Com o Terreiro do Paço transformado no “Terreiro do Povo” contra as medidas de austeridade, Arménio Carlos reclamou hoje na sua primeira manifestação como secretário-geral da CGTP a presença de mais de 300 mil pessoas na Praça do Comércio, em Lisboa, naquela que diz ser “a maior manifestação de sempre dos últimos 30 anos”.
A hipótese de convocação de uma greve geral não foi excluída por Arménio Carlos, que lembrou que o Conselho Nacional da Intersindical está mandatado para decidir sobre “todas as formas de luta”.
“O país definha” e a resposta para Portugal mudar de rumo deve ser “o caminho do progresso e da justiça social”, defendeu, direccionando as críticas para o Governo e a troika Comissão Europeia, FMI e BCE, que considerou “os representantes da ingerência externa”.
“Se as medidas do Memorando [de Entendimento] são boas para o capital, são más, mesmo muito más” para os trabalhadores, afirmou perante os milhares que desfilaram de quatro pontos da capital até ao Terreiro do Paço, apelidado pelo novo líder da CGTP o “terreiro do povo”, por ser “expressão” da opinião pública portuguesa.
A cada vez lançada ao Governo ou à troika, a multidão fazia ouvir-se. Primeiro, contra Passos Coelho. “Quando o primeiro-ministro diz que o programa da troika é para cumprir custe o que custar e o que importa….”, dizia Arménio Carlos, para logo ser interrompido por um grito em uníssono dos trabalhadores: “Gatuno, gatuno, gatuno”. Arménio Carlos retoma segundos mais tarde – e resume os argumentos: “Uma avaliação objectiva só pode concluir que é bom para os credores”.
Público
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