domingo, março 13, 2011

Milhares de professores contestaram política educativa do Governo

Nove mil professores de vários níveis de ensino e de norte a sul do país encheram este sábado a sala de espectáculos do Campo Pequeno para contestar a política do governo e aprovar o reforço da greve às horas extraordinárias.
Nove mil professores de vários níveis de ensino e de norte a sul do país encheram este sábado a sala de espectáculos do Campo Pequeno para contestar a política do governo e aprovar o reforço da greve às horas extraordinárias.
Após o plenário e a aprovação da moção, os docentes desfilaram até ao ME, na Av. 5 de Outubro, para entregar a avaliação que fizeram ao trabalho desenvolvido pela entidade e realizaram um cordão humano que cercou todo o quarteirão. Foto Inácio Rosa/LUSA
Numa iniciativa promovida pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), os professores estiveram reunidos no Campo Pequeno onde aprovaram uma moção que entregaram depois no Ministério da Educação, assim como um conjunto de papéis com a “avaliação” desta entidade feita pelos professores, numa alusão ao processo de avaliação de desempenho dos docentes, cujo modelo rejeitam.
Durante o período em que estiveram concentrados no Campo Pequeno, os docentes exigiram não só a saída da actual Ministra da Educação como a do Governo.
Na moção aprovada por unanimidade os professores que participaram no protesto acusam os governantes de tomar medidas que visam reduzir custos, atingindo o que é vital para as escolas e acusam o governo de por em causa a estabilidade das escolas e de quem nelas trabalha.
O protesto deste sábado, que contou com a presença da deputada do Bloco Ana Drago, além do secretário-geral da CGTP, foi preenchido por palavras de ordem contra medidas educativas como a anunciada anulação do concurso de professores em 2011, mas também contra medidas governamentais que afectam igualmente os docentes, nomeadamente os cortes nos salários.
Além de terem aprovado o reforço da greve às horas extraordinárias, os docentes decidiram em plenário participar nas acções e lutas a desenvolver, uma delas a possibilidade de greve aos exames nacionais.
Após o plenário e a aprovação da moção, os docentes desfilaram até ao Ministério da Educação para entregar a avaliação que fizeram ao trabalho desenvolvido pela entidade e realizaram um cordão humano que cercou todo o quarteirão.
Neste dia marcado por várias mobilizações não faltou solidariedade entre os protestantes. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, afirmou que “os jovens que estão hoje na rua são os nossos filhos, os nossos alunos, os nossos colegas. Manifestamos mais do que solidariedade, têm a nossa disponibilidade para com eles irmos à luta”.
“Esta governação está esgotada”
O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, que participou nos protestos dos professores e também no da “Geração à rasca” em Lisboa, afirmou que a elevada adesão às manifestações mostrou que “esta governação está esgotada”.
Os protestos mostram “uma elevada mobilização do povo”, salientou o líder sindical, à margem da concentração dos professores frente ao Ministério da Educação, em Lisboa.

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