Eurogrupo "alarmado" com situação em Itália e manifestações em Portugal
Entre os ministros das Finanças da Zona Euro,
reunidos segunda-feira em Bruxelas, registaram-se sinais de "alarme" não
apenas com a situação de indefinição política em Itália mas também com a
expressão das manifestações populares registadas sábado em Portugal, de
acordo com fontes de bastidores do Conselho Europeu.
Foto Paulete Matos
Ministros presentes na reunião, segundo as mesmas fontes, consideram que a situação em Portugal é tão preocupante como a que se vive em Itália, uma vez que a austeridade aprofunda a recessão, degrada cada vez mais o ambiente social e fragiliza o governo. Alguns ministros citaram, entre si, excertos do artigo de Mário Soares em que o antigo presidente e primeiro ministro defende que o governo se demita antes que o povo "se enfureça e a democracia acabe de vez".
O resgate em debate ao Chipre deverá ter um valor de 17 mil milhões de euros e, à partida, conta com dificuldades levantadas pela Alemanha. Berlim receia que os capitais injetados no país sirvam para intensificar ainda mais o envolvimento bancário em operações de lavagem de dinheiro.
As preocupações com a situação italiana relacionam-se principalmente com o que os ministros do Eurogrupo interpretam como sendo uma vitória dos setores que combatem a austeridade. Os titulares das Finanças da Zona Euro avaliaram de uma maneira favorável a hipótese, em cima da mesa, de formação de um segundo "governo de tecnocratas", que prolongaria o estado de exceção no país pelo menos até ao Verão, altura em que se realizariam novas eleições gerais. O sector "tecnocrático", representado pelo primeiro ministro cessante Mário Monti, teve pouco mais que dez por cento nas eleições.
O desemprego e a recessão em Espanha continuam a suscitar inquietações no Eurogrupo. De Fevereiro de 2012 a Fevereiro de 2013 o número de desempregados cresceu sete por cento, ultrapassou os cinco milhões e faz com que os cortes sociais impostos sejam assimilados pelos aumentos das despesas com o desemprego. Por outro lado, reconhece-se entre os ministros, os chamados "incentivos" ao emprego a pessoas com menos de trinta anos foram um fracasso absoluto.
Artigo publicado no portal do Bloco no Parlamento Europeu.
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