Grécia. Apelo da edição alemã do Financial Times ao voto na direita suscita indignação
Os principais líderes políticos gregos condenaram hoje em uníssono, por motivos diversos, a "provocação" da edição alemã do diário económico Financial Times, que em editorial apelou ao voto nos conservadores, contra a esquerda radical grega.
Num duplo editorial redigido em alemão e em grego, e publicado na primeira página, o Financial Times Deutschland (FTD) explica que decidiu "fazer uma exceção" e fornecer uma indicação de voto aos gregos contra a Coligação da esquerda radical (Syriza), acusada "de demagogia", e após recordar que as eleições legislativas antecipadas de domingo "são decisivas".
"O FTD e a maioria dos gregos têm um interesse comum: o seu país deve permanecer no euro", considera o jornal, que já manifestou o seu apoio a organizações políticas durante eleições, mas apenas na Alemanha.
"O vosso país apenas poderá manter-se na zona euro com os partidos que aceitam as condições dos credores de fundos internacionais", sublinha o periódico.
"Resistam à demagogia de Alexis Tsipras e da sua Syriza. Não confiem nas promessas pelas quais é simplesmente possível pôr termo aos acordos, sem consequências", frisa.
Em comunicado, a Syriza denunciou uma "intervenção grave e sem precedentes, que ofende a dignidade nacional e procura sabotar a democracia" na Grécia.
"A única coisa que ainda pode acontecer após esta intervenção provocatória e provocadora" seria assistir à vinda da chanceler alemã e do seu ministro das Finanças "para distribuírem no domingo boletins de voto favoráveis à direita", ironizou um dos seus dirigentes, Dimitris Papadimoulis, citado pela agência noticiosa AFP.
A Nova Democracia (ND, direita), que segundo as intenções de voto disputa com a Syriza o primeiro lugar no escrutínio de domingo, e os socialistas moderados do Pasok, também reagiram com indignação, mas acusaram o FTD de pretender beneficiar a esquerda.
"Somos um povo orgulhoso (...) não precisamos de indicações (...) não pretendemos provocações ou maquinações", declarou um porta-voz da ND.
Por sua vez, a dirigente do Pasok, Anna Diamantopoulou, deplorou uma "detestável inconveniência política" e acusou o FTD de funcionar como "um suplemento do Avghi", o jornal diário da Syriza. Criticou ainda "círculos alemães" de pretenderem que a Grécia entre em incumprimento "para a conduzir para fora da zona euro".
Apesar de defender a rejeição do atual memorando, o plano dos credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que impôs ao país fortes medidas de austeridade destinadas ao saneamento económico, a Syriza tem afirmado que deseja a manutenção do país na zona euro, à semelhança da maioria dos gregos.
No entanto, diversos setores da liderança europeia receiam que a eventual vitória da esquerda alternativa grega agrave a crise que envolve a moeda única.
Assim, o FT-Deutschland apela no editorial a um voto conservador na ND. "Não é uma decisão fácil", sublinha o jornal, ao reconhecer que este partido "promoveu uma má política durante décadas".
Mas "o vosso país ficará melhor com uma coligação liderada por Antonis Samaras [o líder da ND] que por Tsipras, que quer voltar para atrás e glorifica um mundo que não existe", considera.
No entanto, o governo alemão assegurou hoje que "não vai emitir qualquer indicação de voto para as eleições na Grécia", com um porta-voz da chanceler Angela Merkel a garantir que Berlim "está preparado para trabalhar com qualquer governo de um país parceiro que resulte do voto".
Num duplo editorial redigido em alemão e em grego, e publicado na primeira página, o Financial Times Deutschland (FTD) explica que decidiu "fazer uma exceção" e fornecer uma indicação de voto aos gregos contra a Coligação da esquerda radical (Syriza), acusada "de demagogia", e após recordar que as eleições legislativas antecipadas de domingo "são decisivas".
"O FTD e a maioria dos gregos têm um interesse comum: o seu país deve permanecer no euro", considera o jornal, que já manifestou o seu apoio a organizações políticas durante eleições, mas apenas na Alemanha.
"O vosso país apenas poderá manter-se na zona euro com os partidos que aceitam as condições dos credores de fundos internacionais", sublinha o periódico.
"Resistam à demagogia de Alexis Tsipras e da sua Syriza. Não confiem nas promessas pelas quais é simplesmente possível pôr termo aos acordos, sem consequências", frisa.
Em comunicado, a Syriza denunciou uma "intervenção grave e sem precedentes, que ofende a dignidade nacional e procura sabotar a democracia" na Grécia.
"A única coisa que ainda pode acontecer após esta intervenção provocatória e provocadora" seria assistir à vinda da chanceler alemã e do seu ministro das Finanças "para distribuírem no domingo boletins de voto favoráveis à direita", ironizou um dos seus dirigentes, Dimitris Papadimoulis, citado pela agência noticiosa AFP.
A Nova Democracia (ND, direita), que segundo as intenções de voto disputa com a Syriza o primeiro lugar no escrutínio de domingo, e os socialistas moderados do Pasok, também reagiram com indignação, mas acusaram o FTD de pretender beneficiar a esquerda.
"Somos um povo orgulhoso (...) não precisamos de indicações (...) não pretendemos provocações ou maquinações", declarou um porta-voz da ND.
Por sua vez, a dirigente do Pasok, Anna Diamantopoulou, deplorou uma "detestável inconveniência política" e acusou o FTD de funcionar como "um suplemento do Avghi", o jornal diário da Syriza. Criticou ainda "círculos alemães" de pretenderem que a Grécia entre em incumprimento "para a conduzir para fora da zona euro".
Apesar de defender a rejeição do atual memorando, o plano dos credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), que impôs ao país fortes medidas de austeridade destinadas ao saneamento económico, a Syriza tem afirmado que deseja a manutenção do país na zona euro, à semelhança da maioria dos gregos.
No entanto, diversos setores da liderança europeia receiam que a eventual vitória da esquerda alternativa grega agrave a crise que envolve a moeda única.
Assim, o FT-Deutschland apela no editorial a um voto conservador na ND. "Não é uma decisão fácil", sublinha o jornal, ao reconhecer que este partido "promoveu uma má política durante décadas".
Mas "o vosso país ficará melhor com uma coligação liderada por Antonis Samaras [o líder da ND] que por Tsipras, que quer voltar para atrás e glorifica um mundo que não existe", considera.
No entanto, o governo alemão assegurou hoje que "não vai emitir qualquer indicação de voto para as eleições na Grécia", com um porta-voz da chanceler Angela Merkel a garantir que Berlim "está preparado para trabalhar com qualquer governo de um país parceiro que resulte do voto".
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