Syriza: “Exigências dos credores são inaceitáveis”
Segundo relatos em vários órgãos de comunicação social, as críticas mais fortes ao rumo das negociações foram feitas pela presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou. A reunião contou com a presença do vice primeiro-ministro Dragasakis, responsável pelas negociações em Bruxelas, que reagiu mais tarde à polémica relatada pela imprensa numa nota no Facebook.
Yannis Dragasakis afirma que apresentou ao Secretariado Político do Syriza as conclusões da reunião do governo sobre o rumo a dar às negociações e que não comenta fugas de informação. “Neste momento crítico das negociações é necessária uma cooperação próxima e construtiva entre o governo, os órgãos do partido e o grupo parlamentar”, declarou o vice primeiro-ministro.
Comunicado do Secretariado Político do Syriza sobre os desenvolvimentos políticos e a negociação
Desde o momento da formação do governo, ficou claro – tanto no estrangeiro como no nosso país – que o mandato dado pelo povo grego é vinculativo e constitui a bússola nas negociações.infoGrécia
As linhas vermelhas do governo são também as linhas vermelhas do povo grego, elas exprimem os interesses dos trabalhadores, dos trabalhadores independentes, dos reformados, dos agricultores e da juventude. Elas exprimem a necessidade para o país seguir um novo caminho de crescimento, tendo como eixo a justiça social e a redistribuição das riquezas.
A insistência dos credores em querer aplicar o programa memorandário do governo Samaras, criando no país um espartilho sufocante de pressões políticas e asfixia financeira, surge em oposição direta com a noção de democracia e de soberania popular na Europa. Ela exprime uma ligação obsessiva à austeridade que desmantela o Estado social, à direção oligárquica dos assuntos europeus em circuito fechado e longe da influência da vontade social, o que abre caminho ao crescimento da extrema direita na Europa.
Estas exigências são inaceitáveis. Elas são inaceitáveis para o povo grego, que lutou todos estes anos para pôr fim às políticas criminosas dos memorandos. Elas são inaceitáveis para os povos da Europa e as forças progressistas sociais e políticas que lutam por uma Europa da solidariedade e da democracia.
Os cidadãos da Grécia e da Europa não são consumidores passivos das notícias das 20h. Pelo contrário, entendemos que podem ser também parte ativa numa negociação que diz respeito ao nosso destino comum à escala europeia e mundial.
O Syriza tomará todas as iniciativas possíveis para informar a sociedade grega mas também os povos da Europa. Em cada cidade, em cada bairro e em cada local de trabalho, mas também em todos os países da Europa, estarão os deputados, eurodeputados e dirigentes do Syriza, com os membros do Syriza e as forças solidárias, num grande apelo à mobilização pela vitória da democracia e da dignidade.
Chegou a hora dos povos entrarem na luta.
Venceremos.
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