Milhares de pessoas marcharam contra a troika
Milhares de pessoas arrancaram pouco depois das 15h em marchas contra a troika.
Em Lisboa e no Porto os protestos reuniram milhares pessoas em cada uma das cidades.
Na capital, chuva deu tréguas aos milhares de manifestantes que saíram às ruas.
Por volta das 15h30, algumas centenas de manifestantes, que se concentraram no Rossio, iniciaram o percurso até São Bento. À medida que o desfile ia progredindo as fileiras foram engrossadas por muitas pessoas que já esperavam no Terreiro do Paço, na Praça do Município, no Cais Sodré e em Santos.
O comentador político e ex-militante do BE, Daniel Oliveira, não faltou ao protesto. “Na política, na história, nas democracias nunca houve becos sem saída, nunca. Há é coragem ou falta dela. Há um país que tem a coragem de lutar pela sua dignidade ou um país que se ajoelha, se rebaixa e aceita a chantagem, e um país que aceita a chantagem é um país que não aceita ser independente ”, analisou.
Organização fala em, 10 vinte mil pessoas
A organização da manifestação fala em 10 mil, 20 mil participantes só em Lisboa.
Nuno Ramos Almeida, um dos promotores do movimento Que se Lixe Troika, comentava que o protesto “não é comparável ao de Setembro e ao de Março mas para o momento em que vivemos, de alienação política e social, é uma grande manifestação e as pessoas que aqui estão são o capital para fazer a mudança”.
A massa humana que se dirigia para o Parlamento era composta por todos os sectores da sociedade civil. Jovens, reformados, artistas, trabalhadores da função pública, trabalhadores do sector privado, famílias inteiras, actores, desempregados, deficientes e até políticos.
O deputado do PCP, Miguel Tiago, juntou a sua voz à acção de protesto por considerar que a legitimidade do Governo “já não corresponde a nenhuma legitimidade social e política”. Miguel Tiago disse ainda que o Partido Comunista está solidário com esta e com qualquer outra iniciativa que tenha como objectivo derrubar o Governo e o memorando da troika. “Ao longo das diversas lutas que têm sido travadas, quer por este colectivo quer por outros colectivos, estamos solidários e tendo em conta aqueles que se colocam nesta manifestação: Que se Lixe a Troika!”, evidenciou.
A marcha não teve nada de silencioso. “Fora, Fora, Fora daqui, a Troika, a miséria e o FMI”, “Somos muitos, muitos mil para continuar Abril” e “O Povo, ainda, é quem mais ordena”, foram vociferados, durante todo o percurso, por todos os que decidiram sair à rua para participar na manifestação anti-troika.
João Ribeiro, 66 anos, reformado da administração publica, não tem filiação política mas participa em todas as manifestações a favor da democracia. “Eu acho que não há becos sem saída, há alternativas e a primeira é derrubar o governo pela política antipatriótica que tem seguido”, defendeu.
Ainda assim, eram muitos os que, fora do protesto, o viam simplesmente passar. “Manifestar-me, para quê? O que é muda?”, argumentava Pedro Lopes, 23 anos. Posição não partilhada por Susana Amador, 19 anos, “Venho aqui para lutar por mim, pela minha geração e por aqueles que não têm voz”.
A deputada do BE, Cecília Honório, marcou também presença no protesto e contou ao PÚBLICO, “Há várias saídas e esta é uma delas. Um dos gritos de ordem que mais se ouviu durante a marcha foi “o povo, ainda, é quem mais ordena” e esta é a razão que me leva a estar na rua hoje”.
“Não me obriguem a vir para a rua gritar!”
A proximidade em relação ao destino de chegada, São Bento, aumentou o volume dos protestos. Na rua D.Carlos I, gritava-se bem alto e numa só voz “Já só falta um empurrão, para o governo ir ao chão”, “demissão, demissão”!
“Quero mais justiça social, quero tudo o que temos direito não andamos em pleno seculo XXI para voltar ao feudalismo, chega! Não becos sem saída, há que dar a volta a isto, e é por isso que estamos na rua, e o povo é quem mais ordena! Mesmo!”, contava ao PÚBLICO o actor José Boavida.
Passavam cinco minutos das 17H quando a linha da frente da manifestação chegou à Assembleia da República e foi recebida pela “Venham mais cinco” de Zeca Afonso, interpretada por uma das bandas convidadas pelo movimento.
“Não me obriguem a vir para a rua gritar!”, cantou-se com entusiamo e emoção.
O movimento Que se Lixe a Troika montou um palco improvisado abaixo dos 8 degraus que lhes foram disponibilizados pela PSP. Durante toda a concentração frente à Assembleia da República subiram ao palco muitas vozes que pretendiam dar rosto a tantas outras que ali estavam. O porta-voz da comissão de trabalhadores da RTP, Deficientes indignados, Geração à rasca, Precários Inflexíveis, estivadores, funcionários Públicos, actores, cantores, desempregados, reformados e outros anónimos que tinham uma história para contar.
As intervenções foram ouvidas atentamente e os gritos de ordem gritados entre lágrimas e aplausos. Ainda assim, foram muitos os manifestantes que começaram a desmobilizar, uns por cansaço e outros por não concordarem com o que ouviam.
Dois mil no Porto
No Porto, cerca de “duas mil pessoas” marcharam este sábado numa acção de protesto organizada pelo Movimento Que Lixe a Troika.
“Certamente.
Era com isso que contávamos com base no número de pessoas que disseram
que viriam no Facebook”, disse João Vilela daquele movimento, apesar de
nas ruas a mancha humana parecer mais tímida e a PSP ter contabilizado
cerca de mil pessoas.Na capital, chuva deu tréguas aos milhares de manifestantes que saíram às ruas.
Por volta das 15h30, algumas centenas de manifestantes, que se concentraram no Rossio, iniciaram o percurso até São Bento. À medida que o desfile ia progredindo as fileiras foram engrossadas por muitas pessoas que já esperavam no Terreiro do Paço, na Praça do Município, no Cais Sodré e em Santos.
O comentador político e ex-militante do BE, Daniel Oliveira, não faltou ao protesto. “Na política, na história, nas democracias nunca houve becos sem saída, nunca. Há é coragem ou falta dela. Há um país que tem a coragem de lutar pela sua dignidade ou um país que se ajoelha, se rebaixa e aceita a chantagem, e um país que aceita a chantagem é um país que não aceita ser independente ”, analisou.
Organização fala em, 10 vinte mil pessoas
A organização da manifestação fala em 10 mil, 20 mil participantes só em Lisboa.
Nuno Ramos Almeida, um dos promotores do movimento Que se Lixe Troika, comentava que o protesto “não é comparável ao de Setembro e ao de Março mas para o momento em que vivemos, de alienação política e social, é uma grande manifestação e as pessoas que aqui estão são o capital para fazer a mudança”.
A massa humana que se dirigia para o Parlamento era composta por todos os sectores da sociedade civil. Jovens, reformados, artistas, trabalhadores da função pública, trabalhadores do sector privado, famílias inteiras, actores, desempregados, deficientes e até políticos.
O deputado do PCP, Miguel Tiago, juntou a sua voz à acção de protesto por considerar que a legitimidade do Governo “já não corresponde a nenhuma legitimidade social e política”. Miguel Tiago disse ainda que o Partido Comunista está solidário com esta e com qualquer outra iniciativa que tenha como objectivo derrubar o Governo e o memorando da troika. “Ao longo das diversas lutas que têm sido travadas, quer por este colectivo quer por outros colectivos, estamos solidários e tendo em conta aqueles que se colocam nesta manifestação: Que se Lixe a Troika!”, evidenciou.
A marcha não teve nada de silencioso. “Fora, Fora, Fora daqui, a Troika, a miséria e o FMI”, “Somos muitos, muitos mil para continuar Abril” e “O Povo, ainda, é quem mais ordena”, foram vociferados, durante todo o percurso, por todos os que decidiram sair à rua para participar na manifestação anti-troika.
João Ribeiro, 66 anos, reformado da administração publica, não tem filiação política mas participa em todas as manifestações a favor da democracia. “Eu acho que não há becos sem saída, há alternativas e a primeira é derrubar o governo pela política antipatriótica que tem seguido”, defendeu.
Ainda assim, eram muitos os que, fora do protesto, o viam simplesmente passar. “Manifestar-me, para quê? O que é muda?”, argumentava Pedro Lopes, 23 anos. Posição não partilhada por Susana Amador, 19 anos, “Venho aqui para lutar por mim, pela minha geração e por aqueles que não têm voz”.
A deputada do BE, Cecília Honório, marcou também presença no protesto e contou ao PÚBLICO, “Há várias saídas e esta é uma delas. Um dos gritos de ordem que mais se ouviu durante a marcha foi “o povo, ainda, é quem mais ordena” e esta é a razão que me leva a estar na rua hoje”.
“Não me obriguem a vir para a rua gritar!”
A proximidade em relação ao destino de chegada, São Bento, aumentou o volume dos protestos. Na rua D.Carlos I, gritava-se bem alto e numa só voz “Já só falta um empurrão, para o governo ir ao chão”, “demissão, demissão”!
“Quero mais justiça social, quero tudo o que temos direito não andamos em pleno seculo XXI para voltar ao feudalismo, chega! Não becos sem saída, há que dar a volta a isto, e é por isso que estamos na rua, e o povo é quem mais ordena! Mesmo!”, contava ao PÚBLICO o actor José Boavida.
Passavam cinco minutos das 17H quando a linha da frente da manifestação chegou à Assembleia da República e foi recebida pela “Venham mais cinco” de Zeca Afonso, interpretada por uma das bandas convidadas pelo movimento.
“Não me obriguem a vir para a rua gritar!”, cantou-se com entusiamo e emoção.
O movimento Que se Lixe a Troika montou um palco improvisado abaixo dos 8 degraus que lhes foram disponibilizados pela PSP. Durante toda a concentração frente à Assembleia da República subiram ao palco muitas vozes que pretendiam dar rosto a tantas outras que ali estavam. O porta-voz da comissão de trabalhadores da RTP, Deficientes indignados, Geração à rasca, Precários Inflexíveis, estivadores, funcionários Públicos, actores, cantores, desempregados, reformados e outros anónimos que tinham uma história para contar.
As intervenções foram ouvidas atentamente e os gritos de ordem gritados entre lágrimas e aplausos. Ainda assim, foram muitos os manifestantes que começaram a desmobilizar, uns por cansaço e outros por não concordarem com o que ouviam.
Dois mil no Porto
No Porto, cerca de “duas mil pessoas” marcharam este sábado numa acção de protesto organizada pelo Movimento Que Lixe a Troika.
A marcha da manifestação saiu pelas 15h30 da Praça da Batalha a caminho da Avenida dos Aliados, onde um palanque improvisado, em frente à Câmara do Porto, esperava os manifestantes que se inscrevessem para discursar. Pelo meio, foram arremessados alguns petardos. Um deles rebentou ainda antes do início da marcha debaixo de um carro de exteriores da Antena 1. Apesar disso, não se verificaram incidentes, segundo elementos da PSP no local.
Os manifestantes foram-se juntando, a partir das 15h00, na Praça da Batalha junto ao emblemático Cinema Batalha. “O nosso objectivo é tentar fazer com que este Governo se demita. Só assim estará alcançada a nossa missão. Estas medidas não resultam. Esta divida não é nossa ”, disse Mar Velez, também da organização, quando ainda tinham comparecido à convocatória do protesto poucas dezenas de pessoas.
“Entre a Constituição e o memorando, escolhemos a Constituição”
“Compreendemos que muitas pessoas estão em estado de choque com estas medidas e nem sequer têm condições para vir aqui. Isto é um problema mundial. As pessoas já não acreditam na política”, assumiu Mar Velez. No manifesto, lido antes do início da marcha, o movimento sublinhou os seus principais objectivos. “Entre a Constituição da República e o memorando [da Troika], escolhemos a Constituição. Escolhemos resistir para existir.
Durante o desfile, de cerca de um quilómetro até à Avenida dos Aliados, sempre pautado pela exigência de “demissão” do Governo, verificou-se um breve desentendimento entre alguns manifestantes e a PSP, quando o percurso foi subitamente alterado pelo movimento.
Desentendimento com a PSP: “A rua é nossa”
Na descida da Rua 31 de Janeiro, junto à Estação de São Bento, os manifestantes decidiram virar para a Rua de Sá da Bandeira e um chefe da PSP tentou barrar o caminho informando que aquele não era o percurso comunicado. “A rua é nossa” exortou um manifestante irrompendo caminho e tendo a marcha continuado sem que a PSP conseguisse evitar a alteração de rumo.
“FMI fora da Aqui” e “O povo unido jamais será vencido” foram outras palavras de ordem que se ouviram dos manifestantes empunhando cartazes em que se exigia a “demissão” do Governo. No protesto, estiveram ainda elementos dos Precários Inflexíveis e do Sindicato Nacional do Ensino Superior.
“Acredito que quanto mais manifestações se fizerem, mais perto estaremos de este Governo se ir embora. Estes cortes e estas medidas são inadmissíveis. Têm de ir embora”, disse ao PÚBLICO, Carlos Bezelga, reformado de Santo Tirso. Mais á frente, Ana Nóvoa, técnica de investigação, admitia, face à tímida moldura humana, “que o povo português é preguiçoso”, mas que “é necessário fazer algo”.
Os manifestantes estiveram reunidos em frente à câmara do Porto até às 17h00. Vários discursaram contra a Troika e contra o Governo e Helena Sarmento, da Associação José Afonso, cantou “Vampiros” e “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, momento em que centenas entoaram as músicas do conhecido cantor de Abril.
O coordenador do BE, João Semedo, também esteve presente. “Acho que não há alternativa à luta para demitir este Governo que tem o apoio da banca, da União Europeia e do Presidente da República. Chegará o dia em que nem o Presidente da República conseguirá manter este seu Governo”, disse Semedo.
Meia centena em Viseu
Em Viseu, meia centena de pessoas concentrou-se na Rua da Paz em manifestação contra as políticas de austeridade. Aos cartazes de protesto juntou-se a voz dos cidadãos a quem foi dado um microfone para expressarem o descontentamento.
"Contra as políticas de saúde e de educação" e "contra os cortes nas reformas" , o apelo feito foi o de "unidade" para boicotar o Governo.
Lisboa, Aveiro, Beja, Braga, Coimbra, Faro, Funchal, Horta, Portimão, Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu são o palco de manifestações contra as políticas de austeridade impostas pelo "Governo mandatado pela troika", nas palavras do movimento.
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