Ao minuto: Fogos e feridos após carga policial sobre manifestantes no Parlamento
(Rui Gaudêncio)
Portugal vive nesta quarta-feira um dia de greve. A
paralisação foi convocada pela CGTP. A UGT não aderiu ao protesto, mas
muitos sindicatos ligados a está central sindical emitiram pré-avisos de
greve. O PÚBLICO acompanha aqui o dia de Norte a Sul do país. Clique na
tecla F5 para actualizar a página.
Por André Jesus, Bárbara
Wong, Fabíola Maciel, João Dias, José Augusto Moreira, Margarida Gomes,
Maria José Santana, Maria Lopes, Nuno Sá Lourenço, Raquel Almeida
Correia, Ricardo Garcia, Ricardo Vilhena, Rita Brandão Guerra, Romana
Borja-Santos, Samuel Silva, Tolentino de Nóbrega, Victor Ferreira
EM DESTAQUE 18h49 Foi ateado um fogo ao fundo da Rua de S.
Bento, junto à R. Poço dos Negros, junto ao Parlamento, que acabou por
ser controlado, depois de ter estado muito próximo de carros
estacionados. Há também vários contentores incendiados na Av. D. Carlos
I, que desce da zona da Assembleia da República para a Av. 24 de Julho,
junto ao Tejo. Um carro de bombeiros no quartel da Av. D. Carlos I
preparava-se para sair e combater as chamas, mas foi impedido por
manifestantes. A circulação de carros na zona está impedida. Há várias
pessoas a serem assistidas nas escadarias do Parlamento, de onde saíram
várias ambulâncias.
18h47 O comissário da PSP Jairo Campos
afirmou que a carga foi "bastante ponderada" e que "não havia outra
hipótese", dada a "extrema violência" dos manifestantes. "Pareceu-nos a
medida mais adequada para combater o perigo dos polícias na primeira
linha", explicou, referindo-se às pedras que estavam a ser atiradas aos
agentes. A polícia ainda não avançou com números de detenções, que estão
ainda a decorrer. "Os ânimos estão muito mais serenos", referiu Campos,
notando que os manifestantes foram advertidos de que seria feita uma
carga, tal como a lei determina.
18h44Por entre frases
feitas, cartazes e palavras de ordem, foi o grito “Gatunos! Gatunos!”
que mais ecoou ontem pelas ruas da Baixa do Porto. A manifestação
convocada pela CGTP teve forte adesão popular, onde se destacava a
participação de muita gente que não é habitual ver-se neste tipo de
encontros. Casais jovens, muitos acompanhados dos bebés ou filhos de
tenra idade, mas também gente de meia-idade, famílias inteiras ou
reformados e muitas vezes empunhado apenas a bandeira nacional. Os
rostos, no fundo, daqueles a quem a crise atinge com maior violência,
por via do desemprego, dos cortes ou da carga fiscal. Representantes de
um novo grupo social e ao qual já se convencionou designar como a
ex-classe média.“
Queremos uma nova Constituição baseada nos bons
exemplos demonstrados por países como Dinamarca, Suécia e Islândia”,
ostentava um dos tímidos participantes de meia-idade, colocado num dos
passeios laterais da Praça da Liberdade e evidenciando a pouca
habituação a estas andanças. Um outro recorria a uma frase de
responsáveis do FMI para alertar que a “A crise é a ganância dos
bancos”, enquanto um grupo mais afoito e participativo exibia um grande
cartaz com os dizeres “Roubar salário e reforma também é crime” a
encimar uma foto antiga com Cavaco Silva, Dias Loureiro e Duarte Lima.
Mesmo
comandada e orientada pelos organizados grupos de sindicalistas, a
manifestação escapou-se-lhe por muitas vezes ao controlo, com gritos e
cantilenas que se sobrepunham às politizadas palavras de ordem e
alastravam também aos muitos observadores colocados nos passeios ao
longo do percurso.
Foi assim que à entrada da Rua de Sá da
Bandeira, logo no início, o grito “Gatunos! Gatunos!” contagiou toda a
gente e ecoou pelas artérias circundantes, o mesmo sucedendo já na parte
final do percurso à passagem pelo Teatro Rivoli, no regresso à Avenida
dos Aliados.
Saindo da Pr. da Liberdade, onde a multidão se
concentrou, a manifestação percorreu a Rua de Sá da Bandeira até o
Mercado do Bolhão, flectindo para a Rua de Santa Catarina e descendo a
de Passos Manuel até entrar na Avenida dos Aliados e regressar ao ponto
de partida, A coluna era de tal modo longa e numerosa que os primeiros
participantes já estavam de regresso quando os últimos começavam ainda a
percorrer o inicio de Sá da Bandeira, junto à estação de S. Bento. As
forças policiais que a enquadravam o cortejo foram mesmo forçadas a
fazer um compasso de espera e a compactar a coluna, para evitar que os
manifestantes se entrecruzassem.
A par dos slogans sindicalistas
como “Portas, Cavaco e Passos são amigos dos ricaços” e “a luta
continua nas empresas e na rua”, o que causava maior impacto eram mesmo
as cantilenas espontâneas: “Nós só queremos o Passos a bazar. O Passos a
bazar”, ou “É feio, é feio, quem fica no passeio”, que em muitos casos
tiveram mesmo o efeito de fazer engrossar a coluna, que no final não só
voltou a encher a Pr. da Liberdade como ainda uma grande parte da
Avenida dos Aliados.
José Augusto Moreira18h39Apenas
três dezenas de delegados sindicais estiveram, na tarde desta
quarta-feira, presentes na concentração convocada pela União Geral dos
Trabalhadores (UGT) na Madeira.
A iniciativa apoiada pelo
Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), afecto à
UGT, coincidiu com a greve geral convocada pela CGTP-IN. Mas, adverte o
dirigente daquelas duas organizações, Ricardo Freitas, tem objectivos
distintos. “Advogamos uma grande unidade para repudiar as políticas de
austeridade, mas não estamos a pedir a queda do governo nem para romper
com os nossos credores”, acrescentou aquele responsável da UGT na
Madeira.
A concentração realizada no Largo do Carmo, no centro do
Funchal, teve também por objectivo alertar os trabalhadores para “as
nefastas consequências das políticas recessivas, em termos de degradação
das condições de emprego e dos direitos dos trabalhadores e
pensionistas, seguidas pelos governos da República e da Região”, disse
Ricardo Freitas ao PÚBLICO.
O líder regional da UGT prevê que em
breve a taxa de desemprega atinja os 20% na Madeira. “Estamos a atingir
um recorde da situação de desemprego, o que é intolerável. Estas
políticas estão a aumentar a taxa progressivamente", pois tanto o
programa de ajustamento financeiro da Região, como a proposta de
Orçamento do Estado "são propiciadores a uma acentuada recessão
económica", conclui Freitas.
Tolentino de Nóbrega18h35 Foi ateado um fogo numa rua próxima do Parlamento. As imagens televisivas mostram chamas muito próximas de carros estacionados.
18h18
A polícia desceu as escadas do Parlamento, numa carga sobre os
manifestantes. Havia agentes infiltrados na multidão, confirmou ao
PÚBLICO fonte policial. A polícia pretende ainda fazer detenções.
18h15
Cinco feridos, um dos quais foi hospitalizado é o balanço feito pela
PSP da manifestação frente ao parlamento. Foram destruídas duas caixas
ATM, ambas na zona Chiado.
Fabíola Maciel17h45
Alguns manifestantes sentaram-se nos degraus ao fundo da escadaria da
Assembleia da República, entre a multidão e o cordão policial, como que a
dizer que estão contra a violência. Enquanto isso, muitos continuam a
arremessar pedras na direcção dos polícias e não param de rebentar
petardos.
João Dias17h35 Vários manifestantes
tiram, uma a uma, as pedras da calçada de uma berma e atiram-nas ao
cordão policial montado ao fundo da escadaria da Assembleia da
República. Por acidente, um dos escudos da polícia passou para as mãos
dos manifestantes. Alguém escreveu "povo" com tinta de
spray no escudo, que foi depois devolvido à polícia.
João Dias17h30Um
corte de energia eléctrica está a afectar vários concelhos da Madeira,
incluindo o Funchal onde o "apagão" ocorreu entre 16h30 horas e as
17h15.
17h25 Começa a
haver alguma tensão entre os manifestantes. Se uns atiram com pedras,
garrafas e tudo o que têm à mão contra os polícias, outros estão contra a
violência e pedem-lhes que parem. Alguns dos objectos arremessados
fizeram ricochete nos escudos da polícia e acabaram por atingir alguns
manifestantes. Continuam a ouvir-se petardos.
João Dias17h15
A União dos Sindicatos da Madeira (USAM), afecta à CGTP, considera que a
adesão à greve geral está a corresponder às expectativas e que esta é a
maior paralisação de sempre no arquipélago. A USAM reuniu trabalhadores
e deputados da oposição para uma manifestação contra a austeridade, no
centro do Funchal. Entregaram uma moção na Quinta Vigia, residência
oficial do presidente do governo regional, onde os ânimos se exaltaram
com a chegada de elementos da BIR da PSP ao local, quando centenas de
manifestantes impediam a saída de dois colaboradores de Alberto João
Jardim
A moção acusa o Governo Regional, social-democrata, de
"passividade" e o Governo central, de coligação PSD/CDS-PP, de "total
subserviência" às "medidas impostas pela 'troika'". Diz ainda que a
proposta de Orçamento do Estado para 2013 "representa um colossal roubo
aos trabalhadores, aos reformados, aos pensionistas", sublinhando
existirem "alternativas para mudar esta situação".
Na
concentração, Álvaro Silva fez um balanço positivo da paralisação,
considerando que o protesto "vai ficar na História como a maior greve
geral realizada na região". Sem precisar números globais da adesão no
arquipélago, adiantou apenas ter havido serviços, da saúde à educação,
dos transportes à justiça, que asseguraram somente serviços mínimos.
Tolentino de Nóbrega17h14Os
trabalhadores dos portos afectos aos sindicatos da frente comum -
Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz - aderiram “a 100%” à greve
geral desta quarta-feira, garantiu ao PÚBLICO Vítor Dias, o presidente
do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes
Marítimos do Centro e Sul de Portugal.
Já os portos de Sines, Douro e Leixões estão a funcionar na normalidade, segundo a Lusa.
O
primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo estará pronto para
estabelecer serviços mínimos para o trabalho nos portos, caso não haja
acordo entre os sindicatos e operadores. Pedro Passos Coelho disse
ainda aos jornalistas, em Mafra, que julgava até que trabalhadores e
operadores dos portos tivessem chegado já a acordo.
Em resposta,
Vítor Dias afirma que “tudo isto é muito estranho”. Isto porque, afirma,
o acordo para os serviços mínimos que tinha sido atingido a 26 de
Outubro foi denunciado na terça-feira pelos operadores dos portos sem
ter sido “apresentada nenhuma proposta” aos sindicatos. “E, hoje, o
primeiro-ministro terá afirmado que até já havia acordo”, questionou
Vítor Dias, “com o povo na rua, sem que estivessem a haver
negociações?”. “Não consigo entender”, concluiu o sindicalista,
sublinhando que o Governo ainda não se mostrou disponível para negociar
directamente com os trabalhadores dos portos.
Contactados pelo
PÚBLICO, os operadores portuários que estiveram ontem presentes na
reunião com os trabalhadores e Direcção Geral do Emprego e das Relações
do Trabalho não se mostram disponíveis para prestar declarações.
Félix Ribeiro 17h08
Quem chegar agora a São Bento pode pensar que esta manifestação não foi
organizada pela CGTP. Já não se vêem faixas nem bandeiras da central
sindical. Permanecem manifestantes ligados aos movimentos de cidadãos e
outros sem ligação a qualquer tipo de movimento. As grades que separavam
o cordão policial dos manifestantes foram derrubadas e estão a ser
constantemente arremessadas garrafas e pedras contra a polícia.
João Dias17h02
As barreiras de segurança junto ao Parlamento foram deitadas ao chão
pelos manifestantes. A polícia formou um cordão de segurança para
impedir entradas na escadaria da Assembleia da República.
Fabíola Maciel16h57
Paulo Alexandre, do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, disse ao
PÚBLICO que a adesão à grave por parte dos trabalhadores do sector foi
de cerca de 20%. Sem conseguir apontar dados concretos, afirmou não ter
conhecimento de nenhum encerramento de balcões comerciais, embora na
Caixa Geral de Depósitos tenham havido cerca de 100 balcões fechados por
falta de funcionários. Quando questionado acerca da possibilidade de
muitos trabalhadores do BCP não terem aderido à greve por receio de
represálias (tendo em conta as 600 rescisões amigáveis em processo),
Paulo Alexandre admite “que todos os trabalhadores que estão naquela do
vai-não-vai se tenham retraído”, compreendendo o medo que os
trabalhadores possam sentir. Por outro lado, acredita também que possa
haver “outras instituições de crédito com um problema idêntico”. “A
insegurança do sector faz com que os trabalhadores se retraiam e tentem
proteger os seus postos de trabalho”, conclui.
André Jesus16h30O
discurso de Arménio Carlos terminou, ao som do hino nacional. Mas a
manifestação continua. A maioria das pessoas mantém-se à frente da
Assembleia da República, prontas para mais horas de protesto.
João Dias16h25
Os representantes das várias estruturas sindicais do distrito de Braga
afectas à CGTP discursam na Praça da República, naquela cidade, saudando
a "luta contra o roubo" dos trabalhadores. O protesto engrossou desde o
seu inicio, às 15h, mas ainda assim esta aquém da manifestação
anti-troika de Setembro e dos protestos dos indignados. Serão agora
cerca de 1500 pessoas que iniciam uma marcha de protesto pelas
principais ruas da cidade.
Samuel Silva16h20 Os
últimos manifestantes chegaram há poucos minutos à praça em frente à
Assembleia da República, quando Arménio Carlos estava a terminar o seu
discurso. Em conjunto, CGTP, estivadores, estudantes, maquinistas e
cidadãos anónimos agitam bandeiras. Durante a marcha, os estudantes do
ensino superior gritam "chega, basta de estudar à rasca" e "Eu tenho o
sonho de ser feliz em Portugal". Há pouco minutos, em uníssono, cantaram
o hino nacional.Fabíola Maciel
16h05 A discursar em
frente ao Parlamento, Arménio Carlos diz: "Fizemos uma grande greve
geral". Mas são poucos os que o ouvem com atenção. Enquanto o
secretário-geral da CGTP denuncia o aumento de impostos e os cortes no
Estado social, as atenções desviam-se para mais um petardo (já lhes
perdemos a conta) que rebenta ao pé do cordão policial. No seu discurso,
Arménio Carlos anuncia que a CGTP vai entregar a Cavaco Silva uma lista
de medidas previstas no Orçamento do Estado para 2013 que considera
inconstitucionais.
João Dias16h00 Em Lisboa, na
manifestação a caminho de São Bento, um estivador fez rebentar um
petardo ao pé de um carro e de um grupo de polícias. "Não rebentes isso
aqui, não sejas estúpido, calma, usa isso em São Bento", gritou-lhe um
dos manifestantes. Os estivadores não gostaram e juntou-se um grupo de
cinco que por pouco não chegou ao confronto com o estivador, que
conseguiu escapar a tempo. Apesar da tensão, o protesto é pacífico.
João Dias15h55
A administração do hospital de Braga não avança com números da adesão à
greve na unidade de saúde, mas os serviços estão aparentemente a
funcionar com normalidade, não havendo registos de consultas canceladas.
A reitoria da Universidade do Minho também não comenta as repercussões
do protesto nacional na instituição, mas pelo menos duas unidades de
alimentação e uma biblioteca estão fechadas por falta de pessoal.
A
União de Sindicatos de Braga continua a divulgar números da
participação dos trabalhadores no protesto, naquele distrito. A greve
teve 100% de participação nos transportes urbanos de Braga, e na recolha
do lixo em Guimarães, Braga e Barcelos. O atendimento ao público e a
casa da cultura no concelho de Fafe estão encerrados, bem como as
piscinas da rodovia de Braga, uma unidade de saúde familiar do centro de
saúde de Caranda (Braga). Estão também encerradas pelo menos 15 escolas
nos concelhos de Braga, Barcelos e Guimarães.
Samuel Silva15h50
A manifestação da CGTP com destino a São Bento, em Lisboa, arrancou
pelas 15h do Rossio revelando duas áreas bem distintas. À cabeça do
protesto seguia a comissão executiva da central sindical vestindo os
habituais coletes vermelhos e amarelos da organização.
O
secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, chegou pouco depois da
manifestação ter entrado na Rua do Carmo, empenhando juntamente com
outros dirigentes sindicais uma faixa onde se lia “Por um Portugal com
Futuro”.
Na cabeça da manifestação ouviam-se os habituais slogans da
CGTP: “O povo unido jamais será vencido” e “Com força aqui estamos pela
luta é que lá vamos”.
Uns metros mais abaixo, depois das faixas e
bandeiras da central sindical e dos seus sindicatos, seguia a segunda
parte da manifestação. Encabeçada pelos estivadores, este bloco
mostrava-se mais animado e ruidoso.
A juntar aos habituais petardos e bombos, estavam dezenas de estivadores que gritavam outras palavras de ordem contra o Governo.
Entre
a manifestação da CGTP e o restante bloco distavam cerca de 50 metros.
Atrás dos estivadores seguiam outros movimentos, como o dos “sem
emprego” .
O ambiente aqueceu na Praça Luís de Camões , depois de
alguns condutores terem tentado passar da Rua do Alecrim para a Rua da
Misericórdia enquanto a manifestação seguia para São Bento.
A
ausência de policiamento entre a Rua do Alecrim e o Largo do Chiado
levou a que alguns automobilistas tivessem tentado seguir em frente.
Os ânimos exaltaram-se e alguns carros foram pontapeados e esmurrados por alguns manifestantes.
Um automóvel arrancou mesmo bruscamente quase atropelando algumas pessoas.
Nuno Sá Lourenço15h26
A CGTP tinha convocado para as 15h00 uma concentração na praça da
República, em Braga, para assinalar a greve geral. Neste momento, estão
cerca de 500 pessoas no local que tem acolhido as últimas manifestações
contra a austeridade na cidade, empunhando bandeiras negras, de Portugal
e da CGTP.
Samuel Silva15h23 A adesão à greve na
Câmara Municipal de Guimarães ficou-se pelos 26,29%, segundo uma
informação enviada por escrito pelo vereador José Augusto Araújo.
Romana Borja-Santos15h17
Depois de 30 minutos de concentração no Rossio, a manifestação parte a
caminho de São Bento. “Se nos deixarem...”, comentam alguns dos
presentes, em alusão à actuação policial. Os estivadores, cerca de 50,
sobem agora a Rua Garrett e gritam palavras de ordem. “Passos, escuta,
és um filho da puta”, é das frases mais ouvidas. A carrinha pickup do
Movimento 15 de Outubro foi gentilmente cedida aos estivadores, com um
deles agora a empunhar o microfone. É o grupo mais barulhento da
manifestação, com vários petardos a ajudar.
João Dias14h42Manifestantes que se concentraram junto à embaixada de Espanha, em Lisboa, já estão a caminho do Rossio. Apoiantes do Movimento
Que se lixe a troika, Queremos as nossas vidas e estudantes do ensino superior desfilam na Avenida da Liberdade. E gritam: “A nossa luta é internacional.”
Fabíola Maciel14h35
A Comissão Executiva da CGTP realizou esta quarta-feira à tarde o
primeiro balanço da greve geral assumindo a “jornada de luta” em curso
como “uma das maiores greves gerais alguma vez realizadas em Portugal”. A
expressão foi utilizada pelo secretário-geral da intersindical, Arménio
Carlos, numa conferência de imprensa que serviu também para “saudar” os
trabalhadores e organizações que, não fazendo parte da CGTP, aderiram à
iniciativa.
Entre estes, Arménio Carlos identificou o sector
privado, onde assinalou uma “adesão muito significativa” à greve geral. A
CGTP assinalou adesões de 100% em empresas como a Europack de Leiria,
Estaleiros Navais de Viana do Castelo e na EDP de Sines.
Próximas
desses valores foram também identificadas empresas como a Lisnave (com
96%), a CaetanoBus de Vila Nova de Gaia e a Bosch de Braga.
Para
classificar a iniciativa como “uma greve geral de propostas” em vez de
uma greve geral “de protesto”, Arménio Carlos anunciou ainda a
apresentação de mais duas propostas para lá das já avançadas pela
inter-sindical. Uma sobre as funções sociais do Estado a ser revelada
através de audiências aos partidos e Governo e também um documento a
entregar ao Presidente da República sobre as “matérias
inconstitucionais” que a CGTP encontrou no Orçamento para 2013.
O
secretário-geral da CGTP aproveitou ainda para “responsabilizar
directamente” o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, pelas
“pressões e intimidações” feitas aos trabalhadores dos transportes.
Arménio Carlos denunciou o envio de “brigadas do corpo de intervenção
para junto das empresas de transportes” depois de lembrar que o que
estava em causa não era a ordem pública mas um conflito laboral.
“Um
conflito laboral exige que a polícia não se meta onde não é chamada”,
afirmou depois de acusar Macedo de colocar a polícia “ao serviço dos
patrões e dos empregadores”.
Nuno Sá Lourenço14h30
Na cauda da manifestação está um grupo de anarquistas seguido de perto
pela polícia de intervenção. Quando a frente do protesto já estava na
Rua da Prata e a cauda no Arco da Rua Augusta, uma carrinha parou e nas
suas traseiras terá sido detida uma das pessoas que se manifestava com
os libertários. O incidente gerou um coro de protestos entre os
manifestantes que prontamente começaram a gritar com a polícia e a
dirigirem-se para aquele local. Um senhor de cerca de 70 anos caiu ao
chão, mas não se percebeu bem em que circunstâncias. Há muita polícia de
choque e de intervenção a vigiar a manifestação e são lançados cada vez
mais petardos.
João Dias14h08 Na cauda do desfile
está um grupo de quase trinta libertários. "Nem Estado nem patrão,
auto-gestão", gritam, ao ritmo de tambores bem ensaiados. Pelo caminho,
alguns destes manifestantes com a cara tapada fazem explodir petardos. A
manifestação faz-se, ainda assim, pacificamente e com boa disposição.
João Dias14h06
Está uma marcha de dezenas de estudantes na avenida da Liberdade com
cartazes: “É preciso refundar este Governo”, “A troika ou a vida”,
“Ulrich, não aguento”, “Crato: és um bom aluno da austeridade”. Os
manifestantes descem a Avenida em direcção ao Rossio, para onde está
marcada a concentração da CGTP
Fabíola Maciel 14h03
A manifestação ds movimentos sociais, a que se juntaram os estivadores,
já saiu do Cais do Sodré em direcção ao Rossio. As palavras de ordem
mais ouvidas são: "Grécia, Itália, Espanha e Portugal, a vossa luta é
internacional".
João Dias14h01 Junto ao consulado
de Espanha, no cruzamento entre a avenida da Liberdade e a rua do
Salitre, estão já elementos do movimento Que se Lixe a Troika e alguns
cidadãos que decidiram juntar-se ao protesto. Os Precários Inflexíveis
ergueram um cartaz com o mote “Troika e Governo, rua”, enquanto o
movimento promotor da concentração levanta a faixa "Que se lixe a
troika, queremos as nossas vidas". Uma dezena de polícias garante a
segurança do local. Às 14h os manifestantes seguem para o Rossio, onde
se vão juntar ao protesto da CGTP. Na frente seguirão duas motas, um
carro e uma carrinha da PSP.
Fabíola Maciel13h55
Em declarações ao público, Raquel Freire do M12M, justifica a união dos
movimentos sociais aos sindicatos, que garante estar mais forte do que
nunca, "porque atingimos um ponto inédito, nunca fomos tão atacados e
tão explorados como estamos a ser agora". Para a activista, é essencial
os cidadãos, os movimentos sociais e os sindicatos estarem juntos. Caso
contrário, prevê Raquel Freire, "estaremos presos nesta democracia
autoritária ou podemos até atingir situações de ditadura, como na Itália
ou na Grécia, em que houve governos que não foram eleitos pelo povo".
Pedro Santos, também do M12M, sublinha que "esta é a primeira greve
geral a nível europeu" e refere a importância de os movimentos sociais e
sindicatos europeus trabalharem em conjunto. "Os alemães, os franceses,
etc., também devem arranjar novas formas de luta, porque por este
caminho, também eles vão começar a perder os seus direitos", refere o
activista.
João Dias13h45Arménio Carlos, líder da
CGTP, à porta do Liceu Gil Vicente, em Lisboa. O dirigente sindical
sublinhou por diversas vezes que há que pôr fim à “subserviência” em
relação ao FMI, à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu.
“Esta
é uma greve que mostra de forma inequívoca a insatisfação e a
indignação do povo português”, disse. Arménio Carlos afirma que está na
altura de o primeiro-ministro pedir desculpa ao povo português e
deixar-lhe a possibilidade de escolher o seu futuro. “Não vamos baixar
os braços e vamos continuar a apresentar propostas”, para mudar o rumo
de Portugal, afirmou ainda.
Naquela que o líder da CGTP considera
“uma das maiores greves gerais que já houve em Portugal”, vários
sectores estão paralisados por todo o país. Quando questionado acerca do
que os trabalhadores ganhariam com a adesão a esta greve, Arménio
Carlos foi peremptório: “dignidade”. O secretário-geral da CGTP realçou
que a greve de hoje é um “investimento” para a mudança do futuro e das
políticas em Portugal.
Por fim, o dirigente sindical afirmou que está
confiante no resultado desta greve: “É extremamente gratificante”. Sem
querer avançar números definitivos, disse apenas que os dados mostram
uma greve geral bem mais participada do que a de Março passado.
André Jesus13h32:
A hora de concentração no Cais do Sodré estava marcada para as 13h, mas
por enquanto só cá se encontram cerca de 35 manifestantes. Uma faixa do
movimento 15O diz "Fora!", com a cara de Passos Coelho do lado esquerdo
e de Paulo Portao lado dreito. Também está cá o Movimento Sem Emprego e
os Indignados Lisboa. Os estivadores, classe profissional que está numa
greve paralela à greve geral, também tardam a chegar para mais um dia
de protesto. Ontem juntaram-se no Parque das Nações numa manifestação
que culminou com conflitos com a polícia e dois detidos.
João Dias13h18
Aeroportos: o número de voos suprimidos esta quarta-feira subiu para
111, tendo sido realizadas até às 176 ligações aéreas até às 12h30. O
anterior balanço da ANA, relativo às 10h, dava conta do cancelamento de
90 voos. A empresa, que gere as infra-estruturas aeroportuárias
nacionais, prevê que haja mais de 200 supressões ao longo do dia, fruto
das medidas preventivas tomadas por parte das companhias de aviação, que
optaram por cancelar antecipadamente parte da operação. A TAP, por
exemplo, suprimiu 173 ligações de um total de 360, tendo 52% da operação
programada em funcionamento.
13h16
Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores
(Fenprof), diz, relativamente aos números de adesão dos professores à
greve geral, que ainda “não é possível dizer com precisão e isso é um
bom sinal. Significa que as escolas estão fechadas”. O dirigente da
Fenprof, que falava à porta do Liceu Gil Vicente, acrescentou ainda que a
adesão à greve, registada até ao momento, “duplica ou triplica os
números da passada greve de Março”. Mário Nogueira destaca ainda a
importância desta greve para a “sobrevivência da escola pública”.
André Jesus13h14
O sector dos transportes regista, como tem acontecido em greves
anteriores, uma elevada adesão à paralisação desta quarta-feira. De
acordo com informações veiculadas pela CGTP, são muitas as empresas em
que se regista uma mobilização de 100% dos trabalhadores, como é o caso
da REFER e da CP, na maioria das zonas do país. Há ainda outros casos,
como o da Transdev e das rodoviárias da Beira Litoral e do Tejo, em que
os índices de adesão superam os 90%. O mais baixo está a ser registado
na Carris, mas ainda assim não será inferior a 71%, segundo a CGTP.
Raquel Almeida Correia13h12
Os serviços consulares de Portugal em 16 países registam 100% de adesão
à greve, de acordo com informações veiculadas pela CGTP. É o caso dos
consulados na Alemanha, na Bélgica e nos Estados Unidos, por exemplo. O
secretário-geral adjunto do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das
Missões Diplomáticas justificou esta mobilização com a perda de
rendimentos dos trabalhadores. “Em certas circunstâncias, [sente-se a
austeridade] ainda mais do que em Portugal. Nós temos colegas que já
perderam 50% do seu vencimento, com o efeito conjugado das medidas do
Governo e da desvalorização do euro em relação aos países onde
trabalham”, afirmou José Campos à Lusa esta quarta-feira.
Raquel Almeida Correia13h00
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou esta quarta-feira de
manhã que o Governo esteja nervoso com a greve geral. E disse que “se
algum incidente aconteceu, terá sido justificado”. Pedro Passos Coelho
falava no final de uma visita à fábrica da Sicasal no concelho de Mafra,
cujas instalações foram recuperadas depois de um grande incêndio há um
ano.
Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro disse que o
Governo não tem qualquer nervosismo, nem “adoptará medidas musculadas”.
Porém, se algum incidente aconteceu, “não deixará de haver
esclarecimentos do Ministério da Administração Interna”.
Passos
Coelho disse não ter qualquer informação de detenções e desejou que todo
o dia de greve “decorra com normalidade”. “Não existe intenção de criar
tensões desnecessárias”, disse o chefe de Governo, realçando que “em
Portugal não é preciso esse tipo de situações”.
O primeiro-ministro disse ainda não ter os números de participação na greve e recusou entrar ”em guerras de números”.
Maria Lopes12h48 Nenhum autocarro da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto)
está circular nas ruas da cidade, mas, se não fossem os piquetes de greve, alguns motoristas estariam nesta altura a trabalhar normalmente.
Margarida Gomes12h32
O coordenador da União de Sindicatos de Braga, Joaquim Daniel, fala
numa adesão "histórica" à greve geral no distrito. Ainda sem números
fechados, faltando apurar os níveis de participação no protesto dos
funcionários das escolas e repartições publicas, o dirigente sindical
argumenta que há um aumento de participação generalizada em comparação
com as ultimas greves gerais. Os serviços de recolha de lixo de Braga e
Barcelos tiveram uma adesão de 100%, e nos serviços de agua de Braga,
80% dos trabalhadores não compareceram no seu posto hoje. Joaquim Daniel
dá ainda o exemplo do hospital privado de Guimarães, onde todos os
funcionários administrativos aderiram à greve, em solidariedade com os
motivos do protesto nacional, mas também devido aos salários em atraso
existentes nesta instituição. "O pressuposto da mobilização geral foi
esse mesmo: alertar as pessoas para os problemas do país, mas sempre com
uma atenção grande aos seus problemas particulares", sustenta o
coordenador da estrutura afecta 'a CGTP no distrito de Braga.
12h28
No Tribunal da Comarca de Loulé, "está tudo fechado, só está aberto o
Ministério Público e a Secção Central para situações de emergências”,
informa um segurança, na portaria, impedindo o acesso dos utentes ao
piso superior, mesmo quando notificados para comparecer em Tribunal.
Idálio RevezA
generalidade dos tribunais está a funcionar apenas com os serviços
mínimos estipulados pela Direcção-Geral da Administração da Justiça
(DGAJ). Segundo informações dos sindicatos, a adesão à greve andará
entre os 70% e os 80% e praticamente todas as secretarias judiciais
estão só com os dois oficiais de justiça, como indicado pela DGAJ. “Há
uma forte adesão à greve em todo o país, com uma única excepção para a
instalações do Campus da Justiça de Lisboa, onde há mais gente a
trabalhar”, disse ao PÚBLICO o presidente do Sindicato dos Oficiais de
Justiça, Carlos Almeida. Segundo este dirigente sindical, tal deve-se ao
facto de “ser ali que funciona a própria DGAJ e também por estar ali
concentrada grande parte dos serviços urgentes dos tribunais de Lisboa,
que têm que ser assegurados”.
Quanto ao resto do país, informou que
são vários os tribunais completamente encerrados, citando os casos dos
tribunais do trabalho e administrativos e fiscais de Faro e Viseu, bem
como o tribunal do trabalho de Vila Nova de Famalicão.
Por sua vez, o
Sindicato dos Funcionários Judiciais indica “a generalidade dos
tribunais do distrito judicial do Porto com adesões a rondar os 100%”,
situação que se repete em muitas comarcas do Alentejo e do Algarve.
Segundo o presidente do sindicato, Fernando Jorge, “pode dizer-se com
alguma segurança que a adesão andará entre 70% e 80%”. “Poderíamos
apontar até para os 90%, mas o melhor é dar números sobre os quais temos
absoluta segurança, uma vez que o sistema de recolha de informação é
artesanal, através da troca de telefonemas entre os colegas nos vários
tribunais”, disse ainda.
O sindicalista indicou também que é no
Campus da Justiça de Lisboa que se vê mais gente em funções, mas adianta
que naquele espaço trabalham cerca de mil pessoas. “Se estiverem a
trabalhar 100 ou 200 estamos a falar de adesões á greve de 80% ou 90%”,
esclarece.
Quanto aos serviços mínimos, um ofício-circular ontem
distribuído pelos tribunais estabelecia que “em cada secretaria, os
serviços mínimos são assegurados por dois oficiais de justiça”, número
que passa para o dobro nos caos dos tribunais de Instrução Criminal de
Lisboa e do Porto.
José Augusto Moreira12h12: Arménio Carlos, líder da CGTP, disse à rádio TSF que esta greve é a uma das "maiores já realizada em Portugal"
12h10
Os deputados da oposição regional abandonaram esta manhã o plenário da
Assembleia Legislativa da Madeira, em solidariedade com a greve geral. E
decidiram doar o valor correspondente a um dia de trabalho ao Movimento
do Apostolado da Criança (MAC). "Num momento em que os trabalhadores de
todo o país, e da Madeira em particular, protestam contra o contundente
ataque de que estão a ser alvo por parte do Governo PSD/CDS, no país, e
do Governo regional do PSD, na Madeira, os deputados dos partidos que
constituem o Pacto pela Democracia (PS, PTP, PCP, PND, PAN e MPT) não
poderiam deixar de se solidarizar com essa luta", justificam em
comunicado. "Os resultados da receita do PSD e do CDS, na Madeira e no
Continente, demonstram que o caminho seguido falhou categoricamente”,
referem em comunicado registando a "quase unanimidade em torno da ideia
de que é preciso mudar de caminho e de propostas". Os deputados
abandonaram o hemiciclo depois de verem rejeitada, pelas bancadas do PSD
e CDS/PP, a sua proposta de suspensão dos trabalhos em solidariedade
com a greve geral. A sessão plenária prosseguiu esta quarta-feira com a
presença dos deputados eleitos por estes dois partidos da coligação
nacional.
Tolentino Nóbrega11h56 A greve geral
desta quarta-feira encerrou muitas escolas e, pelo menos no Norte, está a
ter uma adesão superior à última paralisação.
Na zona de Lisboa e
Vale do Tejo são dezenas as escolas e agrupamentos encerrados esta
manhã. O Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL) está a fazer
uma actualização permanente na sua página de Internet. Às 11h20 havia
quase uma centena de escolas encerradas na área da SPGL. Manuel Grilo,
dirigente do SPGL, revela que há estabelecimentos de ensino, como a
secundária Camões, abertos mas sem aulas a decorrer porque a maioria dos
professores aderiram à greve nacional; e há outras encerradas por falta
de comparência do pessoal não docente – de recordar que as escolas não
abrem por falta de pessoal não docente mas o contrário não sucede.
Escolas
como a dos Olivais, Gil Vicente, Marquesa de Alorna ou Escola de Música
do Conservatório Nacional, todas em Lisboa, estão encerradas. Também
não abriram as suas portas a secundária de Cacilhas, Costa da Caparica,
Trafaria ou José Afonso, no Seixal. Na Amadora, em Loures e em Vila
Franca de Xira também há estabelecimentos encerrados. A greve chegou
também a algumas Instituições Particulares de Solidariedade Social como o
Externato Santa Joana, em Sesimbra, a Voz do Operário ou à Associação
de Actividades Sociais Bairro 2 de Maio, ambas em Lisboa.
O
Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, ainda não fez as
suas contas mas a dirigente Manuela Mendonça calcula que “a resposta
seja superior à da última greve”. Por exemplo, em Gaia, revela o
professor João Paulo Silva, as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos de
Canidelo, Valadares e Gervide estão encerradas, assim como a EB2, 3 e S
de Canelas. As outras estão abertas mas verifica-se que há menos carros
estacionados e muitos alunos a brincar nos pátios, o que quer dizer que
haverá pessoal docente e não docente em greve, informa.
Uma hora
de diferença do continente faz com que no arquipélago dos Açores o
Sindicato dos Professores da Região dos Açores ainda não tenha feita a
contabilidade do número de escolas encerradas. Contudo, Fernando
Vicente, sindicalista na ilha Terceira, sabe que em Angra do Heroísmo a
EB1 e as secundárias de Tomás de Borba e Jerónimo Emiliano de Andrade (o
antigo liceu da cidade) não abriram as portas. Em São Miguel, as
secundárias de Ribeira Grande e de Lagoa também permaneceram fechadas. E
a Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, está encerrada.
No
arquipélago da Madeira, Sofia Canha, presidente do Sindicato dos
Professores da Região da Madeira fala numa adesão de 25% à greve.
“Poucas escolas encerraram, algumas estão abertas com os serviços a
funcionar mas sem professores”. A adesão “não é a desejável”, confessa a
dirigente. “O ideal era que os professores tomassem uma posição mais
forte. Os professores não estão resignados mas devido a situações de
alguma complexidade financeira das famílias, não aderiram”, explica
Sofia Canha.
Ao Sindicato dos Professores da Zona Sul continuam a
chegar informações de Beja, Évora e Faro. Dezenas de escolas do 1.º
ciclo ao secundário encerraram por falta de funcionários docentes e não
docentes, informa Joaquim Páscoa, presidente do sindicato. Também a
Universidade de Évora tem alguns sectores fechados, acrescenta. “Os
dados ainda não são definitivos mas temos tido uma boa resposta por
parte dos professores. Seria preferível uma adesão de 100%”, conclui.
Bárbara Wong11h54
Foram cancelados 90 voos nos aeroportos nacionais até às 10h, fruto das
medidas preventivas tomadas pelas companhias de aviação, que optaram
por suprimir antecipadamente algumas das ligações aéreas programadas
para hoje. A ANA, que gere as infra-estruturas aeroportuárias, referiu
em comunicado que, da operação realizada até essa hora, apenas um voo
saiu com atraso. As maiores supressões foram registadas no aeroporto de
Lisboa, tendo sido operados 86 voos e cancelados outros 66 até às 10h.
No aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, houve 35 ligações e foram
suprimidas 21. Em Faro, foram realizados 13 voos e cancelados dois até
àquela hora. A ANA prevê que, ao longo do dia de hoje, perto de 200
ligações aéreas sejam suprimidas fruto da greve convocada pela CGTP. Uma
parte substancial dos cancelamentos será da responsabilidade da TAP,
que está a operar a 52%, tendo optado por cancelar 173 voos.
Raquel Almeida Correia 11h54
Os dados da CGTP citados pela Lusa indicam que a adesão dos enfermeiros
à greve geral nos hospitais do país variava esta manhã entre os 57 e
100%. Vários serviços de urgência registaram uma paralisação total de
enfermeiros e de pessoal auxiliar. Segundo a CGTP, que aponta dados
recolhidos às 7h00, registou-se uma adesão total à greve geral dos
enfermeiros nos hospitais do Fundão, Lamego, Tondela, Peniche, D.
Estefânia, Peso da Régua, Torres Novas e Montijo. Já no Hospital da
Covilhã, o pessoal auxiliar das urgências também não compareceu ao
trabalho, registando-se igualmente uma adesão de 100% no serviço de
urgência do Centro Hospitalar dos Covões e na Maternidade Daniel de
Matos, ambos em Coimbra.
Romana Borja-Santos 11h52
Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de
Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, informou o
PÚBLICO que os trabalhadores das empresas Gertal e Itau SA aderiram à
greve geral na ordem dos 100%. Exemplos são diversas cantinas
hospitalares e de escolas básicas do Norte do país que têm comprometida a
distribuição de refeições: cantina Escola Manoel Oliveira e da Escola
Infante D. Henrique, no Porto; cantina da Escola Secundária Perafita e
da Escola EB 2,3 Cruz de Pau, em Matosinhos; cantina da Escola EB 2,3
António Sérgio, em Vila Nova de Gaia; cantina da Escola EB 2,3 de Airães
e da Escola EB 2,3 de Idães, em Felgueiras. A empresa Such,
responsável pelo serviço de refeições à cantina do Hospital de São João,
no Porto, regista uma adesão à greve de 92% com 125 trabalhadores
ausentes.
Rita Brandão Guerra 11h49 Só circularam
59 comboios da CP até às 10h, quando estavam previstos 80 ao abrigo dos
serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral do Conselho
Económico e Social. Num dia normal, a empresa teriam efectuado 452
ligações até essa hora, o que significa que a CP só teve 13% da operação
em funcionamento. As maiores supressões ocorreram na rede de comboios
urbanos do Porto, onde só circularam cinco comboios (os serviços mínimos
previam que se realizassem 19).
Raquel Almeida Correia11h37
O porto de Sines está a funcionar a 100%, de acordo com um comunicado
enviado pela administração da infra-estrutura. Nenhum dos terminais e
serviços está a ser afectado pela greve de hoje.Raquel Almeida Correia
11h25
A GNR explicou, à Antena 1, que foi chamada à estação de comboios de
Pampilhosa do Botão, no concelho da Mealhada, para resolver incidentes
entre o piquete de greve e colegas que queriam trabalhar. Segundo o
major Manuel Afonso, houve uma “tentativa de agressão” de um dos
presentes que “tentou puxar da arma” de um dos militares da GNR,
enquanto outro grevista tentava agredir o mesmo agente. A mesma fonte
garantiu que não tem notícia de feridos. Uma versão diferente da
avançada por António Moreira, da União dos Sindicatos de Coimbra, que
acusou as forças de segurança de “extrema violência” e de terem feito um
ferido que teve de receber tratamento hospitalar. A CGTP já foi
informada do incidente.
Romana Borja-Santos 11h22
Boa participação dos sectores público e privado no litoral alentejano.
Egídio Fernandes da União de Sindicatos de Sines apresentou dados
parciais da greve geral na zona industrial de Sines referindo que a EDP,
Euroresinas e REN paralisaram a 100 por cento. Os trabalhadores da
Petrogal e do porto de Sines não aderiram à paralisação, adianta Egídio
Fernandes. No caso desta última empresa, a sua administração confirma
que em “todos Terminais e serviços do Porto de Sines se encontram a
funcionar a 100 por cento”.
Nos transportes públicos a paralisação
ronda os 80 por cento, com excepção da Rodoviária do Alentejo que não
aderiu. Edígio Fernandes explica que os seus trabalhadores “foram
pressionados pela empresa” a não aderirem à greve.
Nas câmaras,
escolas e serviços de Finanças do litoral alentejano (Grândola, Alcácer
do Sal, Santiago do Cacém, Sines e Odemira) a paralisação atinge os 80
por cento.
Carlos Dias 11h16 Vários elementos
do movimento "Que se lixe a troika!" estão em Lisboa a distribuir
cartazes e apelar à greve geral. O mote deste movimento para hoje é:
"Façam greve: é por nós e por vocês". Na zona entre o Saldanha e o Campo
Pequeno está um grupo de 10 elementos a entrar, de megafone em punho,
em várias lojas, e em particular em bancos. Pedem às pessoas para irem
a
manifestação da CGTP que está marcada para hoje à tarde, às 14h30, no
Rossio. Segundo Nuno Ramos de Almeida, jornalista e um dos activistas do
movimento "Que se lixe a troika!", "esta não é uma forma de luta fácil,
porque as pessoas perdem um dia de trabalho. Ainda assim, é muito
importante dar um sinal forte de descontentamento, porque ficámos quieto
e entaload, e o governo faz o que lhe apetece".
Fabíola Maciel 11h10
Em comunicado enviado ao PÚBLICO, a administração do Porto de Sines
avançou que todos os Terminais e serviços do Porto de Sines "se
encontram a funcionar a 100% não estando a ser afectados pela greve
geral convocada para hoje, dia 14 de Novembro, por algumas estruturas
sindicais".
11h07 Na zona de Lisboa e Vale do Tejo
são dezenas as escolas e agrupamentos encerrados esta manhã. O Sindicato
dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), está a fazer uma actualização
permanente na
sua página de Internet.
Manuel Grilo, dirigente do SPGL, revela que há estabelecimentos de
ensino, como a secundária Camões, abertos mas sem aulas a decorrer
porque a maioria dos professores aderiram à greve nacional; e outras
encerradas por falta de comparência do pessoal não docente – de recordar
que as escolas não abrem por falta de pessoal não docente mas o
contrário não sucede.
Escolas como a dos Olivais, Gil Vicente,
Marquesa de Alorna ou Escola de Música do Conservatório Nacional, todas
em Lisboa, estão encerradas. Também não abriram as suas portas a
secundária de Cacilhas, Costa da Caparica, Trafaria ou José Afonso, no
Seixal. Na Amadora, em Loures e em Vila Franca de Xira também há
estabelecimentos encerrados. A greve chegou também a algumas
Instituições Particulares de Solidariedade Social como o Externato Santa
Joana, em Sesimbra, a Voz do Operário ou à Associação de Actividades
Sociais Bairro 2 de Maio, ambas em Lisboa.
Bárbara Wong 10h58
Setúbal: Os balcões de atendimento das Finanças e da Caixa Geral de
Depósitos da Loja do Cidadão de Setúbal estiveram encerrados durante a
manhã, devido à greve geral. No balcão da Caixa um aviso convidava o
utente a deslocar-se à agência de São Sebastião, onde o PÚBLICO
verificou que tudo está a decorrer com normalidade. De resto, parecem
ter sido os utentes a fazer "greve" aos serviços, tão pouca é a
afluência à Loja neste momento e tão pouca é também a azáfama. Logo na
abertura, a fila era pequena, mais do que o habitual, mas normal face à
greve, garante a gestão da loja. Um dia paradísiaco para pagar contas ou
tirar o Cartão de Cidadão. E, com a mudança de turno, os balcões
encerrados poderão até mesmo reabrir, mas a gestão da loja evita
promessas. Já o balcão da Segurança Social, a funcionar nos mínimos,
poderá encerrar, caso os trabalhadores do turno da tarde não compareçam.
Tudo depende dos grevistas.
Ricardo Vilhena 10h54
Na Loja do Cidadão, em Faro, todos os serviços estão encerrados, à
excepção do balcão dos registos - predial e comercial. Das mais de duas
dezenas de funcionários, só estão a trabalhar duas colaboradoras, no
mesmo serviço – balcão de registos. Tirar o cartão de cidadão, renovar a
cartão de condução ou pagar a água e luz, são hoje tarefas impossíveis
de realizar neste local.
Idálio Revez 10h52 O
Sindicato dos Professores do Norte, afecto à Fenprof, ainda não fez as
suas contas mas a dirigente Manuela Mendonça calcula que “a resposta
seja superior à da última greve”. Por exemplo, em Gaia, revela o
professor João Paulo Silva, as escolas básicas de 2.º e 3.º ciclos de
Canidelo, Valadares e Gervide estão encerradas, assim como a EB2, 3 e S
de Canelas. As outras estão abertas mas verifica-se que há menos carros
estacionados e muitos alunos a brincar nos pátios, o que quer dizer que
haverá pessoal docente e não docente em greve, informa.
Bárbara Wong 10h49
Bancada parlamentar do Bloco de Esquerda ausente: enquanto fala o
secretário de Estado Xavier Barreto, a bancada parlamentar do BE está
vazia. Segundo confirmou ao PÚBLICO fonte do Bloco de Esquerda, os
deputados do partido coordenado por João Semedo e Catarina Martins
juntaram-se à greve convocada pela CGTP.
10h36 Viseu:
Segundo a contabilidade da CGTP-IN, nos hospitais de Tondela, Lamego e
Viseu, apenas os enfermeiros e auxiliares aderiram à greve. No Hospital
de Tondela a adesão foi de 100%. Em Lamego, no turno da noite, a adesão
dos enfermeiros foi total. Em Viseu, a adesão dos enfermeiros e dos
auxiliares foi de 80% no turno da noite.
A recolha do lixo e a
varredura mecânica da autarquia viseense não terá sido realizada uma vez
que 100% dos funcionários aderiram à greve.
Quanto às escolas, as do
1.º ciclo estão encerradas as de Couto de Cima, Tondelinha, Paradinha,
Portela e de Vil de Soito. Também a secundária de Viriato está fechada,
bem como as básicas de 2.º e 3.º ciclos de Penedono e Caramulo
(Tondela); na de Cinfães a adesão é de 82%. O Centro Escolar de Mortágua
está encerrado e no de Penedono metade dos funcionários aderiram à
greve.
No que diz respeito aos tribunais, no Administrativo e no de
Trabalho a adesão é de 100%. No Tribunal Judicial de Viseu a adesão foi
de 80%.
Na Rodoviária da Beira Litoral, em Viseu, nove em cada dez trabalhadores aderiu à greve convocada.
Bárbara Wong 10h24 Braga:
"Suprimido". A palavra aparece à frente de quase todos as ligações
ferroviárias previstas no quadro electrónico da estação de
caminho-de-ferro de Braga. Desde o início da manha, apenas um comboio
suburbano saiu da cidade em direcção ao Porto e não está previsto mais
nenhum até meio da tarde.
Samuel Silva 10h15
Região Autónoma da Madeira: Na Assembleia Legislativa da Madeira, o
grupo parlamentar do PS-M que pedia a suspensão dos trabalhos plenários
em solidariedade com a greve geral. O requerimento foi chumbado, com a
maioria dos votos contra do PSD-M e do CDS/PP-M. A favor votaram o PS-M,
PTP-M, PCP-M, MPT-M, PND-M e PAN-M. Segundo a agência Lusa, o deputado
do PSD-M Trancada Gomes classificou a proposta dos socialistas
madeirenses como "lastimável".
10h01 Ainda no sector da
saúde, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM)
explicou ao PÚBLICO que não estão a fazer qualquer recolha de dados
visto que não aderiram à greve. “O SIM nunca aderiu a uma greve
convocada pela CGTP”, explicou Jorge Roque da Cunha. O médico
justificou, ainda, que a classe não tem um historial de greves e que
perante o acordo recentemente assinado entre os sindicatos do sector e o
Ministério da Saúde “não faria qualquer sentido” juntarem-se aos
protestos de hoje, até porque a maioria das preocupações dos clínicos
foram atendidas no documento subscrito. O número de utentes na lista dos
médicos de família, o número de horas de trabalho semanal, o tempo
dedicado aos serviços de urgência e a remuneração de entrada na carreira
foram os principais dossiers que estiveram em cima da mesa numa dura
negociação que demorou meses e que ficou marcada por uma greve de
médicos considerada histórica.
Romana Borja-Santos 10h00
Porto: O metropolitano do Porto cricula apenas com os serviços mínimos e
nas linhas Senhroa da Hora/Dragão e Hospital de S. João/Santo Ovídeo,
em Gaia, segundo declarações do dirigente sindical Orlando Monteiro à
Lusa. “Entre os associados do nosso sindicato a adesão é de 100%, depois
há uns seis ou sete motoristas que não aderiram”, acrescentou Orlando
Monteiro.
Num comunicado enviado à Lusa, a União dos Sindicatos do
Porto refere também que não há metro na Póvoa, Vila do Conde, Maia,
Gondomar e centro de Matosinhos. Na mesma nota de imprensa, a USP dá
também conta da “adesão histórica” registada na Sociedade de Transportes
Coletivos do Porto, com 100 por cento de adesão.
A Lusa tentou obter dados junto da administração da Metro e STCP que, até ao momento, não esteve disponível.
9h57
Faro: O chefe da estação da CP em Faro encerrou o gabinete, a
bilheteira não funciona. Nos comboios só se cumpre os serviços mínimos, o
que significa que chegou à capital algarvia o comboio das 8h37, vindo
de Lagos.
No aeroporto de Faro o movimento de passageiros
processa-se normalmente. Os únicos voos cancelados foram os da TAP, a
partida para Lisboa às 6h05 e às 11h05. Os transportes rodoviários estão
circular normalmente pela cidade.
No Hospital de Faro, parque de automóveis cheio, funcionários em fila para picar o ponto. Ambiente tranquilo.
Na
cidade de Loulé não houve recolha de lixo. A lei dos compromissos, que
obrigou ao corte de horas extraordinárias aos funcionários, tem vindo a
provocar um grande descontentamento neste sector.
Idálio Revez 9h54
A sessão de hoje do julgamento do processo Face Oculta não se vai
realizar por causa da greve nacional. O anúncio acaba de ser feito pelo
juiz presidente do colectivo, Raul Cordeiro, no Tribunal de Aveiro, onde
decorre o julgamento. No espaço de um ano - o Face Oculta começou a ser
julgado a 8 de Novembro de 2011 -, esta é já a terceira greve geral que
motiva a não realização das sessões.
Entretanto, para logo à tarde,
está prevista uma concentração de oficiais de justiça da Comarca do
Baixo Vouga. A acção de protesto acontece às 14 horas, na Praça Marquês
de Pombal, junto ao Tribunal de Aveiro.
Maria José Santana 9h48
O Tribunal de Setúbal está a funcionar normalmente, apesar de alguns
trabalhadores terem feito greve. Para hoje, às 13h30 está prevista a
leitura da sentença de um acórdão de um caso mediático ligado a um gang,
composto por seis homens e duas mulheres, que recorreu ao método de
explosão para praticar assaltos a caixas multibanco, em Setúbal, no ano
passado. Os assaltos causaram danos avultados, no valor de vários
milhares de euros, numa papelaria, num restaurante, numa mini-mercearia e
numa caixa do IPS. "O grupo em causa, composto por indivíduos com
antecedentes criminais, actuava com grande rapidez e de forma
particularmente violenta, procedendo ao assalto em locais previamente
controlados e vigiados", referiu a PJ, em comunicado, há um ano, aquando
da detenção do gang.
Ricardo Vilhena 9h42 Porto:
“Nos serviços urbanos do Porto estavam previstos 14 nos serviços
mínimos, 10 foram suprimidos, 11 por atuação de piquetes de greve e um
por falta de um trabalhador. No serviço regional, três foram suprimidos,
um devido a atuação do piquete de greve e dois devido à falta de
pessoal”, disse à Lusa a porta-voz da CP, Ana Portela.
9h40
Serviços mínimos da CP: A porta-voz da CP avançou à Lusa que, até às
8h00, das 55 prestações de serviços mínimos previstas, foram realizadas
40.
9h38 Distrito de Setúbal: Comboios da linha do Sado
sem serviços mínimos. Os travões dos comboios foram cortados ontem à
noite na estação do Barreiro, impossibilitando a circuação. Em
declarações à Lusa, a porta-voz da CP, Ana Portela, adiantou que
"estamos a falar de vandalismo ao nível do equipamento dos comboios", e
explicou que "há uma mangueira que alimenta os travões dos comboios
eestas foram cortadas durante a noite". A porta-voz da empresa avançou
que as avarias estão a ser reparadas e que a situação está a ser
averiguada.
9h32 Na A5, sentido Cascais-Lisboa, o
trânsito circula bem para esta hora da manhã, quase sem filas, ao
contrário do caos na última greve nos transportes, que se estendeu até
ao meio da manhã. A fila na A5 começa apenas em Monsanto.
Ricardo Garcia 9h30 Braga:
Face à ausência de transportes públicos, o trânsito esta
particularmente intenso nos principais acessos à cidade. No centro da
cidade, a Greve Geral afecta sobretudo os serviços públicos. Os serviços
da Câmara Municipal de Braga estão abertos, ainda que vários
funcionários tenham aderido ao protesto. À porta das principais escolas
da cidade, há dezenas de alunos reunidos pelo facto de não terem aulas.
Já a Loja do Cidadão está a funcionar praticamente em pleno.
Samuel Silva 9h23 Do
lado dos enfermeiros, os primeiros dados de adesão à greve relativos ao
turno da noite situaram-se acima dos 70%, segundo avançou ao PÚBLICO a
dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Guadalupe Simões. A
sindicalista informou que há alguns hospitais com uma adesão de 100%,
como é o caso de Montijo, Peniche, Régua, Lamego e Fundão. Já o Hospital
do Litoral Alentejano tem 95% dos enfermeiros parados, seguindo-se os
IPO de Coimbra e Porto, ambos com 93,3%, o Hospital Sobral Cid (91,7%), o
Hospital de Santa Cruz (90,3%) e a Maternidade Alfredo da Costa (90%).
Para
Guadalupe Simões estes dados mostram que “os enfermeiros estão a aderir
e a ter uma excelente resposta" a esta greve geral na qual, recorda, a
classe também se manifesta contra alguns dos problemas relacionados com o
Orçamento do Estado para 2013, nomeadamente as regras relacionadas com
as aposentações, as carreiras de enfermagem e as remunerações.
Romana Borja-Santos9h15
Porto: Regista-se uma adesão total entre os motoristas da Sociedade de
Transportes Colectivos do Porto (STCP), segundo declarações à agência
Lusa do dirigente do Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM), Jorge
Costa. "Não sei o que vai acontecer a partir de agora, porque a polícia
está a tentar demover o piquete para que se cumpram os serviços mínimos,
mas, até ao momento, não houve nenhum problema entre a polícia e o
piquete", disse o sindicalista. Segundo o mesmo, "nem os serviços
mínimos estão a ser cumpridos".
9h10 O líder da CGTP,
Arménio Carlos, classifica como “um exemplo de brutalidade” a presença
de polícias e de forças especiais, como a polícia de choque, junto de
piquetes da greve que está a decorrer nesta quarta-feira. Referindo-se
aos casos de que teve conhecimento, o dirigente disse ao PÚBLICO que a
culpa é do “nervosismo do Governo”.
“Esta pressão reflecte o clima de
preocupação do Governo, que sabe que perdeu até a sua base de apoio
eleitoral. Mesmo as pessoas que votaram PSD e CDS estão zangadas,
revoltadas, e a utilização de forças de segurança, que deveriam estar a
combater o crime, para intimidar os trabalhadores e os sindicatos é uma
atitude inadmissível e um exemplo de brutalidade”, diz Arménio Carlos.
Um
homem que estava no piquete de greve dos autocarros da Carris, na
estação da Musgueira, em Lisboa, foi detido por tentar agredir um agente
da polícia, segundo a Lusa. O homem foi detido por “resistência e
tentativa de agressão a um agente da autoridade”, disse o comissário
Santos, da PSP.
Arménio Carlos falava junto à empresa Visteon, em
Palmela, por telemóvel, após a visita à Lisnave, que estava “totalmente
parada”, segundo descreve. Em seguida iria para o Instituto Politécnico
de Setúbal, mas antes destacou que esta paralisação está a ter “uma
enorme adesão, tanto no sector público como no sector privado”. “Os
trabalhadores do sector privado já perceberam que temos de investir hoje
para manter aquilo que temos face à enorme redução de direitos que nos
querem impor”, salienta. Por isso, esta greve é uma “mensagem clara” ao
Governo, que “mentiu quando disse, na tomada de posse, que desta vez os
sacrifícios valeriam a pena”.
“É uma mensagem contra a austeridade”
porque “um ano e meio depois, em vez de melhorar, o país está pior, os
trabalhadores estão a ser esmagados”, prossegue, recordando as previsões
pessimistas que na terça-feira foram divulgadas pelo Banco de Portugal e
que apontam para uma recessão mais grave do que a esperada pelo Governo
em 2013.
Victor Ferreira9h10 João Lopes, do
Sindicato dos Trabalhadores do grupo CGD, adianta que as agências de
Castro Marim, Vouzela e Algueirão Mem Martins estão encerradas.
Recusando entrar numa “guerra de números” com a administração da
empresa, o sindicalista diz ao PÚBLICO que “a greve está a assumir-se
plenamente nas agências do Portugal profundo, mas que ainda é cedo para
dados mais concretos”. “A CGD hoje vai parar. Era bom que o resto da
banca também evidenciasse adesão à greve, mas é evidente que temos
razões acrescidas face a outros trabalhadores da banca. Nós não vamos
ter subsídio de Natal”, diz João Lopes.
Rita Brandão Guerra 9h07
Aveiro: Os autocarros da empresa municipal de mobilidade de Aveiro não
saíram hoje para as ruas. A adesão a greve neste serviço de transportes
atinge os 100 por cento. Os únicos e poucos autocarros que estão a
circular na cidade são os dos operadores privados, que cumprem carreiras
oriundas de outros pontos. Na estação da CP, vive-se uma calma atípica.
As bilheteiras estao fechadas e nos ecrãs são várias as referências a
comboios suprimidos.
Maria José Santana 8h52
Braga: O primeiro reflexo da Greve Geral na cidade é o facto de não
circularem autocarros dos Transportes Urbanos de Braga. Também por isso,
Braga é, às primeiras horas da manha, uma cidade a meio gás face ao
habitual.
Samuel Silva 8h36 A manhã na
Pampilhosa ficou marcada pelos tumultos entre as forças de segurança e
os piquetes de greve que estavam na estação de comboios desta freguesia
do concelho da Mealhada, avança a
Antena 1. Um dos elementos do
piquete ferido por um militar da GNR teve de receber tratamento
hospitalar e a União dos Sindicatos de Coimbra admite apresentar queixa
pela “extrema violência”, informou o sindicalista António Moreira. A
CGTP já foi informada do incidente.
Romana Borja-Santos 8h32
Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, disse aos jornalistas
presentes à porta da Lisnave que o balanço actual era bastante positivo,
com os “transportes parados a nível nacional” e uma “grande adesão nos
hospitais”. A adesão do sector privado merece também o destaque de
Arménio Carlos, que avança com uma forte mobilização dos
trabalhadores.“A esta hora, esta é uma das maiores lutas que nós
travámos”, disse.
Para o secretário-geral da CGTP, esta greve ganha
maior importância com as greves marcadas na Grécia, Espanha e Itália, e
com os protestos marcados na Bélgica e França.
“Ainda é muito cedo
para estar já a adiantar números", diz Arménio Carlos, realçando que o
importante é a forte mobilização que já se faz sentir em todo o país.
Porém, “quando as coisas começam bem, devem acabar bem”, disse o líder
da CGTP.
Questionado acerca da possibilidade de vários trabalhadores
não aderirem à greve com medo de represálias, Arménio Carlos foi
peremptório ao afirmar que “os trabalhadores só se devem orgulhar e
participar na greve”.Em relação ao incidente registado em Coimbra entre
um grevista e as forças de segurança, Arménio Carlos disse que “as
forças de segurança têm mais que fazer do que se meter no que não são
chamados”, pedindo que as mesmas regressem aos quartéis e esquadras e
que deixem os sindicatos fazer o seu trabalho.
António Pardal,
dirigente sindical e membro da Comissão de Trabalhadores da Lisnave,
avançou ao PÚBLICO que, actualmente, a produção está “completamente
parada” e que a empresa regista uma adesão à greve de cerca de 96%.
Cerca de 80 trabalhadores encontravam-se à porta da empresa, sendo que
mais de metade eram empreiteiros precários de origem maioritariamente
africana e romena, que reclamavam a entrada nas instalações da empresa.
André Jesus 8h25
Na aviação, a operação da companhia aérea portuguesa TAP está a
decorrer “conforme o previsto”, disse fonte da empresa ao PÚBLICO neste
início de manhã. A empresa previa o cancelamento de 173 voos nesta
quarta-feira e, para já, não faz publicamente nenhum balanço do impacto
da greve. Os primeiros números oficiais da TAP deverão ser apresentados
por volta das 12h. A mesma fonte frisa que foram postas em marcha
“medidas preventivas” para minimizar os efeitos da paralisação sobre a
vida dos passageiros que tinham reservas para os voos cancelados. Essas
medidas passaram por “oferecer alternativas em voos noutras horas ou
datas”.
Victor Ferreira 7h52 Os dados da CGTP às
7h dão nota de serviços de enfermagem com adesão à greve na ordem dos
100% em vários hospitais do país: Hospital do Fundão, Hospital de
Peniche, Hospital Dona Estefânia, em lisboa, ou Hospital de Torres
Novas. Várias serviços municipais de recolha de lixo paralisaram em
absoluto esta noite. Os dados do início da manhã disponibilizados pela
central sindical indicam também que as principais empresas de
transportes públicos não estão a funcionar: TAP (90%), CP Cais Sodré e
Rossio (100%), Transtejo (100%), Aeroporto Francisco Sá Carneiro no
Porto (100%), CP Porto (100%).
Rita Brandão Guerra7h59
Em Vale de Mulatas, Setúbal, a fábrica da Pastelaria Vitória laborou
durante toda a noite. "Temos de trabalhar para comer", justifica Isidro
Teixeira, gerente da casa que fornece cerca de 300 cafés e outros
estabelecimentos em Setúbal, Palmela e Pinhal Novo. "Não recebemos
encomendas das escolas, ", lamenta denunciando que a greve tenciona
atacar o ensino. Na fábrica da Pastelaria Vitó, , ria, venderam-se bolos
quentes durante toda a madrugada. Até a polícia acorreu. Em emergência
calórica, claro está. Merkel já regressou à Alemanha. Mas Berlim
continua presente na vida dos setubalenses. Em formato de bolas.
Ricardo Vilhena 7h55
A Atlantic Ferries tem os ferries "Rola do Mar" e "Pato Real"
paralisados. Os navios, que costumam transportar carros entre as duas
margens do rio Sado, estão atracados em Setúbal. No que aos passageiros
diz respeito, o Público testemunhou a primeira de seis travessias de
cat, amaran de serviços mínimos que a empresa tenciona realizar, à 1h.
Está prevista ida para Tróia às 8h15 e 18h e travessia inversa para as
8h40 e 18h30.
Ricardo Vilhena7h40 Os primeiros
dados da CGTP sobre esta paralisação, relativos às 2h desta madrugada de
quarta-feira, levam o secretário-geral da central sindical, Arménio
Carlos, a declarar que o arranque do protesto foi muito positivo. Dados
enviados pela central para a imprensa indicam que, àquela hora, a
paralisação era total na SESIBAL - Portos de Setubal e Sesimbra - Frota
do Cerco, Câmara de Li, sboa (Bombeiros Sapadores Chelas e recolha do
lixo Olivais, com 98% de adesão), no Hospital da Covilhã, CP-Coimbra,
Câmara de Évora (recolha do lixo), Câmara de Loulé (recolha do lixo),
Lota de Olhão, ILMA - empresa de lacticínios no Funchal, Câmara do
Funchal (limpeza urbana), Europack (Leiria), Câmara da Amadora (recolha
do lixo), CP-Lisboa (Cais do Sodré, Rossio, e Santa Apolónia), Câmara de
Alter do Chão (recolha do lixo), Câmara de Castelo de Vide (recolha do
lixo), Câmara de Nisa (recolha do lixo), Hospital de São João Porto
(enfermeiros), CP Porto, Câmara de Almada (recolha noctura), CP
Barreiro, SMAS Loures (recolha do lixo), Câmara da Moita, do Seixal, de
Setúbal e Câmara de Palmela (recolhas de lixo), CP Poceirão (CP Carga),
Refer Praias do Sado, Hospital de Lamego (Enfermeiros, turno da noite) e
Hospital de Tondela (Enfermeiros).
Victor Ferreira7h36
Os profissionais do Teatro do Elefante, em Setúbal, estão em greve.
Este grupo, que se tem destacado pelas actividades para bebés e
crianças, não tinha nenhum espectáculo previsto para hoje, mas está
"solidário na luta com os restantes trabalhadores portugueses". Em
mensagem publicada no Facebook, Fernando Casaca, director artístico do
Teatro do Elefante, teme que a austeridade "ameace de morte a actividade
cultural".
Ricardo Vilhena7h14 Em Setúbal há
mobilização para a greve. Mas também há quem vá trabalhar para perder o
medo de ficar sem trabalho. Na estação de comboios de Setúbal, junto à
Praça do Brasil, há painéis de azulejos de que ilustram a "Dor" e a
"Revolta". Há também uma placa onde se lê que as obras que a estação
sofreu em 2010, "contribuem para a redução das disparidades económicas e
sociais entre os cidadão da União Europeia". Neste cenário, Pelé
Semedo, 46 anos, na construção civil desde os 15, desesperado por ver
que a supressão do comboio para o trabalho no Barreiro lhe há-de
suprimir um dia de salário. "A austeridade não me deixa fazer greve",
justifica. Vinha apanhar o último comboio do dia para fintar a greve de
hoje. A greve fintou Pelé.
Ricardo Vilhena - Público