Louçã diz que UE está em 'farrapos' devido ao autoritarismo dos líderes alemão e francês
Perante cerca de cem pessoas, o dirigente centrou o seu discurso nas propostas apresentadas pelos líderes da Alemanha e da França na cimeira Europeia, considerando que as mesmas «atingem o respeito democrático mais importante» sobre as populações.
«A senhora Merkel acha que a solução para a crise orçamental é colocar a cavalaria prussiana a tomar conta do orçamento de cada país», destacou o coordenador do BE.
Para Francisco Louçã, a proposta de limitar o défice e a dívida de cada país é «disparatada e absurda», observando que «até o chefe da direita portuguesa, Cavaco Silva, chamou a atenção de que a mesma não pode estar na Constituição».
Aquele responsável questiona mesmo se a Alemanha «cumpre alguma das medidas que quer impor aos restantes parceiros europeus», classificando a pretensão de «gigantesca mistificação».
Segundo Francisco Louçã, o BE recusa aceitar a «tutela, vigilância e intervenção contra a capacidade democrática» da Constituição Portuguesa, que permite fazer as escolhas «sobre o Orçamento do Estado, os impostos e a distribuição dos rendimentos».
«No dia em que não for possível a um Parlamento decidir sobre o orçamento, então acabou a democracia em Portugal», destacou.
No seu discurso, o líder do BE criticou ainda a introdução de portagens nas SCUT (auto-estradas sem custo para os utilizadores), porque considera que «vai agravar ainda mais» os problemas financeiros das regiões que não têm estradas alternativas, apontando como exemplo o Algarve.
No jantar promovido pelo Bloco de Esquerda de Portimão, participou ainda a deputada parlamentar Cecília Honório, que prometeu «continuar a luta contra a austeridade, pela transparência e dignidade» de Portugal.
«A austeridade provoca crise e nós não aceitamos a naturalização desta realidade, porque nós não vamos pagar aquilo que não temos que pagar», asseverou Cecília Honório.
Lusa / SOL
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