As potencialidades e os desafios do Bloco nas autarquias locais
Contributo de João Vasconcelos.
Foi a ousadia, a determinação e as propostas políticas do Bloco de
Esquerda que permitiram operar uma alteração significativa na situação
política a nível nacional a partir das eleições legislativas de 2015. A
direita que tantas malfeitorias tinha feito ao país no período da troika
foi afastada do poder, foi parado o empobrecimento e minimizada a
austeridade a nível nacional, e iniciou-se um processo de recuperação de
rendimentos.
O Partido Socialista, por uma questão de sobrevivência e não por ter mudado de natureza, afastando de si o fantasma da “pasokização”, acabou por fazer algumas cedências perante as exigências dos partidos à sua esquerda, incluindo o Bloco que, assim, acabaram por viabilizar o novo governo PS, assente numa nova maioria parlamentar à esquerda.
Sem dúvida que foram obtidos avanços significativos com esta nova solução governativa. A conjuntura económica melhorou, as privatizações foram estancadas, foram recuperados direitos e rendimentos, iniciou-se o combate à precariedade, o desemprego reduziu-se e foram criados milhares de novos empregos. Tal não seria possível se não fosse o acordo obtido, assim como a luta e a persistência do Bloco e de outros partidos e movimentação social à esquerda. Mas os ganhos sociais, laborais e económicos situam-se muito aquém do que seria desejável e falta apenas um Orçamento e pouco mais do que um ano para acabar a legislatura.
Este governo não conseguiu responder às exigências de recuperação, defesa e melhoria dos serviços públicos, com destaque para o SNS, a Escola Pública e a Cultura. Costa, Centeno e todos os atuais governantes encontram-se subservientes a Bruxelas e a Merkel, logo “reféns” do défice e do Tratado Orçamental. A obsessão para o caminho do défice zero só pode trazer mais dificuldades e degradação dos serviços públicos.
Também a nível local e, mais concretamente, nos concelhos onde o Bloco tem autarcas eleitos, tem sido possível primar pela diferença na apresentação e aprovação de propostas que vão de encontro às reivindicações das populações. Mesmo com poucos autarcas nas vereações, nas assembleias municipais e assembleias de freguesia, diversas propostas bloquistas têm feito o seu caminho para o bem-estar e melhoria das condições de vida dos munícipes.
São propostas de esquerda, para a resolução dos problemas sociais, incluindo a falta de habitação, no âmbito do desenvolvimento local e criação de emprego, por mais justiça fiscal, por mais qualidade ambiental, pelo rigor e transparência na gestão autárquica, pelo reforço da democracia participativa.
Os autarcas bloquistas têm merecido o respeito das populações locais e, até, dos adversários políticos, devido ao seu trabalho, integridade, determinação e radicalidade da sua atuação e propostas apresentadas. E a influência do Bloco de Esquerda será tanto mais potenciada a nível local, quanto maior for a sua capacidade de intervenção junto dos munícipes, de forma continuada e persistente, procurando solucionar as suas aspirações e necessidades. E quanto maior for a sua determinação e radicalidade transformadora a favor dos mais necessitados e afrontando os poderes políticos e económicos estabelecidos, muitas vezes enredados numa teia de interesses obscuros onde campeia o nepotismo, as clientelas e a corrupção. Só assim, o Bloco de Esquerda será capaz de se reforçar localmente, como uma força alternativa, popular e socialista.
As potencialidades são muitas e os desafios também, no presente e no futuro. O Bloco de Esquerda, com quase duas décadas de existência, hoje apresenta-se melhor preparado, tanto nacional como localmente, para operar viragens e transformações políticas de esquerda necessárias ao bem-estar do nosso povo. Logo, tem melhores condições para se reforçar significativamente, desde que continue a levantar bem alto as suas bandeiras próprias, sem se deixar iludir, ou diluir em alianças ou acordos espúrios, em particular com o PS.
O Bloco de Esquerda é o principal alvo a abater pelos seus adversários, particularmente desde o PCP, passando pelo PS e terminando na direita. Daí, qualquer passo em falso, mesmo que involuntário, poderá ser fatal às forças bloquistas. E que os outros aproveitarão imediatamente, pois em política não há espaços vazios. Isto é tanto válido a nível nacional, como a nível local.
João Vasconcelos, deputado e vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Portimão
O Partido Socialista, por uma questão de sobrevivência e não por ter mudado de natureza, afastando de si o fantasma da “pasokização”, acabou por fazer algumas cedências perante as exigências dos partidos à sua esquerda, incluindo o Bloco que, assim, acabaram por viabilizar o novo governo PS, assente numa nova maioria parlamentar à esquerda.
Sem dúvida que foram obtidos avanços significativos com esta nova solução governativa. A conjuntura económica melhorou, as privatizações foram estancadas, foram recuperados direitos e rendimentos, iniciou-se o combate à precariedade, o desemprego reduziu-se e foram criados milhares de novos empregos. Tal não seria possível se não fosse o acordo obtido, assim como a luta e a persistência do Bloco e de outros partidos e movimentação social à esquerda. Mas os ganhos sociais, laborais e económicos situam-se muito aquém do que seria desejável e falta apenas um Orçamento e pouco mais do que um ano para acabar a legislatura.
Este governo não conseguiu responder às exigências de recuperação, defesa e melhoria dos serviços públicos, com destaque para o SNS, a Escola Pública e a Cultura. Costa, Centeno e todos os atuais governantes encontram-se subservientes a Bruxelas e a Merkel, logo “reféns” do défice e do Tratado Orçamental. A obsessão para o caminho do défice zero só pode trazer mais dificuldades e degradação dos serviços públicos.
Também a nível local e, mais concretamente, nos concelhos onde o Bloco tem autarcas eleitos, tem sido possível primar pela diferença na apresentação e aprovação de propostas que vão de encontro às reivindicações das populações. Mesmo com poucos autarcas nas vereações, nas assembleias municipais e assembleias de freguesia, diversas propostas bloquistas têm feito o seu caminho para o bem-estar e melhoria das condições de vida dos munícipes.
São propostas de esquerda, para a resolução dos problemas sociais, incluindo a falta de habitação, no âmbito do desenvolvimento local e criação de emprego, por mais justiça fiscal, por mais qualidade ambiental, pelo rigor e transparência na gestão autárquica, pelo reforço da democracia participativa.
Os autarcas bloquistas têm merecido o respeito das populações locais e, até, dos adversários políticos, devido ao seu trabalho, integridade, determinação e radicalidade da sua atuação e propostas apresentadas. E a influência do Bloco de Esquerda será tanto mais potenciada a nível local, quanto maior for a sua capacidade de intervenção junto dos munícipes, de forma continuada e persistente, procurando solucionar as suas aspirações e necessidades. E quanto maior for a sua determinação e radicalidade transformadora a favor dos mais necessitados e afrontando os poderes políticos e económicos estabelecidos, muitas vezes enredados numa teia de interesses obscuros onde campeia o nepotismo, as clientelas e a corrupção. Só assim, o Bloco de Esquerda será capaz de se reforçar localmente, como uma força alternativa, popular e socialista.
As potencialidades são muitas e os desafios também, no presente e no futuro. O Bloco de Esquerda, com quase duas décadas de existência, hoje apresenta-se melhor preparado, tanto nacional como localmente, para operar viragens e transformações políticas de esquerda necessárias ao bem-estar do nosso povo. Logo, tem melhores condições para se reforçar significativamente, desde que continue a levantar bem alto as suas bandeiras próprias, sem se deixar iludir, ou diluir em alianças ou acordos espúrios, em particular com o PS.
O Bloco de Esquerda é o principal alvo a abater pelos seus adversários, particularmente desde o PCP, passando pelo PS e terminando na direita. Daí, qualquer passo em falso, mesmo que involuntário, poderá ser fatal às forças bloquistas. E que os outros aproveitarão imediatamente, pois em política não há espaços vazios. Isto é tanto válido a nível nacional, como a nível local.
João Vasconcelos, deputado e vereador do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Portimão
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