domingo, junho 05, 2011

Somos a luta pela justiça!

No comício final de campanha do Bloco de Esquerda, no Coliseu do Porto cheio e ao rubro, Francisco Louçã disse que na 2ª-feira, passadas as eleições, vai-se travar um combate tremendo em defesa do povo contra os agiotas. E renovou o apelo ao voto no Bloco dos socialistas que defendem os valores da solidariedade, dos jovens e dos indecisos que pensam abster-se.
Foto DE Paulete Matos
Não faltaram ataques à direita, mas o principal alvo de Louçã foi o PS de José Sócrates que, no entender do coordenador do Bloco de Esquerda, não merece o voto dos socialistas dos valores.
“José Sócrates governou dois mil dias. Teve 15 horas de TV. Mas não disse uma palavra sobre o acordo que assinou com a troika. Não explicou porque quer pagar juros mais altos que a Grécia, não quis dizer o motivo que justifica tirar o abono de família a 600 mil crianças”, disse Louçã, levantando a assistência entusiasmada. “Nas questões mais importantes”, prosseguiu Louçã, “a Segurança social e os juros da dívida, não disse nem uma palavra. Não merece o voto quem dá o dinheiro para o BPN e congela as pensões e reduz os salários”, disse o cabeça-de-lista por Lisboa do Bloco. “Não merece o voto quem quer facilitar os despedimentos, atentando contra a Constituição”, prosseguiu.
E renovou o apelo ao voto dos socialistas descontentes: “Na segunda-feira, todos vão perguntar quem votou para facilitar os despedimentos e quem votou para facilitá-los”, sublinhou Louçã.
Dirigiu-se depois aos jovens e aos que costumam abster-se, argumentando que se a abstenção servisse para melhorar o país, Portugal seria um paraíso, já que nas últimas eleições, um em cada dois portugueses absteve-se. E concluiu que na segunda-feira o Bloco estará mais forte e sem arrependimentos, pronto para travar os combates que fazem uma esquerda forte.
Antes, João Semedo afirmara que o Bloco de Esquerda disputa no Porto com o CDS o terceiro lugar nas eleições, afirmando que o Bloco é a força com que se pode contar para derrotar o PSD e o CDS. “PS, PSD e CDS fizeram a campanha do 'troika' e foge, porque sempre que confrontados com o que assinaram nos memorandos, disseram que não era nada com eles". E assegurou que no dia 6 de Junho, quando olharmos para o resultado do Bloco, poderemos dizer: “troikamos a troika”.
Catarina Martins também discursou, recordando que na autarquia do Porto há um governo PSD-CDS e uma oposição fraca. E houve muitas lutas a travar: o Rivoli, o mercado do Bolhão, e agora o mercado do Bonsucesso, “que dizem que é inviável e que tem de ser substituído por um shopping. Nós não aceitamos essa  inevitabilidade”.
E no país é a mesma coisa, argumentou. “Não se defende o SNS destruindo o SNS. Não faz sentido! Não precisamos nem queremos mais sacrifícios. Já somos o país com os salários mais baixos da Europa! Não tem sentido!” E concluiu: “Não tratem os mercados como pessoas nem as pessoas como números!”
O comício foi aberto por José Soeiro que afirmou que “Houve nesta campanha um eclipse democrático – a troika já decidiu o que fará o próximo governo e o próximo parlamento.” Alertou que vale a pena conhecer o que é o resgate da troika – “é obsceno falar em ajuda”. São 30 mil milhões em juros; são 12 mil milhões directos para a banca, lembrou. “É obviamente impossível pagar. Ou crescemos, e é impossível crescer com as medidas que forçam a redessão, ou nos endividamos mais. Já toda a gente percebeu que o Bloco tinha razão ao dizer que era preciso renegociar já a dívida”.
“O copy-paste do programa da Grécia é o que nos querem impor só significa mais desemprego, mais pobreza. Querem discutir tudo nesta campanha, tudo, menos o essencial: a vida das pessoas.” E concluiu: “Vamos aceitar que haja gente a passar fome, ou vamos defender o estado social que considera que é um direito humano não passar fome?”
Esquerda.net

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