Quando vai haver condições para trabalhar na escola?
Se só por si os quadros interactivos ou separadamente os projectores multimédia que estão a invadir as escolas, reforçado com o objectivo de um computador por sala de aula, e ainda o portátil “Magalhães” que ocupou na integra o Boletim dos Professores N.º 16, como instrumento de propaganda do Ministério da Educação, fossem factor de estabilidade e de condições fundamentais para trabalhar na escola, o sucesso estaria garantido, tal é o investimento tecnológico do governo, que procura nesta fase final da legislatura, impressionar as comunidades escolares, com extraordinárias remessas de material informático que chega ás escolas a um ritmo alucinante. Ao ponto de em alguns casos, os novos equipamentos contribuírem mesmo para fazer realçar o desfasamento entre a falta de condições das instalações e a tecnologia colocada ao dispor dos alunos e professores. Mas não, não é suficiente, nem mesmo decisivo e o tempo se encarregará de demonstrar, pena será, caso se faça balanço (já que não se vem fazendo ás sucessivas falhadas politicas da educação), que se esteja a hipotecar o futuro da actual geração de estudantes.
Pois não bastam todos estes novos meios ao dispor do vazio de perspectivas, a componente humana, a necessidade de valorização das pessoas era bem mais necessária e estimulante, até para as aprendizagens e os consequentes resultados sem artificialismos para as estatísticas. Bem pelo contrário, o Ministério da Educação prefere profissionais sem motivação, sem estímulo, sem perspectivas, sem estabilidade. Vai daí, como temos assistido, torna este período de férias, no caso dos docentes, um autêntico pesadelo, um dia a dia de ansiedade e tantas vezes de desilusão e angústia.
Afinal os resultados dos concursos de professores confirmam ser os piores de sempre. A manipulação de números para fazer crer o que não é verdade, volta a repetir-se nitidamente com o intuito de enganar a opinião pública, tal como já anteriormente aconteceu com a “novela” da avaliação do desempenho dos docentes, cuja continuação dos próximos capítulos está pendente deste ano eleitoral.
A precariedade laboral que está a agravar-se na escola pública, é tanto mais evidente, quando, dos mais de 100 mil participantes no concurso, 50 mil são professores precários, muitos há vários anos e outros que concorrem pela primeira vez, dos quais apenas quatro centenas conseguiu um lugar no Quadro.
O Ministério da Educação na sua diferente interpretação da realidade, anunciou que, dos mais de 100 mil participantes no concurso de professores, válido para quatro anos, foram colocados 30 mil professores.
Mas como as actuais gerações de docentes ainda vão resistindo a deixarem de pensar e ter opinião, só podem concluir, que analisando estes 30 mil, percebe-se que cerca de 18 mil são professores que apenas pediram transferência de Quadro de Escola, perto de 12 mil são docentes que estavam num Quadro de Zona Pedagógica e entraram nos Quadros de Agrupamento e apenas 417 dos candidatos precários obtiveram colocação nos quadros.
Não conseguindo disfarçar a demagogia dos números e o desrespeito cínico pelos professores, cujas expectativas para este ano eram compreensivelmente maiores devido aos milhares de professores que se aposentaram. Perante mais esta afronta, que tranquilidade, que estabilidade para a escola pública e seus profissionais, que respeito pelas comunidades escolares. Este é o desafio que temos na véspera de mais um ano lectivo, que não parece trazer grandes mensagens de paz.
José Lopes (Ovar)
In MEP
Pois não bastam todos estes novos meios ao dispor do vazio de perspectivas, a componente humana, a necessidade de valorização das pessoas era bem mais necessária e estimulante, até para as aprendizagens e os consequentes resultados sem artificialismos para as estatísticas. Bem pelo contrário, o Ministério da Educação prefere profissionais sem motivação, sem estímulo, sem perspectivas, sem estabilidade. Vai daí, como temos assistido, torna este período de férias, no caso dos docentes, um autêntico pesadelo, um dia a dia de ansiedade e tantas vezes de desilusão e angústia.
Afinal os resultados dos concursos de professores confirmam ser os piores de sempre. A manipulação de números para fazer crer o que não é verdade, volta a repetir-se nitidamente com o intuito de enganar a opinião pública, tal como já anteriormente aconteceu com a “novela” da avaliação do desempenho dos docentes, cuja continuação dos próximos capítulos está pendente deste ano eleitoral.
A precariedade laboral que está a agravar-se na escola pública, é tanto mais evidente, quando, dos mais de 100 mil participantes no concurso, 50 mil são professores precários, muitos há vários anos e outros que concorrem pela primeira vez, dos quais apenas quatro centenas conseguiu um lugar no Quadro.
O Ministério da Educação na sua diferente interpretação da realidade, anunciou que, dos mais de 100 mil participantes no concurso de professores, válido para quatro anos, foram colocados 30 mil professores.
Mas como as actuais gerações de docentes ainda vão resistindo a deixarem de pensar e ter opinião, só podem concluir, que analisando estes 30 mil, percebe-se que cerca de 18 mil são professores que apenas pediram transferência de Quadro de Escola, perto de 12 mil são docentes que estavam num Quadro de Zona Pedagógica e entraram nos Quadros de Agrupamento e apenas 417 dos candidatos precários obtiveram colocação nos quadros.
Não conseguindo disfarçar a demagogia dos números e o desrespeito cínico pelos professores, cujas expectativas para este ano eram compreensivelmente maiores devido aos milhares de professores que se aposentaram. Perante mais esta afronta, que tranquilidade, que estabilidade para a escola pública e seus profissionais, que respeito pelas comunidades escolares. Este é o desafio que temos na véspera de mais um ano lectivo, que não parece trazer grandes mensagens de paz.
José Lopes (Ovar)
In MEP
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