Consideram os bloquistas que «mesmo depois de requalificada a EN 125 nunca constituirá uma alternativa à Via do Infante», exigindo ao Governo a «imediata suspensão das portagens na A22».
Afirma o BE em comunciado que «a requalificação da EN 125 transformou-se numa miragem! Veio o Governo dizer que a conclusão das obras de requalificação desta via está prevista para abril de 2013, logo que ultrapassadas as dificuldades com o financiamento da subconcessionária.
Mais uma vez o governo está a mentir! Como se sabe, a insolvência de uma das empresas do consórcio vai levar a que, nem tão cedo recomecem as obras. A requalificação prevista poderá até nunca acontecer. Recorde-se que uma das promessas anteriores seria o final das obras de requalificação acontecer em junho de 2012 e só a partir daqui começar a cobrança de portagens».
Concluem os bloquistas que «além da própria crise, a introdução de portagens na Via do Infante, a não requalificação das obras na EN 125, a existência de obras paradas nesta via e a chegada do Verão estão a conduzir o Algarve à beira do colapso!
Numa época em que a população na região quase triplica, com quase 1,5 milhões de pessoas, os acidentes de viação e as armadilhas mortais na EN 125 e nas vias secundárias espreitam a todo o momento!
Os governantes terão de ser responsabilizados por todas as mortes e outras desgraças que ocorrerem no Algarve devido às portagens».
A Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) responsabilizou ontem o Governo pelo aumento dos acidentes mortais na Estrada Nacional (EN) 125, que relaciona com o aumento de tráfego motivado pela introdução de portagens na autoestrada algarvia.
Após realizar uma ação de protesto junto à EN125, em Tavira, onde colocou “um memorial a mais uma vítima mortal registada na semana passada junto ao apeadeiro da Porta Nova”, João Vasconcelos, da Comissão de Utentes, considerou que a suspensão das portagens na Via do Infante é a “única forma” de se contrariar o aumento do número de feridos e mortes nessa estrada.
"O Algarve está em estado de guerra, com feridos e mortes todos os dias na EN125 devido às portagens, que estão a deixar a região numa situação de calamidade e catástrofe", afirmou o dirigente da Comissão de Utentes.
João Vasconcelos explicou que a colocação do memorial à idosa que morreu na semana passada junto ao apeadeiro ferroviário da Porta Nova, em Tavira, integra um conjunto de ações, já realizadas e por realizar pela estrutura em todo o traçado da estrada nacional que liga Sagres a Vila Real de Santo António.
O objetivo é, segundo o dirigente da Comissão, "assinalar as vítimas provocadas pelo Governo e pela sua decisão de portajar" a Via do Infante.
"Cada vez há mais acidentes. Só neste local houve já três, estamos num estado de guerra declarado e o Governo e presidente da República são os principais responsáveis", reiterou.
João Vasconcelos desafiou mais uma vez ao Governo para divulgar o estudo que encomendou sobre o impacto económico que a introdução de portagens na A22 teve para o Algarve.
"A medida está a matar o Algarve e a economia da região. E a Comissão de Utentes vai continuar as suas ações e a sua luta até que o Governo suspenda as portagens", acrescentou.
João Vasconcelos sublinhou que o mês de agosto está cada vez mais próximo, que "já se provou que a EN125 não é alternativa" à A22 e, "com o triplicar da população que vai estar na região", as mortes vão ainda aumentar mais na Estrada Nacional.
"Apelamos ao Governo para que pense e suspenda as portagens antes que o mês de agosto chegue", disse o dirigente da Comissão de Utentes da Via do Infante.
A A22 é uma das antigas autoestradas Sem Custos para o Utilizador (SCUT) que o Governo decidiu portajar a partir de 08 de dezembro passado.