Política
BE considera ‘grave’ que primeiro-ministro se esqueça de pagar Segurança Social
Catarina
Martins disse não ser possível "viver com um regime em que há um
primeiro-ministro que pode esquecer-se de pagar a Segurança Social"
Lusa
"Há pessoas neste país a trabalhar a recibos verdes, ou que tiveram quebras abruptas de vencimento, que não conseguiram pagar a Segurança Social, e que hoje vivem um calvário de dívidas"
Contactada pela agência Lusa antes de uma intervenção num jantar com apoiantes na Cova da Piedade, em Almada, Catarina Martins declarou: "Eu lembro palavras do primeiro-ministro de que as dívidas têm de ser pagas e não podemos ser caloteiros".
"Há pessoas neste país a trabalhar a recibos verdes, ou que tiveram quebras abruptas de vencimento, que não conseguiram pagar a Segurança Social, e que hoje vivem um calvário de dívidas, e até viram o seu carro ou casa penhorados", apontou.
Catarina Martins disse não ser possível "viver com um regime em que há um primeiro-ministro que pode esquecer-se de pagar a Segurança Social, auferindo rendimentos tão mais elevados do que a maior parte da população".
O primeiro-ministro, na resposta ao Público, afirma que, em 2012, foi confrontado com dúvidas sobre a sua situação contributiva e que, nessa altura, o Centro Distrital de Segurança Social de Lisboa lhe indicou que tinha em dívida 2880,26 euros, acrescidos de juros de mora e que essa dívida, apesar de prescrita, poderia ser paga "a título voluntário e a qualquer momento para efeito de constituição de direitos futuros".
Para o BE, esta notícia "só pode chocar o país" e "tem de haver uma certa perplexidade por se começar já a achar com uma certa normalidade casos destes com alguém que tem tantas responsabilidades".
Questionada também sobre as acusações feitas pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de Portugal e Espanha quererem derrubar o Governo grego, Catarina Martins comentou que o BE tem visto a forma como o executivo português "tem colaborado em todas as pressões do Governo alemão para que a austeridade seja a política única na União Europeia".
"Quando se estava a discutir a situação grega, e o Governo grego exigia uma alternativa à austeridade, porque estava a matar o seu país, vimos como a ministra das Finanças de Portugal foi mostrada como bom exemplo por ser de um Governo submisso", criticou.
Para a porta-voz do BE, Portugal "tem muito mais em comum com Espanha e com a Grécia do que com a Alemanha, e deveria estar alinhado com os países que têm os mesmos interesses e não são os do Governo alemão ou dos mercados financeiros".
Lusa/SOL
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