RIA FORMOSA: CAMPOS DE GOLFE MATAM A RIA!
As autoridades europeias têm coisas engraçadas como aquela de produzir
uma directiva que cria as chamadas "Zonas Vulneráveis" aos efeitos da
eutrofização por acção de fertilizantes, na agricultura.
E os governos desta republica de bananas dá-se por satisfeito, porque
afinal os campos de golfe, que para algumas coisas são considerados como
agrícolas ou equiparados mas que em matéria de poluição, gozam de um
estatuto especial, proteccionista, como não podia deixar de ser.
Assim, o desgoverno anterior, com base num decreto de 1997, fez aprovar a
portaria 259/2012 que actualiza as ditas Zonas Vulneráveis, onde consta
Faro ( integra Olhão) e Luz de Tavira, portanto a Ria Formosa.
Curiosamente nele se diz que houve participação publica. Por acaso
alguém teve conhecimento do anuncio da abertura de tal procedimento?
Esta portaria tem no entanto um aspecto muito positivo, já que vem
desmentir uma das desculpas dos técnicos do IPMA quando dizem que a
contaminação microbiológica se deve às escorrências superficiais da
agricultura, o que equivale a dizer que aquela contaminação provem dos
esgotos directos e das ETAR.
Os campos de golfe para manter a relva verdejante utilizam
fertilizantes, em maior quantidade que a produção agrícola, fazendo com
que as escorrências superficiais, dada sua proximidade das linhas de
agua e da Ria, acabem por criar o risco de eutrofização, como se vê no
Ancão.
Instalar campos de golfe na área de intervenção da Ria Formosa, é muito
apetecível para o sector turístico mas indesejável para as actividades
tradicionais da Ria como a moluscicultura e pesca.
Não se infira disto que estejamos contra os campos de golfes mas tão só
contra a sua localização e excesso de estabelecimentos dessa natureza
com efeitos nefastos no futuro do sector produtivo algarvio.
Com o novo campo de golfe na Quinta de Marim, ainda em fase de
instalação, a designada zona de produção de bivalves Olhão 1 e parte de
Olhão 2 vão ser seriamente afectados e não sabemos até que ponto não irá
mesmo mais longe, tendo em conta o assoreamento da barra da Armona.
É certo que para uma determinada classe politica, o objectivo final e em
obediência à UE, é acabar com a produção de bivalves ou pesca, fazendo
conjugar algumas acções tendentes a levar os resistentes a abandonar as
suas actividades.
Assim foi com os planos de ordenamento criando restrições ao marisqueio e
à pesca, dando por findas as concessões ainda que prorrogadas por uma
ano mas prestes a terminar, são as ETAR e os esgotos directos e agora
ainda mais um campo de golfe.
A economia é feita pelas pessoas e não o contrário, mal se percebendo
que se destruam milhares de postos de trabalho em nome de uma actividade
parasitária.
Quem se insurge contra isto?
REVOLTEM-SE, PORRA!
In Olhão Livre