quinta-feira, outubro 04, 2012

"O governo deve ser demitido"

No debate das moções de censura apresentadas pelo Bloco e pelo PCP, Louçã afirma que "Portugal só tem uma certeza: paga mais para ficar mais pobre" e refere as contradições da política do governo com o seu programa eleitoral. Sobre o outro partido da coligação, CDS, afirma que "o falecido partido do contribuinte é hoje o partido do confisco e do esbulho" - "Merecem ser demitidos".
Francisco Louçã começou por acusar Passos Coelho de se ter escondido atrás do ministro das Finanças perante o maior aumento de impostos de sempre.
"Comprometeu-se que seria o próprio a dar as más notícias aos portugueses quando as houvesse, o senhor primeiro-ministro não tem palavra, perante o maior aumento de impostos de sempre escondeu-se atrás do ministro das Finanças e foi preciso uma censura para o trazer a este Parlamento", afirmou o coordenador bloquista, ironizando que, se não houvesse a censura, o primeiro-ministro teria falado a partir da Eslováquia.
Na sua intervenção, o coordenador do Bloco de Esquerda confrontou os social-democratas com o seu programa eleitoral que prometia redução de impostos e acusou o CDS/PP de ser "o falecido partido do contribuinte" que "é hoje o partido do confisco e do esbulho".
E citou pormenorizadamente o programa eleitoral do PSD: "Lia-se o seguinte: O esforço será feito sem aumento de impostos, haverá redução de impostos para as empresas, para as famílias, haverá um aumento do investimento público, e a cereja em cima do bolo, tudo o que no programa propomos foi estudado, testado, ponderado, consequentemente as medidas que nele se apontam são para cumprir, violaram todos os contratos de confiança", criticou.
Para Louçã, "há uma única coisa agradecer" a Passos Coelho: "Nunca nenhum Governo criou tanto consenso em Portugal desde o 25 de Abril como o seu, nunca tanta gente por tão boas razões condenou o seu governo, o senhor deve ser demitido".
O deputado do Bloco interpelou inúmeras vezes o primeiro-ministro diretamente, como quando questionou das razões de o PSD não ter dito aos eleitores que era esta a sua alternativa para o país.
"Porque é que não disse que era isto que queria, que era assim que resolvia os problemas, que era aumentando os impostos que conseguia recuperar a economia? Se esta é a alternativa, então porque é não resulta, então porque é estamos mais pobres, porque é que temos mais dívida? Tudo falhou porque este governo não tem credibilidade, tem uma coligação com ministros em guerra", acrescentou. E prosseguiu: "Ontem passámos essa linha da indignidade, sabemos que isto não pode resultar, haverá senhores e senhoras deputadas, alguém nesta sala, que se levante e diga: isto vai resultar, isto vai bem, isto vai melhor?".
Olhando para as bancadas da direita, Louçã disse que "os senhores deputados da direita estão sentados e aterrorizados porque sabem que nem o défice de 2012 conseguem resolver, há uma cornucópia de truques orçamentais para responder ao país".

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