PEC 4 é uma "descida aos infernos"
Novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo “penalizam os mesmos de sempre e ignoram totalmente a justiça fiscal”, acusa o Bloco de Esquerda.
PEC 4 é "um castigo permanente e redobrado sobre as mesmas pessoas, que têm de suportar todos os sacrifícios", diz José Gusmão. Foto de Paulete Matos
O novo pacote de austeridade anunciado esta sexta pelo governo significa uma autêntica “descida aos infernos”, afirmou o deputado José Gusmão em nome do Bloco de Esquerda. “Penaliza os mesmos de sempre e ignora totalmente a justiça fiscal e a redistribuição dos sacrifícios”, disse.
“No ano em que há bancos privados que não vão pagar um cêntimo de impostos e em que foram chumbadas propostas, nomeadamente do Bloco de Esquerda, para reduzir as remunerações dos gestores de empresas públicas, o governo carrega sobre os mesmo de sempre com cortes nas pensões, cortes nas prestações sociais e cortes na saúde”, acusou José Gusmão.
O deputado do Bloco de Esquerda recordou que na quarta-feira a sua bancada apresentou uma moção de censura ao governo “para travar esta política, mas PS, PSD e CDS juntaram os seus votos para assegurar que esta política vai continuar”.
Sobre a anunciada intenção do Governo de reduzir a despesa no sector empresarial do Estado, o deputado do Bloco disse que não é uma medida nova, porque já constou nos anteriores orçamentos.
“Essa medida pode ter duas consequências: A degradação de serviços públicos fundamentais para a população, como no sector dos transportes; ou pode simplesmente servir para desorçamentar a despesa do Estado e disfarçar o défice”, acusou o deputado.
José Gusmão disse que o conjunto de novas medidas anunciadas por Teixeira dos Santos “terá um grave impacto social ao nível das pensões de sobrevivência ou nos cuidados de saúde”.
“Estamos confrontados com um castigo permanente e redobrado sobre as mesmas pessoas, que têm de suportar todos os sacrifícios. Neste novo pacote, não há uma única medida que pelo menos simule a tentativa de impor alguma justiça fiscal ou alguma redistribuição dos sacrifícios. É tudo nos mesmos de sempre”, acusou.
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