Bloco adverte para tentativa de “eleições a fingir”
Proposta de formar uma “grande coligação” de governo PSD-PS com o CDS defraudaria os eleitores. “A solução para o país não é juntar PS e PSD para a política do FMI e para o empobrecimento dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens precários”, diz Louçã.
Bloco de Esquerda irá fazer uma campanha eleitoral “pela positiva, mobilizadora, que responda ao risco da bancarrota com a mobilização das forças, o combate ao privilégio fiscal, concentrando-se na prioridade que é uma economia para o emprego”. Foto de Paulete Matos
Francisco Louçã criticou este sábado a proposta cada vez mais citada de formar uma “grande coligação” de governo do PSD com o PS e o CDS, o que tornaria todo o processo eleitoral numas “eleições a fingir”.
“O que é muito evidente é que há hoje uma proposta do PSD de formar uma grande coligação que abrange o Partido Socialista e o CDS; e que há também no Partido Socialista cada vez mais vozes – começou com Luís Amado dentro do próprio governo e agora tantas outras pessoas – de que as eleições sejam a fingir, para depois se entenderem”, disse o coordenador do Bloco de Esquerda aos jornalistas em conferência de imprensa após a reunião da mesa nacional.
Louçã lembrou que se o PS já arruinou o país, com as políticas de recessão, e que o PSD já fez o mesmo no passado. Por isso, “a solução para o país não é juntar PS e PSD para a política do FMI e para o empobrecimento dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens precários”, disse, recordando o entendimento recente para aprovar o Orçamento de 2011.
“As pessoas sabem que se hoje há congelamento das pensões, os mais idosos estão a empobrecer, se há a promoção da precariedade e do trabalho temporário e se há um aumento de impostos com redução de salários é porque PS e PSD se entenderam sobre isso. A bancarrota é construída pelo que o PS e PSD andam a fazer”, defendeu.
Bloco fará campanha eleitoral pela positiva
O Bloco de Esquerda irá fazer uma campanha eleitoral “pela positiva, mobilizadora, que responda ao risco da bancarrota com a mobilização das forças, o combate ao privilégio fiscal, concentrando-se na prioridade que é uma economia para o emprego”, revelou.
Na reunião da Mesa Nacional, o Bloco de Esquerda decidiu demonstrar na campanha que “é possível e necessário ter uma reforma fiscal que mobilize os recursos e a capacidade da economia do país para proteger os reformados, para dar soluções para os jovens precários, para trazer emprego e para que a economia no seu todo possa sair desta recessão e deste desastre”, esclareceu Louçã.
Moção de censura foi acertada
O coordenador do Bloco considerou que os acontecimentos vieram dar “razão” ao conteúdo e oportunidade da moção de censura ao governo apresentada pelo partido no Parlamento.
“O Bloco foi muito criticado pela moção de censura, mas aqueles que nos criticaram sabem bem como tínhamos razão. Enquanto apresentávamos a moção, o Governo estava à socapa a terminar uma negociação em Bruxelas para este novo programa, para estender de um ano para três anos o congelamento das pensões, ou a redução dos salários e o aumento do desemprego”, apontou.
E concluiu: “Se é preciso que haja uma esquerda que traga soluções e respostas, percebe-se bem porque é que essa moção de censura em nome das gerações precárias, em nome dos jovens precários e dos desempregados de longa duração, foi tão importante, teve tanto eco na sociedade portuguesa, mobilizou tanta gente”.
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