Muitos milhares de pessoas protestam por todo o país
Às 17 horas teve início a Manifestação cultural
“Que se Lixe a troika!” na Praça de Espanha em Lisboa, quando a marcha
contra o desemprego ainda estava a sair da Praça da Figueira em direção à
Assembleia da República. Grandes manifestações no Porto, em Coimbra e
em Braga. Os protestos culturais decorrem em 23 cidades.
Manifestação cultural "Que se lixe a troika! na Praça de Espanha em Lisboa às 17.20 horas
"O povo unido jamais será vencido", "Quem trabalha não desarma", ou "Trabalho sim desemprego não", foram das palavras de ordem mais gritadas pelos manifestantes.
À mesma hora, já milhares de pessoas se concentravam na Praça de Espanha para participar na Manifestação Cultural “Que se Lixe a Troika!”. Presentes também muitos artistas que vão atuar e outros que fizeram questão em estar presentes, como o ator Ruy de Carvalho.
No Porto, centenas de manifestantes começaram a juntar-se por volta das 15 h. na Praça da Batalha, para se dirigir depois para a Praça D. João I, onde decorre a manifestação cultural, desde as 17 h. Segundo a agência Lusa, o ponto alto na Praça da Batalha foi um momento de teatro primitivo, protagonizado por algumas mulheres vestidas com trajes semelhantes às antigas sacerdotisas gregas e a cara pintada de branco com traços negros nos olhos.
A espécie de dança ritual, animada por um grupo de bombos, decorreu em volta de um monte de ossos de vaca descarnados, que foram brandidos por alguns dos intervenientes, culminando com o aparecimento de um coelho esfolado pregado numa cruz. Ao lado da cruz um homem com num cartaz tentava explicitar a ligação ao momento político: “Em outubro abre a caça o coelho”. Um outro explicava que aqueles eram “os ossos da fome que o povo tem de roer”.
No final, Fátima Vale, uma das atrizes citava Fernando Arrabal para explicar o momento artístico: “Nós não criamos confusão, a confusão está aí”. A atriz afirmou à Lusa que aquela era uma manifestação contra “o poder que nos oprime, que censura” para lembrar os muitos “artistas que estão a tentar sobreviver por cima do RSI (Redimento de Inserção Social)."
Em Coimbra, o protesto teve início cerca das 16.30 h com um desfile, integrado no protesto "Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!". Com faixas negras, cantando palavras de ordem, e batendo tachos e com toques de gaita, deslocaram-se da Praça da República para a Praça do Comércio, onde tem lugar a manifestação cultural. A Associação Académica de Coimbra também se juntou à manifestação com uma faixa branca, em sinal de luto, onde se lia "Um país sem brio".
"Está na hora, está na hora, de o Governo ir embora", foi dos lemas mais gritados.
Em Braga, a manifestação cultural iniciou-se com a participação de Adolfo Lúxuria Canibal, que alertou "sem cultura o homem transforma-se em cão".
Segundo a agência Lusa, cerca de 600 pessoas participavam no protesto. À Lusa, Adolfo Lúxuria Canibal, disse que "a cultura é dos primeiros setores da sociedade a sentir a crise". Segundo o cantor, "quando se chega ao ponto em que se está, em que até no estômago já se sente a crise é porque já passámos por muitos lados. É nesta altura em que o homem se transforma em cão".
Manifestação cultural no Porto
Manifestação cultural em Lisboa
Manifestação cultural na Praça de Espanha em Lisboa
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