Milhares de professores contestaram política educativa do Governo
Nove mil professores de vários níveis de ensino e de norte a sul do país encheram este sábado a sala de espectáculos do Campo Pequeno para contestar a política do governo e aprovar o reforço da greve às horas extraordinárias.
Após o plenário e a aprovação da moção, os docentes desfilaram até ao ME, na Av. 5 de Outubro, para entregar a avaliação que fizeram ao trabalho desenvolvido pela entidade e realizaram um cordão humano que cercou todo o quarteirão. Foto Inácio Rosa/LUSA
Durante o período em que estiveram concentrados no Campo Pequeno, os docentes exigiram não só a saída da actual Ministra da Educação como a do Governo.
Na moção aprovada por unanimidade os professores que participaram no protesto acusam os governantes de tomar medidas que visam reduzir custos, atingindo o que é vital para as escolas e acusam o governo de por em causa a estabilidade das escolas e de quem nelas trabalha.
O protesto deste sábado, que contou com a presença da deputada do Bloco Ana Drago, além do secretário-geral da CGTP, foi preenchido por palavras de ordem contra medidas educativas como a anunciada anulação do concurso de professores em 2011, mas também contra medidas governamentais que afectam igualmente os docentes, nomeadamente os cortes nos salários.
Além de terem aprovado o reforço da greve às horas extraordinárias, os docentes decidiram em plenário participar nas acções e lutas a desenvolver, uma delas a possibilidade de greve aos exames nacionais.
Após o plenário e a aprovação da moção, os docentes desfilaram até ao Ministério da Educação para entregar a avaliação que fizeram ao trabalho desenvolvido pela entidade e realizaram um cordão humano que cercou todo o quarteirão.
Neste dia marcado por várias mobilizações não faltou solidariedade entre os protestantes. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, afirmou que “os jovens que estão hoje na rua são os nossos filhos, os nossos alunos, os nossos colegas. Manifestamos mais do que solidariedade, têm a nossa disponibilidade para com eles irmos à luta”.
“Esta governação está esgotada”
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, que participou nos protestos dos professores e também no da “Geração à rasca” em Lisboa, afirmou que a elevada adesão às manifestações mostrou que “esta governação está esgotada”.
Os protestos mostram “uma elevada mobilização do povo”, salientou o líder sindical, à margem da concentração dos professores frente ao Ministério da Educação, em Lisboa.
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