quinta-feira, março 27, 2014

PAÍS POBRE E DEPENDENTE


Não há dúvida de que a realidade que se vive em Portugal não tem nada a ver com o quadro cor-de-rosa pintado pelo Governo e pelos seus próximos que enxameiam toda a comunicação social.
O quadro que por estes dias foi proporcionado pelo Instituto Nacional de Estatística aponta no sentido das piores expectativas para os próximos tempos. Além disso, outros dados que vamos conhecendo também não são portadores de boas notícias: 1) Estão anunciados mais cortes entre 1,5 e 1,7 milhões de euros; 2) Uma conhecida economista da área ideológica do Governo propõe “taxar os levantamentos sobre as contas-poupança de todos os que recebem os ordenados por essa via”.
Dados da OCDE são taxativos ao afirmarem que a vida dos portugueses está muito pior, com taxas de desemprego elevadíssimas especialmente entre os jovens, quebras brutais no rendimento, apoios sociais cada vez mais reduzidos, crescente desigualdade na distribuição da riqueza, economia paralela e corrupção a aumentarem, para mencionarmos apenas os aspectos mais relevantes.
O texto que Rosa Monteiro assina hoje no i é mais uma chamada de atenção para esta realidade que não tem nada a ver com a propaganda que todos os dias nos entra pela casa adentro, quase sem contraditório.
O país pobre e dependente que o governo deseja pode até estar melhor, mas os portugueses estão muito pior, diz a OCDE no seu último relatório Society at a Glance.
Os dados apresentados, não constituindo propriamente uma novidade, traçam um retrato assustador da evolução do nosso país sob os efeitos da crise e das medidas de austeridade fanaticamente implementadas pelo actual governo.
Portugal é o país da OCDE onde a desigualdade de rendimento disponível dos agregados mais aumentou por efeito da crise, a seguir à Islândia. Ou seja, onde a crise mais polariza e segmenta os grupos sociais. O número de pessoas a viver em agregados sem nenhum rendimento proveniente do trabalho aumentou cerca de 20%.
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Portimão Blokista

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