Cavaco Silva “não deve dar posse a novos ministros, porque o Governo deve ser demitido”
O Bloco insistiu esta segunda-feira na realização
de eleições antecipadas a 15 de setembro, advertindo que cabe ao
Presidente da República garantir "o regular funcionamento das
instituições" e que "a recauchutagem do Governo potencia as tensões
políticas na coligação".
Foto de Paulete Matos
O coordenador bloquista falava no final de uma audiência de cerca de meia hora com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em que esteve acompanhado pela coordenadora bloquista, Catarina Martins, e pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares.
O líder bloquista, defendeu a data de 15 de setembro por ser "a primeira em que é possível" haver eleições e porque "a superação da crise é urgente", considerou que o Governo "deve ser demitido por quatro razões".
"Pedro Passos Coelho já anunciou ao país que, mesmo remendado, este Governo irá continuar a mesma política de austeridade, de recessão, que inevitavelmente dará os mesmos resultados, a crise não deixará de se agravar e o país cada vez mais se afundará", afirmou.
João Semedo referiu que a insistência na mesma receita levará a "um segundo resgate que é absolutamente necessário evitar e que não pode ser imposto a Portugal sem uma consulta democrática aos portugueses".
Segundo o dirigente do Bloco, o executivo "é ele mesmo fator de instabilidade política" e a sua "recauchutagem potencia as tensões políticas no seio da coligação e não, ao contrário do que é dito, as alivia".
"Um Governo que anuncia na sua composição a inclusão de ministros que dizem hoje uma coisa e fazem outra diferente amanhã é um Governo que perdeu fatalmente credibilidade, reconhecimento, autoridade junto dos portugueses", considerou, referindo-se a Paulo Portas.
Neste contexto, João Semedo defendeu que Cavaco Silva "não deve dar posse a novos ministros deste Governo, porque ele deve ser demitido".
"Cabe ao senhor Presidente da República garantir o regular funcionamento das instituições, não cabe ao Presidente da República garantir a sobrevivência deste ou de qualquer outro Governo", notou.
O coordenador da Comissão Política do Bloco revelou ainda ter dito ao chefe de Estado que o seu partido "está pronto e preparado para integrar um governo de esquerda, que tenha no seu programa a renegociação da dívida e uma política que liberte o país dos credores, da dívida, do memorando e da troika".
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