Ensino: Protesto em Lisboa
Mais de 40 mil professores enchem avenida
"Este Governo sem vergonha está a mais e a dar cabo deste País. Havemos de pôr na rua estes bandidos." A primeira frase de Mário Nogueira, ontem, no Rossio, em Lisboa, deu o mote para um discurso violento, em que o líder da Fenprof não conteve as lágrimas e se referiu ao Governo como "vigaristas", "trafulhas", "aldrabões" e "canalhas".
Nogueira
chegou até a comparar o Governo e as dificuldades colocadas à classe
docente aos porcos cujo camião acidentado na A1 reteve 50 autocarros que
transportavam professores, atrasando o arranque da manifestação.
Segundo a Fenprof, foram mais de 40 mil os professores que ontem
desceram do Marquês de Pombal ao Rossio e encheram a praça. A redução na
contratação de docentes, os mega-agrupamentos e a revisão curricular
foram as queixas mais ouvidas. Mas a maior preocupação vai para a ameaça
de passagem à mobilidade especial e despedimento de 50 mil docentes.
"O
ministro Nuno Crato há quatro meses jurava que ninguém passaria à
mobilidade. Ele que venha agora dizer que o relatório do FMI mentiu, ou
então tem de se demitir", disse Nogueira, criticando a ausência do
ministro. Segundo o CM apurou, Crato esteve de férias na semana passada.
O protesto contou com a presença de Roberto Baradel, dirigente sindical
argentino, que contou como a receita do FMI falhou no seu país. No
final, a Fenprof anunciou que, na semana de 18 a 22 de fevereiro, os
docentes "vão cobrir as escolas de luto".
CM
0 comentários:
Enviar um comentário