quinta-feira, novembro 24, 2011

Tensão entre manifestantes e polícia em S. Bento. Um agente ferido

Por Agência Lusa


 


  • confrontos em S.Bento
Manifestantes e polícia envolveram-se em confrontos à porta da Assembleia da República. O i sabe que pelo menos cinco manifestantes foram já detidos pelas forças de segurança e um polícia ficou ferido no local.
Os manifestantes tentavam subir as escadas da Assembleia, sendo impedidos pela polícia que montou um cordão de segurança. Diversos objectos, como garrafas e cartazes, foram arremessados na direcção das forças de segurança.
O secretário geral da CGTP saudou hoje a "coragem e determinação" dos portugueses que aderiram à greve geral, considerando que a paragem por um dia foi feita "em grande esforço".
"A greve foi inquestionavelmente uma greve em grande esforço. Sentimos isso, respira-se um ar de grande responsabilidade, o sentimento de que a greve é um dever", afirmou Carvalho da Silva no final da manifestação da CGTP, em frente à Assembleia da República.
Já o dirigente do PCP Francisco Lopes considerou hoje ser necessário "este sobressalto cívico", comentando a greve geral a nível nacional e a manifestação em Lisboa, na qual está a participar. "É necessário este sobressalto físico capaz de mudar Portugal e assegurar um caminho diferente", afirmou o antigo candidato à Presidência da República à Lusa, defendendo que o rumo para o país terá de estar "vinculado a abril".
Em relação à taxa de adesão no sector da Administração Pública - e que apontam para uma média de 3,6% - a UGT acusou o Governo de apontar números "completamente irreais".
Também a Federação Nacional da Educação (FNE) acusou o Governo de apresentar números “inconsistentes” da greve geral e declara que a adesão no setor educacional está a ser “fortíssima”.
Já o secretário-geral do PCP afirmou que a greve geral está a ter uma "participação extraordinária", sendo "uma jornada memorável" de luta contra "a maior ofensiva" aos direitos dos trabalhadores desde o 25 de Abril.
A Comissão Europeia reagiu a esta paralisação e admitiu que as medidas de austeridade em Portugal são "muito dolorosas", mas alertou para a necessidade das mesmas para garantir ao país "um melhor futuro".
Paralisação em vários sectores do país
Muitas escolas encerraram devido à greve. De acordo com o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), Dias da Silva, este encerramento traduz um “forte protesto contra as políticas governamentais de austeridade”.
Além das escolas, os efeitos da paralisação fizeram-se também sentir nos mais variados sectores: hospitais e centros de saúde, tribunais, autarquias e  outras repartições do Estado, afetando ainda alguns setores privados, em especial na indústria.
Por seu lado, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) registou esta madrugada adesões maioritariamente de 100% nos Serviços de Recolha de Lixo em 28 municípios do país e das ilhas, indica uma nota daquela estrutura.
Já na Madeira, a adesão à greve geral por parte dos trabalhadores da recolha de lixo e transportes no período noturno no Funchal rondou os 10% e foi uma "desilusão" para a União dos Sindicatos da Madeira (USAM).
Também o STEC - Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD afirmou que, pelos dados obtidos na manhã de hoje, a adesão à greve geral regista mais de 80 por cento, com particular incidência no banco público.
Esta greve também levou a TAP a cancelar 121 dos 140 voos programados, disse à Lusa fonte da companhia aérea, indicando que 17 voos foram reprogramados e dois foram definidos como serviços mínimos.
Também os comboios que fazem a ligação da margem sul a Lisboa registaram perturbações na circulação hoje de manhã, devido à greve geral, com a oferta de transporte adequada. A Fertagus “esclarece que deverá garantir a circulação de comboios, até às 9:00 da manhã”, com um “intervalo médio de 20 minutos e que, neste momento, a oferta da Fertagus encontra-se adequada”, divulgou a empresa.
Por seu lado, os trabalhadores da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) não cumpriram os serviços mínimos e a adesão dos motoristas à greve geral foi de 90%, disse fonte da CT da empresa.
Já o sindicato das empresas do grupo Transtejo, responsável pelas ligações fluviais entre a margem Sul e Lisboa, fala em adesão à greve na ordem dos 100%, pois não foi realizada nenhuma ligação das duas margens durante a manhã de hoje.
A refinaria da Petrogal, em Leça da Palmeira, aponta para uma adesão de cerca de 50% dos trablhadores, mas a Comissão de Trabalhadores da empresa diz que "não há, até ao momento, grandes perturbações no funcionamento da refinaria”.
Protestos
Esta paralisação acabou por exigir a intervenção da Guarda Nacional Republicana que foi obrigada a intervir em dois casos de pessoas que cortaram a circulação dos comboios, em Torres Novas e Sintra, em protesto pelo facto de circular em dia de greve geral, disse hoje à agência Lusa fonte policial.
Também na Pampilhosa (Anadia) e em Penafil, a GNR foi obrigada a intervir quando vários grevistas tentaram bloquear a circulação de comboios. A  União de Sindicatos do Porto (USP) acusou hoje a GNR de "agressividade", "brutalidade" e "violação da lei da greve" no parque de material circulante ferroviário de Penafiel, onde o piquete tentava acautelar a "segurança" dos equipamentos.
Entretanto três repartições de Finanças foram atacadas, esta manhã, com cocktails molotov, em Lisboa .
O Corpo de Intervenção da PSP interveio também “usando a força” em “todas as estações da Carris” para impedir os piquetes de greve que queriam “ajudar” os trabalhadores a “cumprir o direito à greve”, acusou hoje um dirigente sindical.
Já a administração da Renault impediu o piquete de greve de entrar nas instalações e recorreu à Guarda Nacional Republicana para travar os grevistas à entrada da fábrica, acusou hoje o dirigente da União dos Sindicatos de Aveiro.
O director nacional da PSP, superintendente chefe Guedes da Silva, já veio afirmar que encara a greve geral como um "evento de descontentamento social", estando apta para agir em caso de necessidade.
Logo de manhã, Carvalho da Silva, disse que esta greve geral "já estava a ser um êxito", tendo em conta a discussão e os apoios que suscitou. No entender do líder da CGTP, a participação dos portugueses é uma "resposta e um alerta" ao Governo e à sociedade às práticas patronais no geral.

0 comentários: