Bloco contra a reprivatização do Novo Banco
Catarina Martins afirma que o
Estado “não pode limpar um banco sistémico e devolvê-lo, limpinho, a
banqueiros privados que provaram não ter vocação para gerir bancos”.
Defendendo que esta intervenção deve ter retorno para os contribuintes,
coordenadora do Bloco defende que o Novo Banco seja um banco de fomento
para apoiar as PMEs.
Catarina Martins: “Nós já pagamos, só nos falta mandar”. Foto de Paulete Matos
No
encerramento do Fórum Socialismo 2014, Catarina Martins questionou a
anunciada reprivatização do Novo Banco, depois de o Estado ter injetado
nele dinheiro dos contribuintes.
Aludindo à ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite, quando disse que “quem paga manda”, a coordenadora do Bloco defendeu que “nós já pagamos, só nos falta mandar”.
E por isso anunciou que o Bloco defende que o Novo Banco, criado na sequência do caso do Banco Espírito Santo (BES), não deve ser privatizado.
“O contexto económico que o país atravessa e a sucessão de fraudes, gestão danosa e incompetência na banca privada tornam absurda a intenção de reprivatizar o Novo Banco”, sustentou.
O Estado, continuou, “não pode limpar um banco sistémico e devolvê-lo, limpinho, a banqueiros privados que não fizeram outra coisa nos últimos anos que não provar que não têm vocação para gerir bancos”.
O Bloco de Esquerda vai propor também que o Estado assuma “uma representação ativa nos conselhos de administração de todas as instituições intervencionadas com dinheiros públicos”, de modo a “implementar políticas de crédito que dinamizem a economia e criem emprego”.
Credores seéniores devem ir para o “banco mau”
O Bloco defende ainda a transferência dos credores séniores para o ‘banco mau’.
“É preciso minimizar ao máximo as perdas públicas causadas por um colapso criado, decidido e controlado por privados. Os títulos dos credores seniores devem sair do Banco Novo e passar para o banco mau”, disse a deputada bloquista.
Esta operação “continua a ser possível, porque o Estado mantém o poder de transferir ativos e passivos entre as duas instituições”, e seria importante para garantir que quem paga os prejuízos é quem lucrou com as “negociatas” do BES.
Avançando um balanço da atuação do executivo, a coordenadora do Bloco sublinhou que em “1166 dias de Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, cada dia" foi "uma má notícia para o país”.
Num país em que “nunca se pagou tantos impostos como hoje”, o Governo alega que “não há dinheiro para o que é essencial”, mas não atua assim em relação às empresas.
Catarina Martins recordou que o dinheiro "apareceu logo, o nosso dinheiro, para descer os impostos sobre os lucros das grandes empresas, como apareceu logo para o BES, como aparece até para garantir postos de trabalho gratuitos nas empresas”.
"Seis em cada 10 postos de trabalho criados nas empresas privadas são hoje pagos com dinheiros públicos”, ou seja, “o mesmo governo que tem destruído milhares de postos de trabalho nas escolas e centros de saúde do país, corre a pagar os salários para as empresas garantirem estagiários sem direitos”.
E ironizou: “Ouvimos mesmo Pedro Passos Coelho dizer uma coisa destas? Por onde andou nos últimos três anos senhor primeiro-ministro?”.
“Se calhar, o primeiro-ministro não reparou em José Luís Arnaut, homem-chave do PSD que esteve em todas as privatizações, mas todas sem exceção”, acusou.
Esquerda.net
Aludindo à ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite, quando disse que “quem paga manda”, a coordenadora do Bloco defendeu que “nós já pagamos, só nos falta mandar”.
E por isso anunciou que o Bloco defende que o Novo Banco, criado na sequência do caso do Banco Espírito Santo (BES), não deve ser privatizado.
“O contexto económico que o país atravessa e a sucessão de fraudes, gestão danosa e incompetência na banca privada tornam absurda a intenção de reprivatizar o Novo Banco”, sustentou.
O Estado, continuou, “não pode limpar um banco sistémico e devolvê-lo, limpinho, a banqueiros privados que não fizeram outra coisa nos últimos anos que não provar que não têm vocação para gerir bancos”.
Papel complementar ao da Caixa Geral de Depósitos
“A intervenção do Estado ‘limpando’ bancos que os privados arruinaram
deve ter retorno para os contribuintes, nomeadamente no apoio a
políticas de crescimento e criação de emprego”, defendeu.“A intervenção do Estado ‘limpando’ bancos que os privados arruinaram deve ter retorno para os contribuintes, nomeadamente no apoio a políticas de crescimento e criação de emprego”Para a deputada bloquista, o Novo Banco pode desempenhar “um papel importante e complementar ao da Caixa Geral de Depósitos como instrumento público para uma estratégia de investimento e recuperação económica”, recordando que há quase dois anos que “o governo está a tentar abrir as portas ao já famoso banco de fomento para apoiar as PME [pequenas e médias empresas]. Não precisam esperar mais, ele está aí, pago com o nosso dinheiro, e tem nome: Novo Banco”, disse.
O Bloco de Esquerda vai propor também que o Estado assuma “uma representação ativa nos conselhos de administração de todas as instituições intervencionadas com dinheiros públicos”, de modo a “implementar políticas de crédito que dinamizem a economia e criem emprego”.
Credores seéniores devem ir para o “banco mau”
O Bloco defende ainda a transferência dos credores séniores para o ‘banco mau’.
“É preciso minimizar ao máximo as perdas públicas causadas por um colapso criado, decidido e controlado por privados. Os títulos dos credores seniores devem sair do Banco Novo e passar para o banco mau”, disse a deputada bloquista.
Esta operação “continua a ser possível, porque o Estado mantém o poder de transferir ativos e passivos entre as duas instituições”, e seria importante para garantir que quem paga os prejuízos é quem lucrou com as “negociatas” do BES.
Há sempre dinheiro dos impostos para garantir os lucros a uma meia dúzia
Virando as baterias contra o governo Passos Coelho – Paulo Portas,
Catarina Martins observou que em Portugal há “cada vez menos dinheiro
para garantir o que é de todos”, mas, por outro lado, “cada vez mais
dinheiro dos impostos para garantir os lucros a uma meia dúzia”.Avançando um balanço da atuação do executivo, a coordenadora do Bloco sublinhou que em “1166 dias de Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, cada dia" foi "uma má notícia para o país”.
Num país em que “nunca se pagou tantos impostos como hoje”, o Governo alega que “não há dinheiro para o que é essencial”, mas não atua assim em relação às empresas.
Catarina Martins recordou que o dinheiro "apareceu logo, o nosso dinheiro, para descer os impostos sobre os lucros das grandes empresas, como apareceu logo para o BES, como aparece até para garantir postos de trabalho gratuitos nas empresas”.
"Seis em cada 10 postos de trabalho criados nas empresas privadas são hoje pagos com dinheiros públicos”, ou seja, “o mesmo governo que tem destruído milhares de postos de trabalho nas escolas e centros de saúde do país, corre a pagar os salários para as empresas garantirem estagiários sem direitos”.
O “maravilhoso mundo” de Pedro Passos Coelho
Mas no “maravilhoso mundo” de Pedro Passos Coelho “acabou a
promiscuidade entre a política e os negócios”, disse, referindo-se ao
discurso do primeiro-ministro no Pontal. .E ironizou: “Ouvimos mesmo Pedro Passos Coelho dizer uma coisa destas? Por onde andou nos últimos três anos senhor primeiro-ministro?”.
“Se calhar, o primeiro-ministro não reparou em José Luís Arnaut, homem-chave do PSD que esteve em todas as privatizações, mas todas sem exceção”, acusou.
Três bandeiras do Bloco
Finalmente, Catarina Martins revelou que, no próximo ano, o Bloco de
Esquerda vai concentrar-se em “três batalhas fundamentais”: a defesa e
modernização dos serviços públicos, o apoio “a quem mais precisa e que
está a ser deixado para trás por este governo” e a “ideia radical” de
que “para cada posto de trabalho terá que existir um contrato e um
salário”.Esquerda.net
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