Editora oferece livro de Rafael Marques para download gratuito
Mediante a perseguição ao
ativista angolano e o início do seu julgamento em Angola, Bárbara
Bulhosa, responsável da editora Tinta da China, disponibiliza o livro
“Diamantes de Sangue” em formato digital “para que todos possam lê-lo e
perceber o que está na base de um processo que pode vir a colocar o
autor atrás das grades”.
Numa mensagem
publicada no site Maka Angola, Bárbara Bulhosa, responsável da editora
da Tinta da China, explica que publicou o livro “Diamantes de Sangue –
Corrupção e Tortura em Angola” por acreditar que “o papel de um editor é
também este: dar voz a quem ousa dizer a verdade em circunstâncias
absolutamente adversas, com base em centenas de relatos de vítimas e
familiares, todos - vítimas, testemunhas e jornalista - correndo risco
de vida”.
Em vez de “atenuar a violência quotidiana nas zonas de exploração diamantífera em Angola”, tal como esperava Bárbara Bulhosa, a obra veio “desencadear uma perseguição ao seu autor” e a si própria.
Perante o início do julgamento de Rafael Marques em Angola, a responsável da editora da Tinta da China decidiu disponibilizar o livro "Diamantes de Sangue" em formato digital, “para que todos possam lê-lo e perceber o que está na base de um processo que pode vir a colocar o autor atrás das grades”.
O Esquerda.net transcreve, na íntegra, a mensagem de Bárbara Bulhosa, editora da Tinta da China, publicada no site Maka Angola:
“Em 2011, publiquei o livro “Diamantes de Sangue – Corrupção e Tortura em Angola”, uma investigação do jornalista Rafael Marques, que considerei um dos mais importantes trabalhos para denunciar flagrantes crimes de violação dos direitos humanos nos nossos dias. Para mim, a questão não era se se passava em Angola, na China ou em Portugal. Acredito que o papel de um editor é também este: dar voz a quem ousa dizer a verdade em circunstâncias absolutamente adversas, com base em centenas de relatos de vítimas e familiares, todos - vítimas, testemunhas e jornalista - correndo risco de vida.
Na altura pensei, ingenuamente, que este livro serviria pelo menos para atenuar a violência quotidiana nas zonas de exploração diamantífera em Angola. Enganei-me. O livro serviu, ao invés, para desencadear uma perseguição ao seu autor. Passados dois anos, soube que eu própria era arguida num processo criminal. Fui submetida à medida de coação de termo de identidade e residência, justamente por ter publicado “Diamantes de Sangue”. Rafael Marques e eu fomos processados em Portugal por nove generais e duas empresas visadas na investigação. O processo foi arquivado pelo Ministério Público Português no mesmo ano.
Amanhã começa o julgamento de Rafael Marques em Angola. Estou naturalmente apreensiva quanto ao seu desfecho.
Enquanto responsável pela editora, a melhor forma que encontro para apoiar Rafael Marques na sua luta é disponibilizar, a partir de hoje, o livro em formato digital, para que todos possam lê-lo e perceber o que está na base de um processo que pode vir a colocar o autor atrás das grades.
Bárbara Bulhosa
Editora da Tinta da China”
"Diamantes de Sangue” disponível em pdf:
http://www.makaangola.org/images/files/Diamantes%20de%20Sangue_Rafael%20Marques.pdf
Esquerda.net
Em vez de “atenuar a violência quotidiana nas zonas de exploração diamantífera em Angola”, tal como esperava Bárbara Bulhosa, a obra veio “desencadear uma perseguição ao seu autor” e a si própria.
Perante o início do julgamento de Rafael Marques em Angola, a responsável da editora da Tinta da China decidiu disponibilizar o livro "Diamantes de Sangue" em formato digital, “para que todos possam lê-lo e perceber o que está na base de um processo que pode vir a colocar o autor atrás das grades”.
O Esquerda.net transcreve, na íntegra, a mensagem de Bárbara Bulhosa, editora da Tinta da China, publicada no site Maka Angola:
“Em 2011, publiquei o livro “Diamantes de Sangue – Corrupção e Tortura em Angola”, uma investigação do jornalista Rafael Marques, que considerei um dos mais importantes trabalhos para denunciar flagrantes crimes de violação dos direitos humanos nos nossos dias. Para mim, a questão não era se se passava em Angola, na China ou em Portugal. Acredito que o papel de um editor é também este: dar voz a quem ousa dizer a verdade em circunstâncias absolutamente adversas, com base em centenas de relatos de vítimas e familiares, todos - vítimas, testemunhas e jornalista - correndo risco de vida.
Na altura pensei, ingenuamente, que este livro serviria pelo menos para atenuar a violência quotidiana nas zonas de exploração diamantífera em Angola. Enganei-me. O livro serviu, ao invés, para desencadear uma perseguição ao seu autor. Passados dois anos, soube que eu própria era arguida num processo criminal. Fui submetida à medida de coação de termo de identidade e residência, justamente por ter publicado “Diamantes de Sangue”. Rafael Marques e eu fomos processados em Portugal por nove generais e duas empresas visadas na investigação. O processo foi arquivado pelo Ministério Público Português no mesmo ano.
Amanhã começa o julgamento de Rafael Marques em Angola. Estou naturalmente apreensiva quanto ao seu desfecho.
Enquanto responsável pela editora, a melhor forma que encontro para apoiar Rafael Marques na sua luta é disponibilizar, a partir de hoje, o livro em formato digital, para que todos possam lê-lo e perceber o que está na base de um processo que pode vir a colocar o autor atrás das grades.
Bárbara Bulhosa
Editora da Tinta da China”
"Diamantes de Sangue” disponível em pdf:
http://www.makaangola.org/images/files/Diamantes%20de%20Sangue_Rafael%20Marques.pdf
Esquerda.net
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