quarta-feira, maio 04, 2011

Governo chega a acordo com a troika

Primeiro-ministro não adiantou montante, juros e condições do empréstimo mas antecipou que o acordo inclui medidas do PEC IV “com maior aprofundamento e maior detalhe”. Francisco Louçã prevê resultado do acordo com a troika, que levará a uma “ tragédia que destroi a economia”.
Director do FMI, Dominique Strauss-Kahn. Foto de International Monetary Fund, Flickr.
Director do FMI, Dominique Strauss-Kahn. Foto de International Monetary Fund, Flickr.
Numa declaração em directo, José Sócrates anunciou aos portugueses que o governo chegou a um acordo com a troika. Apesar de não ter sido revelado o conteúdo desse mesmo acordo, nomeadamente qual o montante negociado, os juros a serem aplicados e as condições do empréstimo, o primeiro-ministro demissionário adiantou que serão aplicadas as medidas já previstas na última versão do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV) com “maior aprofundamento e maior detalhe”.
O mesmo acontecerá com as medidas acordadas em sede de concertação social.
No que respeita às metas prevista para o défice, José Sócrates afirmou que das negociações promovidas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o Banco Central Europeu (BCE) e com a Comissão Europeia (CE), resultou que Portugal não deverá ultrapassar um défice de 5,9% em 2011, 4,5% em 2012 e 3% em 2013.
Acordo com a troika: “tragédia que afunda economia”
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, acusa o primeiro-ministro de apenas comparar o acordo da troika com as especulações avançadas pela comunicação social, e de não prestar qualquer informação sobre aquilo que, de facto, preocupa os portugueses.
Francisco Louçã também referiu que, apesar do conteúdo do acordo não ter sido desvendado, o PSD já o congratulou.
O dirigente do Bloco lembrou ainda qual é o conteúdo do PEC IV, que prevê, entre outros, o congelamento das pensões, inclusive das mais baixas, um amplo plano de privatizações, incluindo de bens estratégicos para o país e uma "lei para facilitar os despedimentos e pôr os trabalhadores a pagar o próprio despedimento".

O dirigente do Bloco antecipou o resultado do acordo com a troika, que levará a uma “tragédia que destroi a economia”.
Em contraposição às propostas apresentadas pelo governo socialista e pela troika, o Bloco propõe, entre outros, uma auditoria às contas públicas que permita, por sua vez, a renegociação da divida – nos seus montantes e juros – e que permita o investimento público, uma política de criação de emprego e a diminuição da precariedade.
Esquerda.net

0 comentários: