quarta-feira, agosto 03, 2011

Restruturar o orçamento para ajudar... a banca

Victor Gaspar é um peão estranho na estruturação da política do Governo. Muito estranho aliás. Quase não fala e quando fala não diz nada de importante. E ainda assim, ele assume o controlo da tão estruturante política financeira do Governo. Diz-nos o Ministro que vai introduzir alterações cirúrgicas ao orçamento, em que mais de metade do possível endividamento público sirva para apoiar a banca. Mas para isso prevê-se a subida de 14 por centro dos limites de endividamento. O que me causa estranheza é fundamentalmente o processo e a história do processo.


1 - A crise financeira é originada pela especulação de uma máfia financeira fixada em bancos privados, a crise económica é provocada pelos reflexos da acção especulativa e da crise da banca na economia real, a crise social é fundada nas condições estruturais da economia e agravada pela crise económica que fez aumentar o desemprego e as dificuldades.

2- Para compensar a crise financeira os estados endividam-se para salvar os bancos e os lucros dos banqueiros e dos bancos quase não se fazem sentir. Endividando-se o estado, adopta-se a austeridade como solução e sacrifica-se a vida das pessoas que trabalham, dos reformados e dos jovens, para salvar o estado.

3 – Os contribuintes e os mais pobres pagam a factura de um orçamento que os penaliza e sacrifica, e são agora, avisados por Vítor Gaspar, que vai haver um orçamento rectificativo em que mais de metade do possível endividamento público vai servir para apoiar a banca.

No meio disto tudo fomos do discurso das nacionalizações, da regulação e do fim dos off-shore , ao discurso da austeridade, do sacrifício, so salvamento do estado e do apoio à banca.

No meio de isto tudo, juro que fico confuso. Porque a burguesia financeira que controla os bancos, que tem ligações e representantes no poder político e que controla sectores estruturantes da economia Portuguesa, sai sempre a ganhar, e quem vive a vida a trabalhar sai sempre a perder.

A luta de classes continua a ser isso: a luta de quem perde sempre contra quem sai sempre a ganhar !



E os quatro maiores bancos em Portugal tiveram 2,2 milhões de euros de lucro por dia no primeiro trimestre...
Adeus Lenine

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