candidatura de Cavaco Silva, levantou a hipótese do Presidente da República ter tido acesso a informação privilegiada, que outros não tiveram, de que o BPN não andava bem.
“Para mim, ele [Cavaco Silva] talvez tenha tido um feedback de que as coisas não estavam a correr bem. É perfeitamente normal que [depois] as queira vender”, disse o membro da Comissão de Honra da candidatura de Cavaco à TSF.
A compra a preço baixo e a venda antecipada, antes de haver problemas, garantiu a Cavaco Silva, um ganho excepcional de 147%, bem acima do que a SLN garantia a outros accionistas. Francisco Louçã distribuiu à Assembleia da República, na passada quinta feira durante o debate parlamentar sobre o Banco Português de Negócios agendado pelo Bloco de Esquerda, a cópia de um contrato de compra das acções, do mesmo tipo mas mais recente, em que a SLN garantia apenas 5% de valorização.
O coordenador da comissão política do Bloco assinalou então:
“Esse negócio foi um favor. Ora, um responsável político não faz favores nem recebe favores.”
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