domingo, janeiro 09, 2011

Alegre contra pressões para a entrada do FMI em Portugal

Manuel Alegre diz que são inaceitáveis as pressões da Alemanha e da França para que Portugal recorra ao FMI e considera que o próximo Presidente da República “não pode lavar as mãos” sobre o assunto.
Manuel Alegre no almoço com sindicalistas em Palmela - Foto recolhida do site manuelalegre2011.pt
Manuel Alegre no almoço com sindicalistas em Palmela - Foto recolhida do site manuelalegre2011.pt
“Estamos a assistir a uma sobreposição de poderes ilegítimos sobre os Estados democráticos da União Europeia. Está em causa a soberania nacional, está em causa a autonomia nacional e, por isso, neste momento, não pode haver cálculos eleitoralistas”, disse Manuel Alegre, que defendeu que Portugal precisa de um chefe de Estado que não tenha uma posição “passiva” em relação aos mercados financeiros e aos “especuladores”.
O candidato presidencial fez estas declarações num comício realizado na Incrível Almadense, onde intervieram também as deputadas Ana Catarina Mendes do PS e Mariana Aiveca do Bloco de Esquerda.
Segundo a agência Lusa, Manuel Alegre denunciou que “há entre as forças conservadoras nacionais quem esteja interessado na entrada do FMI em Portugal” e acrescentou: “Esperam que o FMI faça aquilo que eles não ousam apresentar a votos, a desregulação completa da nossa sociedade e a destruição completa dos nossos direitos sociais”.
Alegre fez ainda um apelo “a todos os socialistas, comunistas, bloquistas, democratas qualquer que seja a sua filiação partidária, a todos os que se reclamam da doutrina social”, sublinhando:
“Eu sou a garantia de uma democracia com Estado social. Unam-se, mobilizem-se e não deixem que o poder económico domine por completo o poder político e não deixem que os grandes interesses se substituam ao poder democrático saído do povo”.
O candidato acusou ainda implicitamente Cavaco Silva de ter uma concepção de ordem moral característica de um “provincianismo mental”.
“Não é admissível que, em pleno século XXI, tenhamos um Presidente da República que fala da mulher como a fada do lar, que trata do orçamento familiar e dos filhos”, criticou Alegre que defende que “respeitar o que é diferente e combater todas as formas de discriminação é o que faz a grandeza de um país, e não uma visão pacóvia, uma visão fechada para dentro, ou do provincianismo mental tão criticada pelo grande Fernando Pessoa”.

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