Louçã: "Governo vive em fantasia orçamental"
No fim da reunião da Mesa Nacional bloquista, Francisco Louçã disse que o optimismo de Sócrates sobre o desemprego é desmentido pelos números do governo.
Os comícios de verão do Bloco arrancam este domingo para apresentar a alternativa socialista contra a política de desemprego e austeridade. Foto Paulete Matos
“O Governo está a viver num período de fantasia orçamental. Quando olhamos para o próximo ano, é o Governo que nos vem desmentir as palavras do primeiro ministro. A situação que este ano é má, para o próximo ano será pior e haverá mais desemprego”, disse Francisco Louçã, comentando os dados do relatório de orientação orçamental entregue sexta feira no Parlamento. No entender do deputado bloquista, eles “acentuam a realidade grave que é o efeito recessivo provocado pelas medidas do próprio Governo”.
“O pacote PS/PSD, que atacou os salários e aumentou os impostos, produz uma recessão à vista no ano de 2011”, assinala Louçã. “Se há mais desemprego haverá mais custos para a sociedade e será difícil obter qualquer objetivo de controlo orçamental”, alertou.
“O primeiro ministro diz que é o único homem a puxar pelo país, percebemos agora que com a sua política está a puxar o país para baixo”, acrescentou ainda o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda.
O relatório de orientação da política orçamental veio rever em baixa as previsões do crescimento da economia feitas em Março, incluindo agora o efeito das medidas do PEC e do PEC 2, como os aumentos do IVA, IRS, IRC ou os cortes nos apoios sociais. O governo prevê colocar o défice nos 3% do PIB em 2012, mas nas contas de Teixeira dos Santos o crescimento da economia será menor que o previsto: 0,5% em 2011 (em vez dos 0,9% inicialmente previstos), 1,1% em 2011 e 1,7% em 2013. As novas previsões para o desemprego em 2011 ficam três décimas acima do que o governo dizia em Março, devendo chegar aos 10,1%.
Questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa, Louçã rejeitou a proposta defendida por Passos Coelho para uma revisão da Constituição antes das eleições presidenciais. “A revisão constitucional do PSD é uma forma de vampirizar os recursos escassos num país que precisa de melhor saúde e educação, e de os tornar mais difíceis, mais caros e mais injustos”, acusou, acrescentando a oposição do Bloco a “qualquer limite constitucional à política orçamental” ou a “qualquer redução do pluralismo ou da proporcionalidade nas leis eleitorais”.
Esquerda.net
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