PAÍS POBRE E DEPENDENTE
Não há dúvida de que a realidade que se
vive em Portugal não tem nada a ver com o quadro cor-de-rosa pintado pelo
Governo e pelos seus próximos que enxameiam toda a comunicação social.
O quadro que por estes dias foi
proporcionado pelo Instituto Nacional de Estatística aponta no sentido das
piores expectativas para os próximos tempos. Além disso, outros dados que vamos
conhecendo também não são portadores de boas notícias: 1) Estão anunciados mais
cortes entre 1,5 e 1,7 milhões de euros; 2) Uma conhecida economista da área
ideológica do Governo propõe “taxar os levantamentos sobre as contas-poupança de todos os que recebem os ordenados por essa via”.
Dados da OCDE são taxativos ao afirmarem
que a vida dos portugueses está muito pior, com taxas de desemprego elevadíssimas
especialmente entre os jovens, quebras brutais no rendimento, apoios sociais
cada vez mais reduzidos, crescente desigualdade na distribuição da riqueza,
economia paralela e corrupção a aumentarem, para mencionarmos apenas os
aspectos mais relevantes.
O texto que Rosa Monteiro assina hoje no
i é mais uma chamada de atenção para esta realidade que não tem nada a ver com
a propaganda que todos os dias nos entra pela casa adentro, quase sem contraditório.
O país pobre e dependente que o governo deseja pode
até estar melhor, mas os portugueses estão muito pior, diz a OCDE no seu último
relatório Society at a Glance.
Os dados apresentados, não constituindo
propriamente uma novidade, traçam um retrato assustador da evolução do nosso
país sob os efeitos da crise e das medidas de austeridade fanaticamente
implementadas pelo actual governo.
Portugal é o país da OCDE onde a desigualdade de
rendimento disponível dos agregados mais aumentou por efeito da crise, a seguir
à Islândia. Ou seja, onde a crise mais polariza e segmenta os grupos sociais. O
número de pessoas a viver em agregados sem nenhum rendimento proveniente do trabalho
aumentou cerca de 20%.
Ler mais AquiPortimão Blokista
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