Portimonenses,
Dá-se aqui por concluída excertos da intervenção da apresentação pública - para quem não conhece - pela minha pessoa, da candidatura bloquista "Melhor Qualidade e Mais Dignidade para Portimão!"
"Parece que a febre eleitoralista atacou, de rompante, a Presidente e o Executivo Permanente. O que devia ser feito em 4 anos está a ser realizado num ano, ou em 6 meses. Temos tido uma cidade e um concelho praticamente ao abandono e a degradação ainda se vê por todo o lado. Muitas obras deviam estar a terminar nesta altura, ficando tudo “bonito” durante a campanha eleitoral. Só que a pandemia trocou as voltas à sr.ª Presidente. Como houve vários atrasos nas adjudicações foi obrigada a cancelar o início das obras para não coincidirem com as eleições e que podiam ter custos eleitorais.
A habitação, ou a falta dela, é uma grave lacuna qua atinge muitas famílias no concelho de Portimão. Há dezenas de anos que a Câmara de Portimão não constrói um único fogo para fazer face às carências habitacionais, mas muitos milhões se esfumaram. Não ter acesso a uma habitação adequada representa uma forma de exclusão social. A habitação, em condições dignas, é um direito constitucional para todas as famílias. Só agora, em vésperas de eleições, é que a Câmara avança com a construção de alguns fogos, só que destinados a venda e não ao arrendamento, o que vai fazer com que muita gente carenciada continue sem acesso à habitação. E construir agora é fácil, ao abrigo das verbas provenientes da administração central e da União Europeia.
Em Portimão temos 800 pedidos para habitação, quase 600 agregados familiares em grave carência imediata. O parque habitacional municipal encontra-se muito degradado e o PS não cumpriu as promessas para a sua reabilitação. Uma das prioridades para o Bloco é a habitação, tendo dado um forte contributo para a elaboração da Lei de Bases da Habitação e da Estratégia Local de Habitação.
Um outro aspeto e que o Bloco é muito crítico prende-se com os projetos imobiliários, muitos deles megalómanos, que vêm dos executivos anteriores e que a candidata do PS teima em prosseguir, alegando que não tem condições para os parar. Mas o que é certo é que alguns desses projetos, como na Quinta da Rocha e no João D’Arens pararam, ou foram inviabilizados, por ação dos movimentos de cidadãos e do Bloco de Esquerda. Mas outros irão mesmo avançar, se não houver força para os parar, ou não se operar uma mudança de rumo no executivo municipal nas próximas eleições.
Veja-se o megaprojeto imobiliário Foz do Arade junto à marina de Portimão, promovido pelo Novo Banco. É um projeto com 26 hectares, que contempla a construção de 700 fogos habitacionais e outros edifícios para fins turísticos e comerciais e que merece a oposição frontal do Bloco de Esquerda, que votou contra o referido projeto nos órgãos autárquicos. Teremos mais uma frente de betão numa zona nobre do concelho de Portimão, que albergará cerca de 3 000 pessoas e que levará à destruição da única mata existente às portas da cidade, na Praia da Rocha. Além disso, nos períodos de maior movimento teremos uma sobrecarga nas infraestruturas e acessos bloqueados devido à intensidade do trânsito e sem parques de estacionamento.
Mas há outros projetos, sempre mais do mesmo, para turismo de luxo, prontos para avançar, mesmo em áreas sensíveis e em RAN e REN – Morgado de Arge, Terraços do Atlântico, Morgado do Reguengo, o novo empreendimento na Quinta da Rocha, e mesmo o João D’Arens não está livre de novo assalto urbanístico.
Não há diversificação da economia no concelho, é só turismo e mais turismo, logo muito mais permeável a crises cada vez mais intensas e com as consequências sociais que sabemos. Não há espaços verdes, jardins, parques e ciclovias. Há que inverter o paradigma a favor da criação de emprego e de um desenvolvimento sustentável no concelho de Portimão".
Saudações a todas e a todos.
João Vasconcelos
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