domingo, setembro 18, 2011

Bloco exige aplicação na Madeira da lei das incompatibilidades

Francisco Louçã afirmou hoje que o primeiro-ministro tem de dar respostas objectivas sobre o escândalo das contas da Madeira e sublinhou: “Espero que da reunião com o Presidente da República saia a certeza de que vai acabar agora, que não vai durar mais um ano sequer, o regime extraordinário de protecção da proximidade e da promiscuidade entre cargos públicos e interesses empresariais na ilha da Madeira”.
Foto de Paulete Matos
Foto de Paulete Matos
Em conferência de imprensa, o Bloco de Esquerda pronunciou-se, neste domingo, sobre o escândalo das contas falsificadas na Madeira. Francisco Louçã exigiu que Passos Coelho dê respostas objectivas e que da reunião entre o Presidente da República e o Primeiro-ministro, que terá lugar nesta segunda feira, seja feita uma especificação das dificuldades financeiras que a Região Autónoma da Madeira coloca a todo o país e que fazem com que Portugal “passe uma vergonha” a nível internacional “pela falsificação das contas da Madeira”.
Francisco Louçã afirmou: “São precisas soluções e uma das mais importantes, além de se saber quem ficou com o dinheiro, é impedir que continue um regime que desafia a Constituição e que permite que responsáveis políticos votem partes do Orçamento Regional para si próprios. Uma lei de incompatibilidades entre o exercício dos cargos públicos e os interesses privados é indispensável para a higiene política da Madeira”.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda referiu que “na Madeira, nos últimos dois anos, foi detectado um desvio de 1.600 milhões de euros - um desvio total que seria na ordem do país inteiro de cerca de 60 mil milhões de euros” e salientou que na Madeira, “o endividamento por pessoa é o dobro daquele que sofre o conjunto da economia nacional”.
Francisco Louçã exigiu ainda que a situação que se passa na região autónoma termine: “Espero que da reunião [do primeiro ministro] com o Presidente da República saia a certeza de que vai acabar agora, que não vai durar mais um ano sequer, o regime extraordinário de protecção da proximidade e da promiscuidade entre cargos públicos e interesses empresariais na ilha da Madeira. Isso não acontece em mais nenhum lugar do país, mas na Madeira a lei permite que um responsável político aprove um Orçamento para si próprio, para as empresas que dirige ou para os sectores económicos que lhe interessam”.

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