sábado, dezembro 10, 2011

Movimento anti-portagens enterrou o Algarve numa ação simbólica em Faro

  Foram mais os jornalistas do que os participantes na ação simbólica contra a introdução de portagens na Via do Infante que teve lugar ontem, quarta-feira, junto à rotunda do Fórum Algarve, em Faro. Os promotores da iniciativa vestiram-se a rigor e nem sequer faltou um bombo, mas notou-se a indiferença generalizada dos muitos condutores que passavam, a maioria no final de um dia de trabalho.
Na ação, elementos da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI) e do «Movimento Algarve – Portagens na A22 Não!» encenaram uma rábula, com máscaras daqueles que consideram os responsáveis políticos pelo pagamento desta taxa. Além de membros do atual e anterior Governo e do Presidente da República, também os deputados eleitos pelo Algarve Mendes Bota e Miguel Freitas foram visados.
Um caixão com a forma do Algarve serviu de elemento central à ação, que também usou velas, panos e vestes pretas como adereços. Apesar de o “cortejo fúnebre” ter atravessado a Estrada Nacional 125, cortando o trânsito por breves momentos, os automobilistas não reagiram e procuravam seguir o seu caminho o mais rapidamente que conseguiam. A encenação terminou com o “enterro” do Algarve pela mão dos políticos representados.
Os meios policiais destacados para o local, dois carros de patrulha e uma carrinha de nove lugares, também demonstraram ser exagerados. De resto, apenas um dos carros patrulha se posicionou numa zona mais próxima do protesto, tendo os restantes meios ficado um pouco mais longe, aparentemente de reserva.
No final da ação, o membro da CUVI João Vasconcelos explicou que esta ação pretendia apenas ser simbólica e não o que usualmente se considera uma manifestação, tendo sido preparada «num curto espaço de tempo».
A CUVI apelou ainda a um boicote ao uso da Via do Infante e ao pagamento de portagens, mensagem que procurou transmitir ontem, pouco antes da meia-noite, junto ao Parque das Cidades.
A cobrança de portagens na Via do Infante começou esta quinta-feira. A Providência Cautelar entreposta pelo Movimento Anti-Portagens no Algarve ainda está a ser analisada pelo Tribunal Administrativo de Loulé, que tem cerca de duas semanas para emitir uma decisão sobre se o pagamento desta taxa deverá ou não ser suspenso.

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