Marcha lenta de protesto contra portagens marcada para abril
Marcha
na EN 125 foi convocada pela Comissão de Utentes da Via do Infante, que
defende que as portagens na A22 têm feito o Algarve "perder
competitividade"
A Comissão de
Utentes da Via do Infante anunciou hoje que vai organizar uma marcha
lenta na Estrada Nacional 125 (EN125), entre as Quatro Estradas (Loulé) e
Lagoa, a 17 de abril, pela eliminação de portagens na Autoestrada 22
(A22).
O anúncio foi feito depois de a
comissão, que agrupa os utentes da antiga autoestrada sem custos para o
utilizador (SCUT) do Algarve, se ter reunido em Loulé e ter decidido
também pedir audiências ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa.
Estas
audiências contariam, segundo a Comissão de Utentes da Via do Infante
(CUVI), com a presença de uma "delegação alargada composta por elementos
da CUVI, empresários, autarcas e outras entidades do Algarve" que se
opõem às portagens na A22 (também denominada Via do Infante).
Outras
das decisões tomadas passam por "elaborar um manifesto regional pela
eliminação das portagens, a subscrever por diversas entidades do
Algarve", abrir um "inquérito independente ao contrato 'duvidoso' da
parceria público-privada da A22" ou elaborar um "estudo, por parte de
entidades independentes, sobre as consequências e o impacto negativo das
portagens no Algarve (a nível económico, social, na mobilidade e no
Serviço Nacional de Saúde).
A CUVI
prometeu também realizar manifestações de protesto perante o
primeiro-ministro e outros membros do Governo, nas suas deslocações ao
Algarve para passar férias, à semelhança do que foi feito em anos
anteriores com o ex-chefe do executivo Pedro Passos Coelho.
Sobre
a ação pela eliminação de portagens convocada para 17 de abril, a CUVI
revelou que vai começar às 15:00, nas Quatro Estradas, freguesia de
Quarteira, concelho de Loulé, e terminar em Lagoa, sendo antecedida de
um almoço/debate.
"Além das
consequências muito negativas provocadas na economia regional, as
portagens continuam a revelar-se uma tragédia cada vez maior, em
particular no que se refere ao número de acidentes rodoviários que têm
lugar, grande parte na EN125. Muitos destes acidentes nunca ocorreriam
se o Algarve fosse uma região livre de portagens", considerou a comissão
de utentes no comunicado em que anunciou os protestos.
A
estrutura argumentou que as portagens na A22 têm feito o Algarve
"perder competitividade" no turismo face à região espanhola da Andaluzia
e deparar-se com "muitas dificuldades e falências de empresas e que
provocam desemprego".
"Face a todos
estes factos e a esta realidade concreta de tragédia e ruína que
representam as portagens no Algarve, o que espera o Governo para atuar e
acabar de vez com tal aberração? É preciso não esquecer que o
primeiro-ministro, António Costa, prometeu, se formasse Governo:
eliminar as portagens no Algarve, reconhecendo que a EN125 era um
autêntico 'cemitério'", recordou ainda a CUVI.
A
A22 e a EN125 são duas estradas que atravessam a região do Algarve. Com
a cobrança de portagens na primeira, desde 2011, multiplicaram-se os
protestos e as críticas ao estado da estrada nacional, onde aumentaram a
circulação e o número de acidentes.
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