Antes do Eurogrupo, houve
acordo prévio entre Alemanha, Grécia, Comissão Europeia, BCE e FMI. Em
documento oficioso, que publicamos na íntegra, o governo grego afirma:
“O dia de hoje marca uma viragem para a Grécia”.
O
acordo foi possível graças a um acordo prévio entre Alemanha, Grécia,
Comissão Europeia, BCE e FMI, que depois foi ratificado pelos restantes
ministros das Finanças da zona euro.
O acordo prorroga por quatro meses o chamado programa de assistência
financeira à Grécia. O acordo será aprovado pelos parlamentos nacionais
que o têm de ratificar, como os parlamentos alemão e finlandês, dando
tempo à aprovação da prorrogação antes do prazo final de 28 de
fevereiro.
A declaração foi elaborada pelo presidente do Eurogrupo, Jeroen
Dijsselbloem, que negociou em separado com: os ministros das Finanças da
Grécia, Yanis Varoufakis, e da Alemanha, Wolfgang Schäuble; com o
comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, e com a
diretora geral do FMI, Christine Lagarde. Quando o texto já estava
fechado, os representantes da Alemanha, da Grécia e da troika realizaram
uma última reunião para ratificá-lo.
O acordo estabelece que o governo grego pede uma extensão de quatro
meses do programa de financiamento de 2012. Antes de 20 de Junho, a
Grécia deverá chegar a um novo acordo com os credores e nos meses de
julho e agosto deverá enfrentar pagamentos de 6,7 mil milhões de euros.
O governo grego, em documento que publicamos abaixo, afirma que “o
dia de hoje marca uma viragem para a Grécia” e destaca que “o plano para
encurralar o governo Grego até 28 de fevereiro foi derrubado”.
Documento oficioso distribuído pelo governo grego no fim da reunião do Eurogrupo
Comentário sobre o acordo na reunião de emergência do Eurogrupo
1. O dia de hoje marca uma viragem para a Grécia.
Negociações significam dar luta sem recuar no mandato popular recebido.
Ficou provado que podia ter acontecido uma negociação ao longo destes
anos e que a Grécia não está isolada, não caminha em direção ao
precipício e não continuará com o Memorando.
2. O plano para encurralar o governo Grego até 28 de fevereiro foi derrubado.
O plano estratégico fundamental para este período temporal (4 meses),
no quadro de um acordo intermédio que nos dará a possibilidade de
negociar, foi bem sucedido.
3. As tentativas de chantagem das últimas 24 horas deram em nada. O
pedido para uma extensão do acordo de empréstimo acabou por ser aceite
em princípio, e constitui a base para as próximas decisões e para o que
aconteça a seguir.
4. As medidas de recessão a que o
anterior governo estava vinculado foram derrubadas (o email de
Hardouvelis sobre os cortes nas pensões, aumentos de impostos, etc.),
bem como os acordos sobre os excedentes primários exorbitantes.
5. O edifício extra-institucional da TROIKA, que estava a dar ordens e se tornou num superpoder, acabou.
6. O novo governo Grego apresentará a
sua própria lista de reformas para a próxima fase intermédia, propondo
aquelas que constituam um ponto de encontro.
7. O governo Grego e a Europa irão
tomar o tempo necessário para que comece a negociação tendo em vista a
transição final, de políticas de recessão, desemprego e insegurança
social para políticas de crescimento, emprego e justiça social.
8. O governo Grego prosseguirá com
lucidez a sua governação, tendo ao seu lado a sociedade Grega, e
continuará a negociação até ao acordo final no verão.
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