Ministro da Economia anuncia presença mas não aparece em Silves | ||
Projeto inclui «resort» com campo de golfe para 18 buracos e três hotéis, dois de cinco estrelas e um de quatro, num investimento superior a 230 milhões de euros. Só a autarquia deverá receber 35 milhões de euros em impostos Uma agência de comunicação e imagem de Lisboa tinha anunciado por «email» a presença do Ministro de Economia na sexta-feira, pelas 10.30 horas, no Teatro Mascarenhas Gregório, em Silves, na cerimónia de assinatura do Contrato de Desenvolvimento Urbano da Praia Grande, neste concelho do barlavento algarvio, onde vai ser concretizado um projeto turístico com um investimento previsto de 232,4 milhões de euros com 1.516 postos de trabalho, e convidado os órgãos de comunicação social a estarem presentes. Porém, na quinta-feira à tarde ao que se sabe apenas um órgão de informação foi avisado sobre a ausência de Álvaro dos Santos Pereira naquela cerimónia. Segundo contaram ao «barlavento», existiam indicações de que estaria em preparação uma ação de protesto dos elementos ligados aos utentes da Via do Infante no encontro sobre empreendedorismo que decorreu no NERA, e onde estava anunciada a presença do ministro, o que teria contribuído para este responsável governamental cancelar a deslocação ao Algarve. Contudo, não houve quaisquer sinais dessa hipotética manifestação e tudo foi normal apesar da presença do secretário de Estado no evento de Loulé. Isabel Soares, presidente da Câmara de Silves, em declarações ao DN diria: «indignada, não estou. Mas é claro que sinto que o ministro deveria ter estado presente. De resto, desde que sou presidente da Câmara Municipal de Silves há 15 anos é a primeira vez que isto sucede. Já contei com a presença de dois Presidentes da República (Jorge Sampaio e Cavaco Silva), três primeiros-ministros (António Guterres, Durão Barroso e José Sócrates) e ministros de diversos sectores de vários governos na apresentação de projetos privados e públicos, bem como no início de obras, as quais têm contribuído para mudar a imagem do concelho. Desta vez, e apesar dos milhões de euros envolvidos e dos impostos que o Estado vai arrecadar, não houve disponibilidade de um membro do Governo para estar presente». O que se encontra programado no projeto da Paria Grande, considerado um dos maiores investimentos turísticos em Portugal pela presidente da Câmara Municipal de Silves Isabel Soares, é um campo de golfe com 18 buracos e três hotéis, dois de cinco estrelas e um de quatro, estando previsto que a autarquia vá arrecadar 35 milhões de euros em receitas diretas. Só o IMT (Imposto Municipal de Transmissões Onerosas de Imóveis) garantirá 20 milhões de euros, a que se juntará o IMI (Imposto Municipal de Imóveis - acumulado em dez anos) com onze milhões de euros e mais quatro milhões resultantes de taxas e licenças. «Falta fazer a expropriação de terrenos para infraestruturas, mas penso que até final de 2012 ou no início de 2013 terão início as obras», disse a autarca. Já Francisco Ferreira, principal responsável da empresa Finalgarve, que integra o grupo Galilei Imobiliária, afirmou, em conferência de imprensa, que «o objetivo é ter em 2016 o primeiro turista» naquele empreendimento com «densidade muito baixa» e numa aposta para classes média/alta, conciliando a natureza com a localização geográfica ao longo de três quilómetros. In Barlavento Comentário: O Ministro da Economia já não se desloca ao Algarve com medo da Comissão de Utentes da Via do Infante. Ótimo! Ao contrário do que diz o Barlavento, a CUVI preparou a receção ao Ministro em Loulé. Mudou de estratégia com a vinda do secretário de Estado, tendo-lhe entegue uma bóia para salvar o Algarve, prestes a afundar-se devido às portagens e não só! |
O Governo anunciou hoje que as isenções parciais das portagens para os concelhos servidos pelas antigas SCUT, que deveriam terminar no sábado, vão prolongar-se por mais três meses, sendo depois aplicado um regime de descontos.
“O Governo decidiu prolongar, por um período adicional de três meses, a aplicação do regime de discriminação positiva, tal como vigora atualmente, às autoestradas ex-SCUT que deveria terminar a 30 de junho de 2012”, refere um comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Economia e do Emprego.
Prorrogação é "melhor do que nada" mas o ideal seria a isenção permanente - Macário Correia
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Macário Correia, considerou hoje que o prolongamento por três meses do regime de descontos nas antigas SCUT é “melhor do que nada”, mas apontou a isenção permanente como a “solução ideal”.
“É melhor do que nada, mas o que preferíamos ter como boa notícia era o prolongamento permanente desses descontos”, disse o autarca à agência Lusa.
Acrescentou que “outra boa notícia” seria a retoma dos trabalhos de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125”, paradas há três meses devido a problemas de financiamento por parte dos empreiteiros.
Quanto ao previsto desconto para residentes a partir de outubro, Macário Correia acentuou que “o desconto ideal era não haver portagens enquanto a EN125 não estivesse requalificada”, sublinhando que essa seria “a atitude correta” desde sempre defendida pela AMAL.
Perante o atual cenário, Macário Correia manifestou-se preocupado com o previsível congestionamento da EN125 durante os meses de julho e agosto.
“Pese embora a tolerância em relação aos residentes, todos os outros também vão ter tendência a desviar-se para a EN125 e isso complicará a circulação neste verão no Algarve”, disse.
Comissão de Utentes da Via do Infante diz que alargamento das isenções é ilegal
A Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) classificou hoje de ilegal o alargamento das isenções parciais de portagens nas antigas SCUT por mais três meses, porque mantém a discriminação a quem não beneficia delas.
João Vasconcelos, dirigente da Comissão de Utentes, disse à Lusa que o alargamento das isenções mantém a discriminação de cidadãos espanhóis e de outras zonas do país relativamente aos residentes no Algarve, "contrariamente a uma recomendação feita em março pela Comissão Europeia, que advertiu sobre a ilegalidade da medida".
“O alargamento é ilegal, porque as isenções discriminam, por exemplo, os espanhóis, mas também os portugueses de outras regiões, como o Alentejo ou Lisboa, que não podem beneficiar delas”, afirmou João Vasconcelos, para quem a decisão do Governo "não resolve nada do problema de fundo que existe no Algarve”.
O responsável da comissão de utentes disse que se trata de “um paliativo” para uma população que, desde a introdução de portagens, a 08 de dezembro passado, viu o “desemprego aumentar e um número considerável de empresas fechar”.
O dirigente da Comissão frisou que o verão vai começar agora e a população do Algarve vai “quase que triplicar, piorando ainda mais" as condições de circulação na Estrada Nacional (EN) 125, onde “vão haver mais acidentes e mortes”, porque esta via "não é uma alternativa" à A22.
“Isto não resolve o problema e o Governo mantém a mesma política, que tem tido consequências catastróficas para o Algarve e para a sua população”, afirmou João Vasconcelos.
A mesma fonte criticou o Governo e o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, por “ter prometido” um estudo de impacto social e económico da introdução de portagens e este “ainda não ter sido feito”.
“Este estudo foi pedido pela Comissão de Utentes e outras organizações e o Governo ainda não fez esse trabalho, que iria demonstrar a situação calamitosa do Algarve devido à introdução das portagens na Via do Infante”, acrescentou.
O responsável da Comissão de Utentes afirmou que este alargamento por três meses "demonstra que é preciso continuar a luta pela suspensão das portagens".
João Vasconcelos anunciou que a Comissão vai organizar no domingo uma ação de protesto pelo aumento das mortes na Estrada Nacional (EN) 125, devido ao incremento de tráfego registado após a introdução do pagamento na A22.
Nesse protesto, a Comissão de Utentes vai colocar diversos memoriais às vítimas da ‘estrada da morte’, que disse ter sido “no que se transformou, de novo e infelizmente, a EN 125, devido à introdução de portagens na A22 pelo governo PSD/CDS-PP, com o apoio do PS”, referiu a estrutura num comunicado.
“Além dos inúmeros acidentes de viação ocorridos, com mortos e diversos feridos, devido ao intenso congestionamento da via, uma autêntica ‘rua urbana’, os perigos mortais espreitam a cada momento e irão agravar-se com a chegada do verão”, advertiu a Comissão de Utentes.