Cinco moções em disputa na Convenção
A apresentação das cinco
moções sublinhou o que une os aderentes do Bloco na luta contra a
austeridade e as diferenças na estratégia para o próximo período. Vê
aqui os vídeos.
Foto Paulete Matos
Pedro Filipe Soares, da moção E,
foi o primeiro a intervir na apresentação das moções à IX Convenção do
Bloco de Esquerda, destacando a necessidade de lutar contra a elite que
apregoa a “inevitabilidade” dos cortes da austeridade. “Dizem-nos que
não há dinheiro para pagar salários e pensões, mas arranjam dinheiro
para pagar privilégios” como a subvenção vitalícia aos ex-deputados.
“Não fosse o Bloco e eles tinham avançado com estes pagamentos e
regalias à elite”, sublinhou.
“Aqui estão aqueles que lutam contra a corrupção e as elites. Somos vencedores porque sabemos que temos a maioria social connosco”, garantiu Pedro Filipe Soares, criticando “uma parte da esquerda que já está a nascer derrotada” ao querer negociar acordos com o PS. “Nós não nascemos para estar no bolso de quem vai fazer mal às pessoas”, afirmou o candidato da moção E.
A atual coordenadora do Bloco falou em seguida em representação da moção U. Catarina Martins defendeu que “esta Convenção é sobre escolhas”. “Há um amplo consenso sobre o Bloco ser contra a austeridade e sabem todos que não faremos parte de um governo do PS, do pântano do bipartidarismo. O que escolhemos aqui é a estratégia para atingir este objetivo comum, como chamar os movimentos para uma revolta cidadã para romper com a austeridade”, resumiu Catarina Martins.
A candidata da moção U recordou que o centro da luta política do Bloco deve ser a restruturação da dívida e a rutura com o Tratado Orçamental, que “são a saída para esta crise”. Numa crítica à moção E, Catarina Martins defendeu que “o centro da nossa resposta não pode ser a Constituição, uma proposta defensiva não serve o nosso trabalho. Precisamos de uma proposta ofensiva, não de uma trincheira recuada”. Por fim defendeu que “o futuro de um Bloco forte será o avesso de um partido controlado em lógicas de exclusão” e que “construir muros à nossa volta é definhar e defraudar o impulso fundador do Bloco de Esquerda”.
João Madeira, da moção B, defendeu que “o grande desafio desta Convenção é saber como inverter o estado atual em que o Bloco se encontra” e compreender as razões pelas quais “o descontemento e raiva na sociedade não se tem traduzido em movimento na rua”. “Temos de saber construir plataformas antiausteritárias pela restruturação da dívida e sem o sectarismo que nos tolheu à esquerda”, defendeu o candidato da moção B, propondo mais “flexibilidade tática e desafiar outros setores na perspetiva de derrotar a austeridade”, incluindo também o PS, para “forçar essas forças a pronunciarem-se”.
“Para isso precisamos de um Bloco mais forte, interventivo e democrático. Um Bloco refundado, vivo, onde a voz dos aderentes seja ouvida”, propôs João Madeira, aconselhando a futura direção a “saber olhar para a fragmentação da antiga maioria e a existência de 3 moções minoritárias”. Para a moção B, qualquer solução de direção “não dará estabilidade, seja com um ou dois coordenadores”, pelo que “só um conjunto alargado de porta-vozes está em condições de o fazer”.
Pela moção R interveio João Carlos Louçã, para quem “o Bloco foi e continua a ser a esperança de uma esquerda que não se resigna. Para a moção R é necessário “levar o Bloco para junto de quem mais sofre”, uma vez que “a solidariedade é por si só um programa de ação”. O “partido das solidariedades” defendido por esta moção significa “fazer do Bloco um partido em movimento e que possa impulsionar todos os movimentos”.
João Carlos Louçã defendeu que “a esquerda que é esquerda não tem líderes, não se rende ao senso comum e à política espetáculo, reduzindo este debate a um combate de chefes”. “Engana-se quem pensa que a política que tempos de fazer é a que a comunicação social espera de nós. O poder da direção coletiva que propomos é o poder de todos os que estão nesta Convenção”, resumiu, concluindo com a esperança de que “as cinco moções que aqui se apresentam são o capital mais precioso para a síntese necessária a partir da próxima semana”.
A última intervenção coube a Carlos da Torre, da moção A, que apresentou um balanço da atividade de um partido que “fez muita coisa bem, mas negligenciou a democracia interna”. “Precisamos de um banho de humildade, de ter bem presente a realidade das fragilidades e forças deste partido movimento”, alertou. Para o futuro, a moção A propõe que o Bloco deva “olhar para todos os lados, para onde outros, como nós, defendem que o Estado assuma as responsabilidades essenciais para defender a dignidade humana. Só se estivéssemos cegos pelo sectarismo primário é que acharíamos que só aqui dentro desta sala é que há quem defenda esses valores”.
Carlos da Torre sublinhou ainda que “não basta denunciar, protestar, reivindicar, ter razão. É preciso soluções políticas exequíveis e praticáveis, que respondam já, e não daqui a 20 ou 30 anos, às vidas que estão a ser destruídas por estas políticas”. “Desafiamos a Convenção para uma estratégia de convergência que viabilize essa resposta”, numa primeira fase com as forças à esquerda do PS”. “Mas por muito bom trabalho que se faça à esquerda do PS em 2015, é irrealista pensar que se possa construir uma alternativa maioritária sem o PS”, defendeu Carlos da Torre.
As cinco moções estão a ser debatidas na Convenção durante a tarde e a noite de sábado e serão votadas no domingo, por volta do meio dia.
“Aqui estão aqueles que lutam contra a corrupção e as elites. Somos vencedores porque sabemos que temos a maioria social connosco”, garantiu Pedro Filipe Soares, criticando “uma parte da esquerda que já está a nascer derrotada” ao querer negociar acordos com o PS. “Nós não nascemos para estar no bolso de quem vai fazer mal às pessoas”, afirmou o candidato da moção E.
A atual coordenadora do Bloco falou em seguida em representação da moção U. Catarina Martins defendeu que “esta Convenção é sobre escolhas”. “Há um amplo consenso sobre o Bloco ser contra a austeridade e sabem todos que não faremos parte de um governo do PS, do pântano do bipartidarismo. O que escolhemos aqui é a estratégia para atingir este objetivo comum, como chamar os movimentos para uma revolta cidadã para romper com a austeridade”, resumiu Catarina Martins.
A candidata da moção U recordou que o centro da luta política do Bloco deve ser a restruturação da dívida e a rutura com o Tratado Orçamental, que “são a saída para esta crise”. Numa crítica à moção E, Catarina Martins defendeu que “o centro da nossa resposta não pode ser a Constituição, uma proposta defensiva não serve o nosso trabalho. Precisamos de uma proposta ofensiva, não de uma trincheira recuada”. Por fim defendeu que “o futuro de um Bloco forte será o avesso de um partido controlado em lógicas de exclusão” e que “construir muros à nossa volta é definhar e defraudar o impulso fundador do Bloco de Esquerda”.
João Madeira, da moção B, defendeu que “o grande desafio desta Convenção é saber como inverter o estado atual em que o Bloco se encontra” e compreender as razões pelas quais “o descontemento e raiva na sociedade não se tem traduzido em movimento na rua”. “Temos de saber construir plataformas antiausteritárias pela restruturação da dívida e sem o sectarismo que nos tolheu à esquerda”, defendeu o candidato da moção B, propondo mais “flexibilidade tática e desafiar outros setores na perspetiva de derrotar a austeridade”, incluindo também o PS, para “forçar essas forças a pronunciarem-se”.
“Para isso precisamos de um Bloco mais forte, interventivo e democrático. Um Bloco refundado, vivo, onde a voz dos aderentes seja ouvida”, propôs João Madeira, aconselhando a futura direção a “saber olhar para a fragmentação da antiga maioria e a existência de 3 moções minoritárias”. Para a moção B, qualquer solução de direção “não dará estabilidade, seja com um ou dois coordenadores”, pelo que “só um conjunto alargado de porta-vozes está em condições de o fazer”.
Pela moção R interveio João Carlos Louçã, para quem “o Bloco foi e continua a ser a esperança de uma esquerda que não se resigna. Para a moção R é necessário “levar o Bloco para junto de quem mais sofre”, uma vez que “a solidariedade é por si só um programa de ação”. O “partido das solidariedades” defendido por esta moção significa “fazer do Bloco um partido em movimento e que possa impulsionar todos os movimentos”.
João Carlos Louçã defendeu que “a esquerda que é esquerda não tem líderes, não se rende ao senso comum e à política espetáculo, reduzindo este debate a um combate de chefes”. “Engana-se quem pensa que a política que tempos de fazer é a que a comunicação social espera de nós. O poder da direção coletiva que propomos é o poder de todos os que estão nesta Convenção”, resumiu, concluindo com a esperança de que “as cinco moções que aqui se apresentam são o capital mais precioso para a síntese necessária a partir da próxima semana”.
A última intervenção coube a Carlos da Torre, da moção A, que apresentou um balanço da atividade de um partido que “fez muita coisa bem, mas negligenciou a democracia interna”. “Precisamos de um banho de humildade, de ter bem presente a realidade das fragilidades e forças deste partido movimento”, alertou. Para o futuro, a moção A propõe que o Bloco deva “olhar para todos os lados, para onde outros, como nós, defendem que o Estado assuma as responsabilidades essenciais para defender a dignidade humana. Só se estivéssemos cegos pelo sectarismo primário é que acharíamos que só aqui dentro desta sala é que há quem defenda esses valores”.
Carlos da Torre sublinhou ainda que “não basta denunciar, protestar, reivindicar, ter razão. É preciso soluções políticas exequíveis e praticáveis, que respondam já, e não daqui a 20 ou 30 anos, às vidas que estão a ser destruídas por estas políticas”. “Desafiamos a Convenção para uma estratégia de convergência que viabilize essa resposta”, numa primeira fase com as forças à esquerda do PS”. “Mas por muito bom trabalho que se faça à esquerda do PS em 2015, é irrealista pensar que se possa construir uma alternativa maioritária sem o PS”, defendeu Carlos da Torre.
As cinco moções estão a ser debatidas na Convenção durante a tarde e a noite de sábado e serão votadas no domingo, por volta do meio dia.
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