Utentes fazem cordão humano
Faro: Dezenas protestam contra portagens
Várias dezenas de pessoas protestaram esta segunda-feira contra a introdução de portagens na Via do Infante, com a realização de um cordão humano na Estrada Nacional 125, perto de Faro, que obrigou ao corte do trânsito.O protesto, convocado pela Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) e pelo Movimento contra as Portagens na A22, teve uma participação pouco numerosa mas, mesmo assim, os organizadores mostraram-se satisfeitos com os objectivos alcançados.
"Foi positivo, até porque isto era uma acção simbólica, sabíamos que era difícil, estiveram aqui uma dezenas largas de pessoas, e é para manter bem viva a chama da luta contra as portagens a Via Infante. Como já referi anteriormente, isto é o início de um conjunto de acções que iremos ter no futuro contra a introdução de portagens", afirmou João Vasconcelos, da Comissão de Utentes.
João Vasconcelos frisou que o objectivo foi "demonstrar que os algarvios não desistem, vão continuar a lutar, porque sabemos que portajar a Via do Infante será uma machadada tremenda na economia e na sociedade do Algarve".
"E é estranho que o primeiro-ministro (Pedro Passos Coelho), que ontem esteve aqui no Algarve (na festa do Pontal), não tenha tido nem uma única palavra sobre esta matéria, porque ele sabe que portajar a Via do Infante é matar o Algarve, a sociedade e o turismo", criticou o dirigente da Comissão.
Já João Fava, do movimento contra as portagens, considerou que "a luta continua" e é "necessário ser persistentes, porque é do conhecimento geral que portajar a Via do Infante traz consequências graves e profundas para a nossa região, quer a nível económico, financeiro, social, técnico, urbanístico". "Isso é matar a nossa região e nós estamos solidários e prol dos interesses dos algarvios e do Algarve", afirmou.
João Vasconcelos criticou ainda a alteração da posição do presidente da Câmara de Faro e da Comunidade Intermunicipal do Algarve, Macário Correia, que, depois de o PSD tomar posse no governo, disse compreender a inevitabilidade das portagens.
"Penso até que ele [Macário Correia] se aproveitou da luta da comissão de utentes e do movimento contra as portagens para aparecer em alguns momentos. Mas a responsabilidade é dele e os algarvios só têm uma lição a tirar, é que mais uma vez foram enganados por esse senhor e ele não merece credibilidade", afirmou Vasconcelos.
Por outro lado, "iremos accionar esta matéria na frente jurídica, nos tribunais", prometeu, precisando que isso irá acontecer "assim que sair a resolução do Conselho de Ministros a definir o preço das portagens, as discriminações positivas". "Não está excluído um recurso aos tribunais europeus", numa "acção concertada com SCUT’s do Norte do país", acrescentou.
Correio da Manhã
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